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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

CURVATURA NA PAREDE ORIENTAL DO TEMPLO

Em 01/08/2018 o Respeitável Irmão Laurindo Roberto Gutierrez, Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil, GOP (COMAB), Trabalhos de Emulação, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, solicita esclarecimento para o que segue:

CURVATURA NA PAREDE ORIENTAL DO TEMPLO

Por favor, peço que me instrua no seguinte: Alguns templos do REAA tem a parede do oriente, atrás do Venerável, levemente encurvada, como o arco na hora em que flecha será lançada. Peço que me instrua sobre isto e se existe mesmo este detalhe no Templo.

COMENTÁRIOS:

Muitos Templos antigos do REAA∴ trazem a parede Oriental curvada, isto é, em meia circunferência, cuja porção mediada dela corresponde ao raio do círculo em concordância com as paredes laterais.

Esse costume arquitetônico surgiu, não por trazer algum conceito litúrgico, porém para que a parede meio-circular coincidisse com a abóbada no teto que também era geralmente construída em carco romano (meio-círculo). Assim, o acabamento da abóbada na parte oriental do espaço passava esteticamente a concordar com as respectivas paredes – o teto oriental se comparava a meia cúpula.

Essa disposição arquitetônica era comum em alguns Templos apenas no limite oriental, nunca o ocidental, onde nele o semicírculo descrito pela abóbada terminava abruptamente numa parede vertical.

Na verdade, essa expressão arquitetônica visava apenas à estética semicircular da parede oriental, portanto não é de constituição obrigatória.

Alguns rituais mais antigos no Brasil até preconizavam essa disposição construtiva, o que pode ser conferido, dentre outros, na planta do templo inserida no ritual do REAA das Grandes Lojas Estaduais Brasileiras do ano de 1928, assim como no Ritual de Aprendiz do GOB, datado de 1898. Além desses, muitos outros rituais acabariam seguindo esse modelo, cujo arquétipo, provavelmente surgiu na França do século XIX que fora copiado de estilos arquitetônicos comuns em muitas igrejas, catedrais e abadias da época.

É bem verdade que muitas edificações de templos maçônicos seguiram - e ainda seguem - esse modelo. Entretanto nada impede que a parede oriental seja edificada dispensando-se esse parâmetro construtivo circular – o que tem sido mais comum na atualidade.

Sob o ponto de vista da liturgia do REAA, a planta de um templo para abrigar os seus trabalhos deveria obedecer simbolicamente os seguintes parâmetros: um quadrilongo constituído pela união de três quadrados, sendo um quadrado para o Oriente, um e meio para o Ocidente e meio quadrado para o Átrio. Esse acoplamento de quadrados resulta numa área cujo espaço é simplesmente retangular – note que a parede oriental circular é perfeitamente dispensável nesse caso.

Obviamente que essas dimensões são apenas simbólicas, já que a racionalidade e o aproveitamento de espaço ditado pela arquitetura moderna tem feito com que algumas Lojas se adaptem às salas retangulares adequadas às suas necessidades.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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