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sexta-feira, 5 de abril de 2019

ABERTURA DO COMPASSO E CABO DO ESQUADRO

ABERTURA DO COMPASSO E CABO DO ESQUADRO
(republicação)

Em 16.06.2014 o Respeitável Irmão Gilmar Dietrich, Venerável Mestre da Loja Perseverança e Vigor, nº 2.638, REAA, GOSP-GOB, Oriente de Rio Claro, Estado de São Paulo, apresenta as questões seguinte:
gil@cr.cnt.br

Prezado Mano Pedro Juk. Mais uma vez venho socorrer-me da sua imensa sabedoria maçônica, a qual sou admirador.

1. Quando da abertura da Loja, o Irmão Orador "coloca" o compasso e o esquadro (de acordo com o Grau), questiono: a. Existe abertura do compasso correta ou diferenciada para cada Grau? (Ex 30°, 45° e ou 90°). Normalmente utilizamos mais ou menos 45°. b. Entendo que o compasso "maçônico", tem a mesma medida de ambos os lados, diferentemente do compasso "operativo" que tem o cabo menor e o outro lado maior. Bom, sendo esse último que a Loja possui, existe o lado correto para o cabo? 

2. Na sessão Magna de Iniciação, o "iniciado" presta seu juramento com o compasso na mão esquerda com a ponta sobre o peito (coração). Existe abertura correta do compasso para este procedimento? 

3. No Tempo de Estudos, é correto passar a palavra às Colunas e Oriente para questionamento e ou "acréscimos" sobre a peça de arquitetura? O Ritual menciona, que para debates sim. Entendo que qualquer assunto sobre o Tempo de Estudos deva ser feito na Palavra a Bem da Ordem, salvo, os que merecem aprovação e ou votação como o caso para aumento de salários que deve ser apreciado na Ordem do Dia. 

4. Qual o Ritual vigente para a Loja de Mesa? 

5. Muito se questiona sobre o cargo de "Porta Espadas", onde, uns entendem que o cargo dever ser preenchido por um Mestre Instalado. Particularmente entendo que o cargo de Porta Espadas pode ser preenchido por qualquer Mestre Maçom, uma vez, que o mesmo não "pega" na espada e sim no seu "estojo". A prerrogativa de "empunhar" a espada é sempre do Venerável em exercício, a ai sim deve ser Instalado (caso de substituição do Venerável de Oficio). Diante do exposto, questiono: O cargo de Porta Espadas pode ser ocupado por um Mestre Maçom, ou tem que ser por um Mestre Instalado? 

6. No Ritual do Grau 1, sessão magna, pagina 134, consta que: (...) permanecendo iluminado apenas pelas luzes dos Altares e Mesas (Orad∴, Secr∴, Tes∴, e Chanc∴) Que luzes são estas dos Tes∴ e Chanc∴?

Considerações: 

01 – No item “a” a questão não é da abertura do Compasso, porém da forma da exposição do mesmo em relação Esquadro conforme o Grau simbólico – sob o Esquadro no Primeiro Grau, entrelaçado com o mesmo no Segundo e sobre o Esquadro no Terceiro Grau. 

Destarte, é sabido que o que se altera não é a abertura do Compasso, porém a posição entre um e outro instrumento sobre o Livro da Lei conforme o Grau que a Loja esteja trabalhando (Três Grandes Luzes Emblemáticas). 

Geralmente a abertura do Compasso, sem qualquer conotação oculta ou mística, é de 45º (graus) – veja, por exemplo, no ritual de Aprendiz em vigência, página 17, último parágrafo. 

Na mesma questão no tocante ao item “b” me parece estar havendo um mistifório com o Esquadro. O Compasso não tem cabo e possui “hastes” iguais que se abrem conforme a justa medida, ou até um ângulo de 180º (raso) que perfaz um segmento de reta. 

Agora o que possui, conforme o caso, cabo e graduação é o Esquadro. Deste existe o operativo (aquele com cabo e graduação) que deveria ser se conservada a tradição, aquele que representa a joia distintiva do Venerável Mestre. 

