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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O REPASTO FRATERNAL

O REPASTO FRATERNAL
Laurindo R Gutierrez  
ARBBGBLS Regeneração 3ª - Loja de Pesq. Maç.´. Brasil - Loja Francisco X. Ferreira de Pesq. Maçônicas 

O Ágape (ou repasto) fraternal era prática entre os cristãos primitivos e, foi abolido pela Igreja por volta do ano 400 de nossa era, sob alegação que se tornara grande demais, contrariando assim, pela comilança desenfreada, os princípios religiosos. Na Maçonaria, o ágape foi adotado desde a criação da Ordem, e com ela tem sobrevivido às crises, aos tempos de desânimo e todo tipo de mudança introduzidas. Pode-se dizer que ele é a continuação da sessão ritualística, transferida a confraternização no salão social, onde os assuntos debatidos em Loja, são depois, comentados sem a formalidade e a rigidez que impõe o ritual. 

Diz-se que alguns irmãos se preocupam mais com o ágape do que com a reunião, assertiva que não é verdadeira, tendo em vista que jamais alguém pediu para cobrir o Templo para jantar. E se alguém veio pedir, é antes sinal de que está com fome, necessitando se alimentar. Sendo o ágape, quase uma festa, nos atrai todos para aquele momento de descontração, e nessa hora é que conhecemos melhor o irmão, sua profissão, onde mora, os filhos tem, tudo em uma conversa amiga, franca e alegre. Fazer refeições em grupos é comum desde que o homem existe. Afinal, o alimento é fonte de vida, e, se, praticado entre irmãos, confere um prazer indescritível. Em praticamente todas as Lojas Maçônicas o jantar é importante para o congraçamento dos irmãos e quando por algum motivo o ágape não acontece, fica um indisfarçável vazio no semblante e no estômago de cada um. 

Na Jerusalém antiga, homens de todas as classes compareciam ao ágape dos domingos, com os ricos pagando a parte dos mais pobres, pois era direito de todos, partilhar com os amigos e irmãos da mesma refeição. Atente, ao passar numa obra em construção, a alegria dos operários reunidos, almoçando, e observe que em suas marmitas por vezes contam com apenas, farinha arroz e feijão, e, com sorte, um ovo. Pobre a comida, rica a união entre eles. Era assim também nos primórdios da Ordem quando os pedreiros livres se reuniam nos canteiros para comer nos intervalos e ao final do dia. Partilhar da mesa de refeição, alimentando também o sentimento fraterno, valorizando a convivência entre irmãos e familiares é uma atividade quase divina. Sem dúvida, a imagem mais emblemática do Ágape fraternal é a Santa Ceia, com Cristo reunido junto de seus discípulos para comer o cordeiro pascal, com pão e vinho. 

Bibliografia: Adaptado de “O Ágape” – L. Müller --Dicionário Maçônico – R. da Camino 

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