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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

MAÇOM LIDER EM SUA COMUNIDADE

MAÇOM LÍDER EM SUA COMUNIDADE
José Filardo, Mestre Maçom.

No ambiente das lojas existe muita cobrança, principalmente por parte dos maçons mais jovens que ingressam agora na Maçonaria, no sentido de que “a Maçonaria precisa ser mais atuante e agir para alterar o estado de coisas calamitoso da sociedade”. A falta de resposta, tanto conceitual quanto prática tem levado um contingente grande de neófitos a abandonar a Ordem diante de sua inação.

A resposta padrão é que a Maçonaria nada faz, quem faz são os maçons. Naturalmente essa resposta é muitas vezes utilizadas como muleta por maçons que não estão dispostos a arregaçar as mangas e realizar alguma coisa além de ler ritual e comer pizza depois da sessão. Mas, ela é verdadeira na medida em que a instituição congrega um universo multifacetado de homens das mais diversas posições políticas, sociais e econômicas.

Assim, sob pena de se fracionar ou criar rupturas fratricidas, a Maçonaria enquanto instituição deve se abster de interferir no curso dos acontecimentos.
O que ela faz é criar condições para que seus membros possam discutir aspectos da sociedade, atingir consensos e valendo-se do amplo “networking” que a Ordem oferece, reunir recursos para, então, atuar em seu meio e modificar coisas, sempre de acordo com os princípios que norteiam a instituição a que pertencem.

A Maçonaria, por sua vez, ajusta-se ao ambiente político e social do país onde está organizada. Dessa forma, temos a Maçonaria Britânica que está a serviço do Establishment, na forma de um braço do poder monárquico. A Maçonaria Francesa arvorou-se em defensora da República secular e visa proteger a França de interferências que possam deturpar os valores republicanos. No Brasil, infelizmente, ela se perdeu em lutas intestinas e cismas que a fracionaram e que a paralisam irremediavelmente. E nesse vácuo ideológico medram comportamentos e atitudes extremamente lesivos à imagem da Ordem, cerrando fileiras com ideologias espúrias, reacionárias, retrógradas e antipatrióticas. Uma instituição que criou a República e que sempre louva a Justiça e a Democracia, colocou-se como força apoiadora de um golpe de estado que derrubou um governo democraticamente eleito e emprestou seu apoio a um judiciário golpista que cometeu injustiças no atacado e no varejo.

Além do mais, a falta de comando unificado e de conteúdo ideológico conduz seus membros a comportamentos entrópicos, voltados unicamente para a vida em loja, para o exercício do ritual como um fim e não como meio de praticar algo mais importante, qual moldar o mundo à sua imagem e semelhança.

Isso posto, os maçons que ainda não se esclerosaram, que ainda não foram acometidos da paralisia que invadiu a Maçonaria querem ver alguma ação. Querem grãos-mestres proativos, executivos, que não fiquem apenas recebendo comendas, medalhas e homenagens, mas que realmente inspirem o “povo maçônico” a arregaçar as mandas e partir para o trabalho.

E como podem os maçons atuar na sociedade?

Tudo depende do poder temporal de que cada um dispõe, de sua posição no arcabouço da sociedade e de sua disposição e desprendimento. Mas, por menos poder e posição que cada um tem, a união faz a força.

Cada maçom tem o dever de assumir uma posição de liderança em sua comunidade. Ponto final.

Não há “veja bem...”, ou qualquer raciocínio que afaste esse imperativo categórico. Em sua igreja (se for religioso), sua APM, em seu sindicado, em seu clube, em seu condomínio, seu partido político, em sua cidade, estado e país.

Nas cidades maiores, onde existem bairros, um canal efetivo são as “Sociedades Amigos de Bairro”, onde se pode realizar um trabalho eficiente de encaminhamento de problemas às autoridades encarregadas de resolvê-los.

Segurança é o item mais importante em todas as comunidades. O maçom precisa participar dos organismos de interface com as autoridades de segurança pública, como os Consegs, por exemplo.

Também no quesito segurança, começa a se popularizar uma ferramenta muito interessante que é alavancada por ferramentas de redes sociais como WhatsApp, Skype e outras: os programas Vizinho Solidário, onde são criados grupos interligados que se comunicam em situações de emergência ou preventivamente para afastar perigos localizados.

Não é fácil, é verdade. Eu mesmo venho tentando alavancar um esquema desse tipo em nosso bairro e esbarramos com a atitude típica do paulistano: arredio, misógino, avesso ao contato humano. Tentamos organizar a ASSOVIO- ASSOCIAÇÃO DE VIZINHOS ORGANIZADOS (o projeto pode ser visto em http://www.assovio.wordpress.com ) cujo projeto está patinando por falta de apoio.

Mas, voltaremos a insistir em sua implementação, agora que surgiu apoio em forma de uma empresa de eventos, a quem interessa ter um parceiro no bairro. Estamos muito otimistas.

Sonhar não custa nada, e podemos sonhar que um dia os maçons comandarão centenas de ASSOVIOS no território nacional, realizando uma parte daquilo que se espera da Maçonaria. 

Fonte: https://bibliot3ca.com

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