(republicação)
O Respeitável Irmão Cristian Rizzardi, Loja Fraternidade V, REAA, GORGS (COMAB), Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:
iodconsultoria@terra.com.br
Ambos somos correspondentes da ARLP Gênesis ao Oriente de Caxias do Sul, e desde já externo que além da honra de dividir a laboriosa, porém gratificante tarefa de ser correspondente da Gênesis é uma honra poder trocar ideias contigo, grande estudioso da Ordem.
Recebi um questionamento de um irmão e gostaria que, na medida de sua disponibilidade, me ajudasse na resposta. Um irmão questionou-me sobre a marcha do Grau 9 do Rito Escocês Antigo e Aceito – Cavaleiro Eleito dos Nove. A dúvida dele é: “porque a marcha é feita ao contrário, para trás”?
O primeiro reflexo é sempre buscar os subsídios que o Ritual nos aponta, porém, o ritual editado pelo GORGS nada fala neste sentido. Tem apenas a descrição da marcha.
Nas literaturas sérias que tenho, (Jorge Adoum / Rizzado da Camino e outros que falam sobre o tema com conhecimento), encontrei apenas uma citação do Ir. Adoum, que diz que “... a marcha simboliza a retificação do homem em detrimento à vingança, representando assim o recomeço da caminhada, desde seu inicio...”. É uma explicação válida, mas ao mesmo tempo muito vaga.
Obviamente só o próprio ritualista que escreveu o grau poderia nos dar uma explicação completa e satisfatória, mas como estamos falando de um ritual escrito e oficialmente instalado de 1801 em diante, muito coisa mudou. E ainda em se tratando do REAA, os Supremos Conselhos estaduais independentes fazem enxertos e outros a cada troca de comando. Lamentável.
Mesmo procurando em versões mais antigas deste mesmo ritual ao qual tenho acesso (Versões impressas de 1978 / 1984 / 2000 / 2006 / 2008 e 2010), nada achei.
Se puderes me ajudar à complementar essa resposta de maneira à que possamos todos nos convencer dos “porquês” dessa marcha se apresentar dessa forma, vos agradeço antecipadamente!
CONSIDERAÇÕES:
O ato ritualístico manifesta a passagem do homem insensato. Revela como adjetivo a falta de senso ou razão, ou uma ação desacordada. Resume como substantivo um indivíduo insensato. Essa é a grande lição que revela o Grau na aplicação da moral, da ética e dos bons costumes quando a judiciosa instrução de aprimoramento rechaça o ato da vingança em detrimento de que os atos humanos se nivelam muitas vezes conforme as situações. O retorno significa mesmo o retrocesso daquele que não mede consequências das suas ações. Como a alegoria trata do aprimoramento paulatino, ações providas pela insensatez devem ser obrigatoriamente refutadas e, em uma atitude de reprovação, pode significar a volta norteando o praticante à reflexão de que o “olho por olho, dente por dente” não tem lugar na senda do aperfeiçoamento, seja ele individual ou coletivo (sociedade humana).
Na Lenda do Terceiro Grau os personagens (J∴, J∴ e J∴) ao se arrependerem pedem a execução das penas e o rei simplesmente as faz cumprir conforme o desejo de cada um. Isso significa que a sabedoria do Rei não foi insensata, pois ele atendeu o desejo dos que se arrependeram. Nenhum dos que procuravam os meliantes fez justiça com as próprias mãos e nem mesmo o Rei arbitrariamente propôs as penas, senão realizou o que os próprios meliantes para si desejaram (esse parágrafo merece uma profunda reflexão).
Finalizando, espero que os “puristas de plantão” não me execrem sob a óptica de que esteja eu revelando um “grande e importante segredo”. Penso que antes de atitudes insensatas, que se faça cada um uma reflexão sobre as atitudes praticadas na nossa passagem pela efêmera vida terrena.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.185 – Florianópolis(SC) – sábado, 30 de novembro de 2013
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