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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

FALAR SENTADO

FALAR SENTADO
(republicação)

Em 13/03/2013 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga. Loja Luz Invisível, 219, REAA, GORGS, Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, repassando uma dúvida do Respeitável Irmão Cláudio Américo da Loja Vera Lux do Oriente de Maringá, Estado do Paraná, apresenta o que segue: paulovalduga@gmail.com

Creio, na minha obtusidade, que para alguém falar tem que primeiro pedir a palavra, mesmo estando no Oriente, e para pedir a palavra tem que se postar de Pé e à Ordem, só desfazendo o sinal por determinação do Venerável agora, falar sentado é uma prerrogativa dos Obreiros que sentam no Oriente mesmo sendo de péssima geometria e, portanto, deve ser evitado; ou esta situação se aplica apenas aos Oficiais?

Outrossim, não me recordo se já fiz, ou foi feita a pergunta: "qual o termo correto: "o Templo está coberto" ou "o Templo está à coberto"? Tenho a impressão que o Irmão já deu esta explicação, mas por motivo assas conhecido (relaxamento) creio que não salvei, de forma que se não for muito impertinência deste "peludo" gostaria de recebe-la.

A questão do Irmão Cláudio Américo:

“Meus irmãos. Tenho visto em algumas Lojas que Mestres Instalados têm a prerrogativa de poder fazer uso da palavra sem estarem à ordem. Apesar de estar previsto nos regulamentos, penso que é um privilégio que fere o princípio de Igualdade que tanto apregoamos em nosso meio. Gostaria de saber a opinião dos irmãos a respeito deste assunto”. 

CONSIDERAÇÕES:
01 – No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito em particular, o Obreiro em Loja aberta fala em pé, portanto à Ordem, salvo quando o ritual determinar o contrário. De fato era costume daqueles que ocupassem o Oriente indistintamente falassem sentados (costume das Lojas Capitulares). Geralmente a regra atual se aplica apenas ao Venerável ao Orador e ao Secretário que no Oriente usualmente falam sentados, enquanto que os demais falam à Ordem. No Ocidente apenas os Vigilantes falam sentados. Volto a frisar: “salvo se o ritual determinar o contrário”. An passant – eu me arrepio quando ouço essas “estórias” de privilégios de alguns Mestres Instalados. Ora, não existe nenhuma regalia, já que esse é apenas um título distintivo daquele que ocupa, ou já tenha ocupado o cargo de Venerável. Aliás, no crivo da razão, Mestre Instalado é alienígena no REAA. Nos ritos de vertente francesa existe o Venerável e tão somente o Ex-Venerável.

02 – Embora eu ache um excesso de preciosismo o termo “estar a coberto”, o mesmo implica em Maçonaria a indicação de que os trabalhos atendendo ao sigilo como um Landmark da Ordem estão protegidos, isto é: estão guardados por cobertura pelo Cobridor. A expressão “a coberto” Maçonicamente significa com defesa, com abrigo, com proteção.

- Substantivo feminino “cobertura” é o ato ou efeito de cobrir, daí a cobertura do Templo, ou dos trabalhos é ofício do Cobridor, ou o Telhador conforme o Rito.

- Verbo transitivo (do latim cooperire), “cobrir” implica também ocultar, colocando alguma coisa em cima, ou resguardar, proteger, colocando coisas ou pessoas adiante, ou ao redor. Em Maçonaria, cobrir o Templo, ou os trabalhos, significa impedir por intermédio de alguém a presença de não iniciados, ou mesmo de maçons não qualificados para se apresentarem aos trabalhos nas respectivas sessões maçônicas, obstruindo lhes a entrada. Existe também a possibilidade de que os trabalhos sejam cobertos a algum Irmão por ordem do Venerável. Nesse caso o Templo é coberto ao retirante, e nunca o que se ouve comumente de modo equivocado – fazei o Irmão Fulano de Tal cobrir o Templo. Ora, a função de “cobrir o Templo” é do Cobridor e não do retirante, cujo Templo para este é que estará sendo coberto.

- Adjetivo “coberto” (do latim coopertus), implica o que esteja tapado, resguardado, protegido, defendido. Maçonicamente diz-se que os trabalhos estão cobertos, ou o Templo está coberto o que significa estarem resguardados das vistas e ouvidos profanos ou de maçons que não possuam grau suficiente para participar dos trabalhos. Nesse sentido afirma-se que os “trabalhos estão cobertos”, ou “a coberto” (defendido, abrigado).

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.390 Florianópolis (SC) – sábado, 28 de junho de 2014.

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