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sábado, 29 de setembro de 2018

QUESTÕES NO REAA

QUESTÕES NO REAA
(republicação)

Questões apresentadas pelo Irmão Marcelo Tieböhl Guazzelli, Loja Fraternidade VII, REAA, Grande Oriente do Rio Grande do Sul (COMAB), Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul. mguazzelli@agrale.com.br

Tenho algumas dúvidas e recorro ao seu conhecimento para auxiliar no esclarecimento. Dentro de suas possibilidades, apreciaria muito uma análise.

1. Em visita a uma loja do Oriente, do mesmo rito e mesma potência, antes de passar a palavra para bem da ordem e do quadro, o Venerável informou que o Tronco de Beneficência não circularia, mas que os valores seriam recolhidos na porta do templo após o encerramento dos trabalhos (pelo hospitaleiro). Isso pareceu um tanto estranho e não condiz com o que está escrito no regulamento.

2. Da mesma forma, estranhei demais o modo como os irmãos entraram e saíram do templo no início e fim dos trabalhos. Na nossa loja procuramos entrar em silêncio e respeitosamente; aprendizes, companheiros, mestres e luzes. No final a sequência se inverte. Nesta loja, a entrada seguiu a ordem (não 100%, mas com diferenças irrelevantes), porém não se manteve silêncio, irmãos circulavam entre as colunas cumprimentando-se ou simplesmente conversando em voz alta. Na saída dos trabalhos fiquei aguardando minha vez de sair, mas quando reparei os aprendizes “da casa” já haviam saído antes mesmo de alguns mestres. Afinal, existe regra ou é apenas convenção ou hábitos particulares de cada loja? 

3. Essa dúvida refere-se a sessões de iniciação. Em determinado momento alguns aprendizes e companheiros (se os primeiros são em número insuficiente) são convidados a apanhar as máscaras e espadas para ir até determinado recinto a aponta-las para os profanos que estão sendo iniciados, quando é reproduzida uma gravação ou algum mestre lê algumas frases a respeito do fato. Nesse momento sempre saí do templo sem cerimonial e retornei da mesma forma (sem respeitar o sentido de circulação, sem saudação, sem a marcha, etc.). Já presenciei inclusive da porta do templo ficar aberta nesse lapso de tempo. Não localizei nenhuma exceção nesse sentido no regulamento.

CONSIDERAÇÕES:

1 – Infelizmente alguns Veneráveis “acham” que podem tudo e desrespeitam acintosamente o Ritual. Para piorar, ainda o Orador faz “vistas grossas”. Essa atitude é incorreta e nunca esteve prevista no Rito em questão. É tradicional a circulação ritualística na forma de costume.

Essa atitude só estaria de acordo se o Ritual assim desse essa possibilidade, todavia seria mesmo lamentável que um Ritual previsse esse absurdo. Ademais, a conferência do produto do Tronco deveria ser apurada na Sessão para demostrar a ética e a lisura do procedimento.

2 – Embora em alguns costumes maçônicos não exista a regra de se formar préstitos para a entrada na Sala da Loja, o Rito Escocês prevê essa organização. Em linhas gerais os Irmãos já paramentados aguardam em silêncio e ordeiramente no átrio o momento oportuno para o ingresso. Ingressam pela ordem Aprendizes, Companheiros, Mestres sem cargo, Oficiais, Dignidades e por último o Venerável que é conduzido pelo Mestre de Cerimônias. Em retirada, após o encerramento dos trabalhos, a ordem é inversa. Existe uma regra para o Rito: por último entra o de maior cargo. Em retirada ele é o primeiro a sair. 

Os acontecimentos relatados me parecem mais um abuso e atentado contra a ritualística do Rito “aprontada” por essa Loja.

Para não ficarmos apenas do lado do “santo”, cabe aqui um pequeno esclarecimento. A Maçonaria é composta por Ritos e Trabalhos que se prendem aos seus particulares costumes. Assim não é regra geral em Maçonaria que deva existir esse procedimento de ingresso no Templo. 

Em muitos Ritos praticados no universo maçônico são comuns os Irmãos se paramentarem e se reunirem dentro da Loja antes dos trabalhos. O Venerável geralmente se reúne antes com alguns dos seus principais oficiais para organizar os trabalhos enquanto que os outros vão chegando e se reunindo. No momento apropriado o Venerável decreta que os trabalhos serão abertos. Assim todos se paramentam e assumem os seus lugares. Inclusive não existe regra para o traje, senão os paramentos maçônicos.

Agora, nos regulamentos dos Ritos que preveem a reunião no átrio e o préstito e organização de ingresso, bem como a retirada inversa, a regra deve ser rigorosamente cumprida, como é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil.

3 - Eu não devo comentar esse disparate enxertado no Rito Escocês. Isso é prática inexistente e, embora até lamentavelmente possa estar previsto em algum ritual, não merece da minha pessoa nenhuma consideração. Talvez, só para não deixar passar em branco, Aprendizes e Companheiros não empunham espadas. Estas são privativas dos Mestres.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.234 Florianópolis (SC), sábado, 18 de janeiro de 2014

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