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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

ESPADA FLAMEJANTE

ESPADA FLAMEJANTE
(republicação)

O Respeitável Irmão Juvenal Alves de Moura, Loja João Brás, 1.116, REAA, GOB, Oriente de Trindade, Estado de Goiás, em 24.03.2014 através do JB NEWS, apresenta a seguinte questão sobre o uso da espada:
jmoura57@gmail.com

Desculpe se o questionamento pode parecer falta de conhecimento maçônico. Nossa Loja completa em junho próximo 80 anos de atividades ininterruptas e sempre buscando o crescimento do quadro principalmente no que se refere à ritualística. Na última sessão foi levantada uma questão e gostaria do ponto de vista do nosso Ir. Pedro Juk. Não sabemos ao certo há quanto tempo usamos em nossa Loja uma espada que não é a flamígera e usada nas ocasiões próprias, talvez ela tenha a mesma idade da loja, seu modelo é comum, porém nunca vi nas visitas que faço em outras oficinas tal modelo. Recentemente uma Loja coirmã nos presenteou com uma espada flamígera. O Venerável Mestre agradeceu o presente e disse que em respeito a tradição da Loja manteria as duas sobre sua mesa. Na última Sessão de iniciação já foi usada a Flamígera (15/03). A nossa dúvida é a seguinte: Nos momentos próprios qual das duas usar? E foi levantado por um Irmão Mestre instalado que não devemos mudar a tradição da Loja e continuar usando a espada antiga. E fui incumbido de buscar junto ao valoroso Irmão a resposta. Antecipadamente agradeço e se possível gostaria de urgência da resposta.

CONSIDERAÇÃO:

Embora o adjetivo também seja reconhecido como flamígero eu entendo que o termo flamejante se adequa melhor por traduzir as características do símbolo (nesse caso a espada que expele chamas).

A Espada Flamejante como símbolo em Maçonaria tem duas interpretações diferentes para a sua origem. A clássica é baseada na Bíblia na expulsão de Adão do Paraíso (Gênese, 3 - 24). Já em outra interpretação, como símbolo do poder, ela só pode ser empunhada pelo Venerável em exercício, ou por outro Mestre Instalado.

Por esse peculiar uso ela fora interpretada com base na mitologia grega – a lâmina com doze sinuosidades, ou ondulações, lembra simbolicamente a concepção artística do raio, apanágio do principal deus do Olimpo, Zeus, ou para os romanos, Júpiter.

Assim a Espada Flamejante que só pode ser tocada pelo Venerável, não pode ser embainhada (já que seria impossível embainhar o fogo) e nem tocar no Candidato durante a sagração que poderia simbolicamente o fulminar.

A regra para o Rito Escocês remonta pelo ecletismo maçônico também a sagração oriunda dos costumes templários.

Essa Espada então representa o raio, ou o fogo (com doze sinuosidades, ou mesmo apenas sete) e não pode ser confundida com a espada lisa, ou comum que é uma arma e pode ser embainhada.

Assim, a tradição está no Rito, e não na Loja, mesmo ao longo da sua existência. Espada Flamejante é aquela usada para a sagração do Candidato e nunca a outra – nem por tradição.

O Mestre Instalado da sua Loja me parece equivocado, pois contraria um procedimento ritualístico oriundo da tradição e que está bem claro no ritual quando o Porta Espada serve o Venerável com a Espada Flamejante (flamígera).

O bom senso nos traduz a interpretação simbólica oriunda da mensagem doutrinária do Rito e não das tradições particulares descendentes da Loja.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.407 Florianópolis (SC) – terça-feira, 22 de julho de 2014.

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