Quanto ao Esquadro que compõe a tríade das Grandes Luzes Emblemáticas, não deveria possuir cabo, daí o mesmo careceria possuir “ramos” iguais. Infelizmente, muitos rituais não atendem essa característica tradicional e às vezes invertem os instrumentos, como é o caso do GOB. 

Essa situação equivocada dá margem à questão se o “cabo” deve permanecer – à direita ou à esquerda. Agora se durma com um barulho desses. 

Embora embarcando no erro crasso, quando for o caso, geralmente a imensa maioria dos operários é destra, daí o cabo para a direita do Orador, já que para reforçar o erro, o Esquadro, ainda por cima, fica de ponta cabeça. 

Entendeu porque é difícil dormir com esse fuzuê todo? 

2 - No momento litúrgico e ritualístico inerente à Iniciação e a Elevação, o Compasso seguro pela mão esquerda do protagonista e pousado sobre o seu peito, só existe uma abertura em ambos os casos – noventa graus (uma ponta sobre o lado esquerdo do peito e a outra apontada para cima). 

Já para o Mestre, durante a Exaltação, não existe qualquer abertura - as duas pontas do Compasso, seguro pela mão esquerda do figurante, ficam pousadas no lado esquerdo do seu peito. 

3 – Quando o Tempo de Estudos for programado para debates, ele é perfeitamente exequível no próprio período, desde que para tanto se obedeça à regra do “giro da palavra” conforme o costume do Rito. O fato inclusive é mais apropriado para o momento, desde que os debates sejam direcionados apenas ao tema da peça de arquitetura apresentada despidos de repetições, puxa-saquismos e proselitismos. O bom senso e a objetividade são matérias inerentes à grade curricular evolucionista do canteiro (Loja). Nesse caso não se coadunariam “debates” na Palavra à Bem da Ordem e do Quadro em Particular.

4 – Só, por favor, não me peça para comentar esse ritual. Ele faz parte dos Rituais Especiais (Sessões Exclusivas) do GOB, edição 2.013. Quem os criou que os comente, se for o caso. Eu não! 

5 – Desde que seja um Mestre Maçom, já que todos os cargos são privativos desse Grau, o ofício assim pode ser preenchido. 

A Espada Flamejante possui a tradição de ser apenas empunhada por um Mestre Instalado, assim qualquer detentor desse título de distinção honorífica pode segurar a dita Espada (Venerável e Ex-Venerável). 

Para que o cargo de Porta Espada não ficasse restrito apenas a um Mestre Instalado, o instrumento é então colocado sobre uma almofada ou dentro de um escrínio, o que soluciona a questão quando um Mestre Maçom, sem ser instalado, pode conduzir a Espada por dever de ofício, porém sem tocá-la. 

6 – Essas luzes não são litúrgicas, apenas auxiliares e são previstas no Ritual de Aprendiz em vigência, embora apenas nas mesas do Orador e do Secretário (página 16, segundo parágrafo do ritual de Aprendiz em vigência). 

No tocante àquelas correspondentes ao Tesoureiro e ao Chanceler é a mesma coisa (faltou serem indicadas no ritual), já que algumas Lojas também as possuem no intuito de auxiliar o ocupante do referido cargo. 

Assim, como estas não são litúrgicas não há com o que se preocupar no que diz respeito a se ferir o ritual. Ratifico: essas luzes, quando ou se existirem (Orador, Secretário, Tesoureiro e Chanceler), são apenas auxiliares para o desempenho da função. As litúrgicas, portanto obrigatórias, são apenas aquelas previstas de acordo com o Grau e acesas no Altar ocupado pelo Venerável Mestre e nas mesas tomadas pelos Vigilantes. Estas, imprescindíveis, correspondem, dentre outros, às Luzes da Loja.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.510 Florianópolis (SC) – domingo, 2 de novembro de 2014.

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