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sábado, 13 de abril de 2019

A PALAVRA SAGRADA DO APRENDIZ - SOLETRADA OU SILABADA

Um Respeitável Irmão pertencente ao GOB e de uma Loja praticante do REAA apresenta a seguinte questão:

PAL∴SAGR∴ DO APRENDIZ

Na passagem da Palavra Semestral na abertura ritualística da Sessão é informado que ela deve ser somente soletrada. Parece-me correto porque o Aprendiz só sabe soletrar. Entretanto na primeira instrução do Aprendiz, no mesmo ritual, é informado que ela deve ser passada soletrada e posteriormente (ao final) silabada. Acredito que o Aprendiz não deve silabar. Somente o Companheiro deve silabar (já aprendeu alguma coisa) e o Mestre fala a palavra completa (já está completo). Solicito verificar e orientar porque temos irmãos confusos.

CONSIDERAÇÕES:

Na realidade, durante a abertura ritualística o que existe no REAA é a liturgia da transmissão da Pal\∴Sagr∴ e não a da Pal∴ Sem∴. Essa transmissão, da Pal∴ Sagr∴ que, diga-se de passagem, não é relacionada a nenhum telhamento, se apresenta apenas como uma reminiscência de práticas antigas hauridas ainda do período Operativo da Ordem e se dá entre as Luzes da Loja e os Diáconos. Embora não seja esse o mote desses apontamentos, é oportuno comentar que os trabalhos da Loja, para serem abertos e encerrados, dependem da sua correta transmissão (J∴ e P∴).

Assim, durante essa transmissão, quem dá a Pal∴ dá a mesma por inteiro e na forma de costume, isto é, sol∴ no caso do grau de Aprendiz. Nessa transmissão, por não se tratar de um telhamento, já que a mesma é recebida e transmitida entre Mestres Maçons, não existe no ato a troca alternada das letras entre os protagonistas, e muito menos a de ssíl∴ ao final.
As letras que compõem a Pal∴ Sagr∴ só são dadas de modo alternado entre os interlocutores se mesma for a do grau de Aprendiz, enquanto que na do de Companheiro alternam-se as suas ssíl∴, porém isso só acontece quando esse procedimento se der por motivo de um de telhamento – o ato de examinar a qualidade maçônica de alguém pelo examinador. 

É bom que se diga que muitos procedimentos em Maçonaria podem ser iguais, entretanto, ao mesmo tempo eles podem ter objetivos diferentes. É o caso, por exemplo, da liturgia da transmissão da Pal∴Sagr∴ durante a abertura ou encerramento dos trabalhos e a da tomada da Pal∴ Sagr∴ por ocasião de um telhamento. Em ambos os procedimentos, a Pal∴Sagr∴ é transmitida, entretanto de modo e objetivo diferente.

No tocante ao seu comentário em relação à Pal∴ Sagr∴ no Primeiro Grau ser dada l∴ por l∴ e ao final silab∴, de fato o Irmão tem toda a razão no seu raciocínio, pois isso é inadmissível no grau de Aprendiz, já que iniciaticamente aprendemos que ele somente sabe soletrar e não silabar. Afinal, n∴ s∴ l∴ n∴ p∴, s∴ s∴; d∴ a p∴ l∴ e eu v∴ d∴ a s∴.

Assim esse anacronismo, que de há muito tem habitado erroneamente os nossos rituais, precisa ser realmente extirpado, pois além de ser anacrônico, em se tratando do REAA ele é altamente contraditório, sobretudo se observarmos máxima abreviada e mencionada no parágrafo imediatamente anterior. 

Seguindo a senda do aperfeiçoamento maçônico, o Aprendiz ainda em estágio bruto, somente sabe dizer letra por letra, enquanto que o Companheiro, mais instruído, capaz e prudente, já pode soletrar. 

A despeito disso, os provimentos e orientações sobre os rituais, cujos quais eu já remeti ao Poder Central, e que serão colocados na página do GOB-RITUALÍSTICA para serem acessados via GOB-CARD, especificamente sobre esse fato, o recomendado é que em nenhum caso a Pal∴ Sagr∴ do Aprendiz seja dada por sílabas, sobretudo essa repetição anacrônica que tem se dado ao final da sua transmissão – em síntese, quem está ainda dando os primeiros passos no aprendizado não sabe l∴ e nem p∴, s∴ s∴ s∴.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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