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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

PENTAGRAMAS

PENTAGRAMAS
Ir∴ Jaime Balbino de Oliveira
Loja Monte Moriá - GLMEES

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar. Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens objetos e criou símbolos para entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção. Dentre esses inúmeros símbolos criados pelo homem, destaca-se o Pentagrama, que sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela que deve ser traçada com uma única linha, sendo conseqüentemente chamado de Laço Infinito. A potência e associações do Pentagrama evoluíram ao longo da história. Hoje é um símbolo onipresente, entre os neopagãos, com muita profundidade mágica e grande significado simbólico. Um de seus mais antigos usos encontra-se na Mesopotâmia, onde a figura do Pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia “aos quatro cantos do mundo”. Entre os hebreus, o símbolo foi designado como a verdade, representando os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento atribuídos a Moisés).

Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco pontas. Pitágoras, filósofo e matemático grego, grande místico e moralista, iniciado nos grandes mistérios, percorreu o mundo nas suas viagens e, em decorrência disso, encontram-se possíveis explicações para a presença do Pentagrama no Egito, na Caldéia e nas terras ao redor da Índia. A geometria do Pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas pelos pitagóricos que o consideravam um emblema da perfeição. A geometria do Pentagrama ficou conhecida como a Proporção Dourada, que ao longo da arte pós-helênica pôde ser observada nos projetos de alguns templos. Para os agnósticos, era o Pentagrama a “Estrela Ardente” e, como a Lua crescente, um símbolo relacionado à magia e aos mistérios do céu noturno. Para os drúidas, era um símbolo divino e, no Egito, era o símbolo do útero da terra guardando uma relação simbólica com o conceito da forma da pirâmide.

Os primeiros cristãos relacionavam o Pentagrama às cinco chagas de Cristo e, desde então, até os tempos medievais, era um símbolo Cristão. Antes da Inquisição, não havia nenhuma associação maligna ao Pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador. O imperador Constantino I, depois de ganhar a ajuda da Igreja Cristã na posse militar e religiosa do Império Romano em 312 d.C., usou o Pentagrama junto com o símbolo de chirho Suma, forma simbólica da cruz, como seu selo e amuleto. Tanto na celebração anual da Epifania, que comemora a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus, como na missão da Igreja de levar a verdade aos gentios, tiveram como símbolo o Pentagrama, embora em tempos mais receites ele tenha sido mudado como reação ao uso neopagão do Pentagrama. Em tempos medievais, o laço infinito era o símbolo da verdade e da proteção contra demônios. Era usado como um amuleto de proteção pessoal e guardião de portas e janelas.

Na localização do centro da “Ordem dos Templários”, ao redor de Rennes du Chartres, na França, é notável observar um Pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro. Há grande evidência da criação de outros alinhamentos geométricos exatos de Pentagramas, como também de um hexagrama, centrados nesse Pentagrama natural, na localização de numerosas capelas e santuários nessa área. Está claro, no que sobrou das construções dos Templários, que os arquitetos e pedreiros associados à poderosa ordem conheciam muito bem a geometria do Pentagrama e a Proporção Dourada, incorporando aquele misticismo aos seus projetos.

As sociedades secretas de artesãos e eruditos, que durante a Inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora, com o fim do Período das Trevas da Inquisição, trazer à luz do Hermetismo, ciência doutrinária ligada ao agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos doutrinários orientais e neoplatônicos. Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, tornou-se importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu dando início a uma era de luz e desenvolvimento.

Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a Europa renascida, onde o Pentagrama (representação do número cinco), significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz: O Homem Individual. A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o Homem Universal – dois eixos, um vertical e outro horizontal – passando por um mesmo centro.

Um símbolo de ordem e de perfeição da Verdade Divina. Portanto, “o que está em cima é como o que está embaixo”, como durante muito tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais. O Pentagrama pitagórico – que se tornou, na Europa, o de Hermes, gnóstico – já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento, mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder.

Mais tarde, o Pentagrama veio a simbolizar a relação da cabeça com os quatro membros e, conseqüentemente, da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e foro – o espírito representado pela equinta essência (a “Quinta Essentia” dos alquimistas e agnósticos). Apesar de todas as complexidades ocasionadas através dos diversos usos do Pentagrama, ele se tornou firmemente um símbolo indicador de proteção, ocultismo e perfeição.

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