PRANCHETA DA LOJA

PRANCHETA DA LOJA

(republicação)

Em 02.06.2014 o Respeitável Irmão Alcideney Scheidt, membro da Loja União Paulista I, 3.382, REAA, GOSP-GOB, Oriente de Itapetininga, Estado de São Paulo, formula a seguinte pergunta:

dralcideneyscheidt@gmail.com

Estou com uma dúvida sobre as três joias móveis da Loja - Pedra Bruta, Pedra Polida e Prancheta. Falei em Loja que a Prancheta seria a Carta Constitutiva da Loja, mas vários Irmãos ficaram em dúvida com a minha resposta. Não achei a minha resposta no Ritual vigente. Estou certo, ou então o que seria a Prancheta?

Considerações:

Antes das considerações, cabe primeira uma correção no texto da vossa questão. A Pedra Bruta, a Pedra Polida1 (Cúbica) e Prancheta não são as três joias móveis, porém as fixas da Loja. Móveis são aquelas inerentes às joias distintivas das Luzes da Loja (Esquadro, Nível e o Prumo preso nos respectivos colares).

Dentre outras definições o título de joias móveis se caracteriza porque conforme o estatuto da Loja, o Venerável e os Vigilantes são substituídos de um ou de dois em dois anos (móvel – adjetivo – aquilo que pode se mover).

Já as joias fixas, ou imóveis assumem essa qualificação porque como um grupo de adereços sempre presente, estático, concebe uma espécie de código de ética e de moral constantemente apresentado ao maçom.

1 PEDRA POLIDA – embora o termo “polido” seja largamente usado ele não condiz perfeitamente com o propósito e a realidade simbólica, já que no desbaste a pedra é transformada em cúbica para se encaixar, ou justapor (verbo pronominal – pôr-se em contiguidade; juntar-se) uma sobre a outra na edificação das paredes do templo. 

Já uma pedra polida necessariamente não precisaria ser cúbica, no entanto seria difícil justapor em uma parede, por exemplo, pedras polidas, porém esféricas. Mais racional seria o uso do termo Pedra Cúbica nesse caso.

A Prancheta – uma das joias fixas da Loja também no REAA.

Substantivo feminino é o diminutivo de prancha e menciona a pequena prancha delgada e estreita de formato retangular, sobre a qual se desenha. Em Maçonaria é a peça onde o Mestre Maçom simbolicamente esboça e traça os projetos da edificação.

A Prancheta já se apresenta na Loja como um símbolo integrante dos Painéis de Aprendiz e de Companheiro (páginas 84 e 26 respectivamente dos Rituais em vigência) e mostra nela gravados dois símbolos que servem em primeira instância como a chave do alfabeto maçônico (página 177, Ritual de Aprendiz em vigência). 

A Cruz Quádrupla composta por duas paralelas cruzadas representa a limitação da capacitação humana, enquanto que a Cruz de Santo André em formato de um “xis” concebe pela intersecção das linhas quatro ângulos contrapostos pelos vértices, cujo simbolismo destaca a representação do infinito, dos opostos e das díades.

A Prancheta, além daquelas mesmas inseridas nos Painéis das Lojas de Aprendiz e de Companheiro, é também representada por um quadro que contém as Paralelas e a Cruz, cuja situação deste se localiza sobre o terceiro degrau do sólio e encostado na banda esquerda do Altar ocupado pelo Venerável - de quem do Ocidente olha para o Oriente, conforme indicado nas páginas 22 e 23, Planta do Templo do Ritual de Aprendiz em vigência.

Quanto a Carta Constitutiva, definitivamente ela não pode ser confundida com a Prancheta. O que às vezes tem levado ao mistifório é que costumeiramente as Lojas mantém a tradição de expor a sua Carta Constitutiva em um quadro emoldurado que fica também encostado na frente do Altar ocupado pelo Venerável Mestre, simétrico à Prancheta (joia fixa).

T.F.A. 

PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com

Fonte: JB News – Informativo nr. 1.465 Florianópolis, quinta-feira, 18 de setembro de 2014.