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sábado, 8 de setembro de 2018

INSTALAÇÃO DE VENERÁVEL MESTRE

Em 19/06/2018 o Respeitável Irmão Aécio Speck Neves, Loja Regeneração Catarinense, 138, REAA, GOB-SC, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão

INSTALAÇÃO DE VENERÁVEL MESTRE.

Recorro, mais uma vez, ao teu conhecimento maçônico a fim de solicitar informações sobre os seguintes tópicos:

1. Desde quando os Mestres devem se retirar do Templo na parte final da instalação de um novo Venerável Mestre?

2. Antes disso os Mestres podiam ficar no Templo durante toda a cerimônia?

3. Faço tais indagações porque pretendo levantar na minha Loja uma ideia, ou luta, em prol da presença dos Mestres Maçons no Templo, durante toda a cerimônia de instalação do novo Mestre da Loja; afinal, se nós elegemos, por que não podemos assistir toda a cerimônia, não concordas?

CONSIDERAÇÕES:

Embora a Instalação que acontece indistintamente em todos os ritos na Maçonaria brasileira não seja original – Instalação tradicional ocorre apenas no Craft – esse costume acabou se tornando consuetudinário por aqui. 

Na realidade, a verdadeira Instalação inglesa não se adequa a lendas e a procedimentos esotéricos. Instalação é simplesmente a posse de um dirigente acolhido na cadeira (trono) da Loja.

A despeito desses comentários, a Instalação formatada por uma alegoria lendária, além de sinais, toques e palavra acabou se tornando, particularmente no REAA, uma marca da Maçonaria tupiniquim, sendo a sua aplicação obrigatória para aqueles que são legalmente eleitos para o veneralato da Loja. Nesse sentido, uma vez instalado na cadeira da Loja o maçom adquire ad aeternum o título honorífico, ou distintivo de Mestre Maçom Instalado, mesmo após ter deixado a presidência da Loja. Nesse caso os ex-Veneráveis são Mestres Maçons Instalados. Cabe alertar que embora a presença de “segredos esotéricos” esse título não é um grau maçônico.

No Grande Oriente do Brasil o costume de se instalar esotericamente um Mestre Maçom eleito para o cargo de Venerável ocorre desde o ano de 1968. Naquela oportunidade o então Grão-Mestre Geral Moacir Arbex Dinamarco adotou um ritual para esse fim que fora encomendado ao Irmão Nicola Aslan, obreiro esse oriundo das Grandes Lojas Estaduais brasileiras. 

Destaque-se que foi a Obediência que congrega as Grandes Lojas estaduais brasileiras que copiou das Grandes Lojas norte-americanas (Lojas Azuis - York Americano) esse costume, adequando-o, diferente do norte-americano (por extensão, do inglês) a um sistema velado que adota sinais, toques e palavra. Nesse embalo o REAA, rito que originalmente não possui instalação, acabou recebendo essa prática por enxerto. 

Provavelmente Aslan ao elaborar o ritual para o GOB buscou todo esse esoterismo em rituais latinos (franceses) que se propunham a dar à Instalação esse tipo de perfil. Acrescente-se que a verdadeira instalação praticada na Inglaterra pelo Craft nada tem a ver com essas criações inventivas.

Dado a isso, aqui no Brasil as Obediências costumeiramente nomeiam Conselhos compostos por Mestres Instalados para empossar um novo Mestre Instalado no cargo de Venerável Mestre, ou mesmo reconduzir um ex-Venerável ao mandato por uma cerimônia de Reassunção. Ocorre que, pela adoção de um cerimonial esotérico que, em primeira análise possui seus “segredos”, um Mestre Maçom eleito Venerável Mestre passa por uma cerimônia própria, cuja qual é restrita apenas àqueles que detêm o título honorífico de Mestre Instalado. Por assim ser e atendendo a um ritual para esse fim legalmente aprovado, parte dessa cerimônia é coberta aos Aprendizes, Companheiros e Mestres Maçons não detentores desse título distintivo. Em síntese, em determinada parte dessa cerimônia só podem estrar presentes Mestres Instalados, portanto não há como, segundo o modelo adotado, estarem presentes Irmãos que não tenham sido ainda eleitos para o veneralato de uma Loja.

Em se tratado do Grande Oriente do Brasil, eu entendo a preocupação do Irmão, todavia a regra é respeitar o ritual legalmente aprovado, destacando que nele existe a cobertura do templo para a reunião do Conselho de Mestres Instalados, Conselho esse designado por ato do Grão-Mestre Estadual. 

Especificamente no que diz respeito a sua questão, no GOB a cerimônia esotérica de Instalação passou a se fazer presente desde 1968. Antes disso não havia esse tipo de cerimônia e o Mestre Maçom eleito para o veneralato, particularmente no REAA, simplesmente tomava posse na presença de todos. Ele, ao concluir o seu mandato era tratado apenas como ex-Venerável.

Por fim, alterar esse costume dependeria antes de qualquer coisa mudar toda a estrutura da cerimônia, sobretudo aquela que mantém procedimentos velados e restritos ao Conselho dos Mestres Instalados. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

Um comentário:

  1. Entendo que o mestre maçom tem em si a maioridade maçônica e não poderia ser vendado a ele a presença numa instalação pois os conteúdos do grau não poderiam ser dados pela metade. Então é falta de zelo ritualístico ao grau. fazendo como hoje se faz está ai se criando um grau. tem potências maçônicas que colocam na carteirinha da ordem o espaço para a data da instalação. Fazer isso é confirmar que é um grau. Então qual a solução? simples O mestre estar presente. pois ele tem autoridade e tem os olhos abertos para a luz, para que ocultar ???? e isso se repete em outro grau... lastimável que por orgulho curvamos a lógica.

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