NÚMERO DE MESTRES PARA ABRIR A LOJA

NÚMERO DE MESTRES PARA ABRIR A LOJA

(republicação)

Questão apresentada em 21/12/2013 pelo Respeitável Irmão Antonio Pereira da Silva, Loja Fraternidade Sertaneja, 3.257 REAA, GOB-MG, Oriente de Uberlândia, Estado de Minas Gerais.

apis.silva@terra.com.br

Gostaria de receber informações sobre a seguinte questão: Na revista n. 172, de fevereiro de 2.001, página 23, primeira coluna, o saudoso irmão José Castellani, respondendo a consulta do Irmão Welson, escreveu: “A Loja que estiver com número insuficiente de Mestres (3 a 6), poderá utilizar AApr∴ e CComp∴ para desempenhar cargos menores e, numa situação anômala como essa, ELA FUNCIONA À SEMELHANÇA DE UM TRIÂNGULO – com os Mestres acumulando cargos – MAS NÃO É UM TRIÂNGULO, É UMA LOJA! Triângulo é um agrupamento provisório, de 3 a 6 Mestres, o qual tem um certo tempo para se transformar em Loja, o que acontece a partir do momento que tiver, em seu quadro, sete Mestres.” Depreende-se, da resposta, que a Loja, em situação anômala pode funcionar com menos de sete mestres, porém não com menos de três. Dado o tempo passado, as alterações legais surgidas, e o falecimento do estimado Irmão Castellani, consulto o prezado Irmão. Esse entendimento ainda prevalece? Seria possível, em caso positivo, fundamenta-lo?

CONSIDERAÇÕES:

É sempre bom lembrar no meu particular amigo e Irmão José Castellani. Sem dúvida um dos maiores conhecedores de Maçonaria com quem eu tive oportunidade de conviver.

Infelizmente, como humanos somos perfectíveis, portanto passíveis de aprimoramento. Já nessa época, em 2.001, o mano Castellani havia mudado de opinião, reconhecendo o engano. É que essa resposta fora dada muito antes dessa data publicada, porém teve nela a publicação – a editora tem um banco de respostas. Nem sempre elas estão atualizadas. Aliás, como se pode notar, as minhas respostas vão acompanhadas da data correspondente. Isso facilita para que eu possa reparar os meus não raros enganos.

Voltando ao tema. Aprendizes e Companheiros por razões que não cabem aqui comentário pela vastidão do tema, não podem ocupar cargos. Esses são privativos de Mestres e, partindo dessa premissa, uma Loja por tradição não pode ser aberta sem o mínimo de “sete” Mestres – três a governam, cinco a compõe e sete a completam (independente do rito praticado). Essa é prática universal.

Se alguma Obediência não previr essa prática, sem dúvida ela está completamente equivocada. O Grande Oriente do Brasil, por exemplo, prevê no seu RGF a obrigatoriedade de no mínimo sete Mestres para abrir a Loja além de indicar que Aprendizes e Companheiros não assumem cargos, já que estes são privativos do Mestre.

Para ilustrar vou citar o caso do REAA com a precariedade de apenas sete Mestres, já que menos que esse número não dá.

As três Luzes (Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes), as duas Dignidades do Orador e do Secretário, o Cobridor e o Mestre de Cerimônias.

Para a transmissão da Palavra o Mestre de Cerimônias exerce temporariamente o Segundo Diácono e o Secretário o Primeiro.

A confusão fora criada devido à falsa interpretação de antigos catecismos que orientavam a constituição de uma Loja - três a governam, cinco a compõe e sete a completam na época que a Maçonaria Operativa era composta por apenas duas classes de trabalhadores, sendo escolhido um Companheiro experiente para dirigir o canteiro de obras (hoje a Loja).

Não existia o termo Mestre como Grau, o que acabou sendo traduzido para a Moderna Maçonaria equivocadamente como sendo três Mestres, dois Companheiros e dois Aprendizes – alguém interpretou errado e deu no que deu.

O número de sete Mestres também está ligado à sua idade simbólica que não aponta outro número a partir de sete.

T.F.A. 

PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com

Fonte: JB News – Informativo nr. 1.364 Florianópolis (SC) – segunda-feira, 2 de junho de 2014.