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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

QUEM CORRIGE

QUEM CORRIGE
(republicação)

O Respeitável Irmão Álvaro Cesar R. S. Lima, membro da Loja Filho do Sol, 470, REAA, GLESP, Oriente de Jundiaí, Estado de São Paulo. 
(lima.alvaro@terra.com.br) 

Tenho como cargo em Loja a posição de Segundo Diácono. Em nossa ultima reunião aconteceu um fato que já havia acontecido e por algum motivo tinha me passado despercebido. Como Segundo Diácono eu sei que esta não é minha responsabilidade, mas sei também que manter ordem e disciplina nas Colunas sim, esta é uma de minhas atribuições e é por esta razão que eu não gostei do ocorrido.

Vamos lá. Durante uma circulação em Loja um de nossos Irmãos cometeu um deslize, ate por falta de experiência. Nesta mesma hora vários Irmãos, eu contei mais de 12, resolveram corrigir o nosso Irmão, sinceramente não acho isto certo, pois é de certa forma muito constrangedor, tanto para quem erra quanto para a Loja de modo geral.

Bom, vamos lá. Em um caso como este, quem dentro da Loja teria a responsabilidade ou a obrigação de fazer esta correção para que a ritualística não seja prejudicada. Em meu entendimento seria do Orador, porém não tenho esta certeza.

Entendo que se um Aprendiz precisa de ajuda cabe ao primeiro Vigilante e o mesmo se aplica aos Companheiros a ajuda deve ser do segundo Vigilante. Porém no caso em questão como deveríamos proceder?

Gostaria de ter esta certeza para poder passar isto em Loja e acabar com as conversas em paralelo. Se é que você me entende.

Outra coisa, não importa se é Aprendiz ou Companheiro ou Mestre, ou seja, lá a condição que o Irmão tiver. Quem deveria ter esta obrigação.

CONSIDERAÇÕES:
A dialética relacionada aos Diáconos no REAA apenas guarda a tradição dos antigos oficiais de chão cujo intuito é o de apenas manter o simbolismo, não o ofício propriamente dito. Assim, no Rito em questão os Diáconos têm apenas o ministério de transmitir a Palavra Sagrada em alusão à aprumada e nivelamento da obra nos antigos misteres operativos.

A transmissão da Palavra revive simbolicamente esses mensageiros nos canteiros operativos do passado que transmitiam ordens na execução literal da obra. Atualmente, com o advento da Moderna Maçonaria e, por extensão da Maçonaria Especulativa o Rito Escocês pelo seu caráter “antigo” no título distintivo revive essa prática usando uma palavra que estando essa correta na sua transmissão, simbolicamente começam as obras no canteiro (Loja).

No final da jornada a verificação dos trabalhos também é simbolizada pelo ato da transmissão que, estando o procedimento adequado os trabalhos são encerrados e os obreiros são despedidos contentes e satisfeitos. Essa alegoria simboliza a aprumada e nivelamento simbólico da Obra no seu início, e a conferência no seu final – origem do termo “justo e perfeito” e das joias distintivas dos Vigilantes (Nível e o Prumo).

Assim a dialética fora conservada em alusão aos canteiros operativos do passado e ainda se relacionam ao ofício dos Diáconos nos costumes especulativos da vertente inglesa da Maçonaria (Craft). Nos trabalhos do Craft, os Diáconos têm a verdadeira função de auxiliares e condutores - no Craft não existem Expertos e o ofício do Diretor de Cerimonial não é o mesmo daqueles praticados nos costumes franceses.

Na questão da correção dos trabalhos em Loja – se o ato ferir a ritualística o Orador como Guarda da Lei tem essa função, porém de maneira apropriada. Existe também a questão do bom-senso e o momento oportuno de se instruir e corrigir o procedimento equivocado.

É de péssima geometria Irmãos indistintamente ficarem se atravessando para corrigir alguém. Ora, o Orador poderá fazê-lo de modo peremptório se o procedimento assim desejar a qualquer momento.

Se o ato ferir profundamente a ritualística e o Orador não tiver ainda se pronunciado, o Vigilante da Coluna onde possa ter ocorrido o equívoco pode pedir pela “ordem dos trabalhos” a palavra para mencionar e corrigir o fato.

Agora, manifestações indiscriminadas ao tempo de corrigir, acabam por reforçar o engano – a nenhum Irmão é permitido falar, ou passar de uma para outra Coluna sem obter permissão.

T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.291 Florianópolis (SC) – sábado, 15 de março de 2014.

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