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sábado, 27 de abril de 2019

LOJA DE MESA

LOJA DE MESA
(republicação)

Em 11.07.2011 o Respeitável Irmão Aldo Coutinho, sem declinar o nome da Loja, Rito, Obediência, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, apresenta a seguinte questão: 
aldocoutinho61@gmail.com 

Banquete Ritualístico

O banquete ritualístico, Loja de Mesa, Ágape Fraternal, etc., etc., etc. O famoso banquete ritualístico eu sempre soube que era feito num salão de banquete, claro que longe dos olhos dos profanos (cowan). Venho observando algumas lojas realizando o mesmo dentro do Templo Maçônico. O irmão tem alguma opinião a respeito ou isto é uma prática que cada loja determina onde deve ser realizado. Interessante a registrar que as Grandes Lojas (pelo menos as que eu conheço) as fazem em salão de banquete e todas as Lojas do GOB fazem dentro do Templo. Existe uma tradição a ser respeitada ou fica a cargo e ao bel prazer de cada Potencia? Aqui no meu Mossoró, nós não o fazemos no Templo, mas as Lojas do GOB fazem dentro do Templo. Tanto faz? Mais uma vez, muito grato por me permitir beber desta fonte de cultura maçônica. 

Considerações:

O termo correto que dá nome para essa sessão ritualística é mesmo Loja de Mesa. Ágape fraternal é geralmente a reunião realizada, sem ritualística, nos salões de ágapes das Lojas após as sessões maçônicas. Já o termo “banquete” não condiz com a designação de uma Loja que acontece nas reuniões semestrais (solstícios) e às vezes por ocasião do ponto vernal (primavera) e o do ponto de Libra (outono) que correspondem aos equinócios. À bem da verdade e em nome da tradição, as Lojas de Mesa deveriam ocupar exclusivamente essas datas e não de modo aleatório em qualquer ocasião. Também não há como confundir as Lojas de Mesas com os brindes realizados nas reuniões de comensais muito próprios do Craft inglês.

Diga-se de passagem, que infelizmente esses rituais especiais, dos quais abordam a Loja de Mesa estão muito distantes da verdadeira tradição ritualística. Há neles uma miscelânea de procedimentos e alguns, inclusive, apregoam equivocadamente o termo “à Ordem em Loja de Mesa” sentado. Outros ainda sugerem brindes que também não condizem com a tradição. 

Enfim, na sua grande maioria nem mesmo eles citam a relação solsticial e equinocial, tão cara aos Canteiros Operativos do passado, origem desse costume na Maçonaria.

Quanto ao local onde se realiza uma Loja de Mesa, o que ele deve atender é que em sendo uma Loja aberta, os trabalhos devem ser cobertos, portanto longe das vistas e ouvidos dos não iniciados. Assim, o ideal é que se use um recinto que atenda essas necessidades. Geralmente as Lojas usam o seu próprio salão de ágapes para montar a Loja de Mesa, o que eu penso ser o mais recomendável ao invés de se realizar esse tipo de sessão dentro da sala da Loja (Templo). Embora usar a sala da Loja para esse intento não seja atitude proibida, a situação demanda sempre de bom senso, já que reuniões comensais não casam muito com o espaço destinado ao aprimoramento da Pedra (especulativamente, o Homem).

Finalizando, gostaria de aproveitar a oportunidade para salientar que eu nunca tomei parte em comissões que organizaram esses rituais de Loja de Mesa, embora o meu nome indevidamente possa até aparecer em alguns deles. Dediquei sim muitos dos meus anos de pesquisa sobre o assunto. Desde as casas de duelo na Escócia e Inglaterra no século XVI às Tabernas dos maçons antigos. Nesse sentido compilei e adaptei dois anteprojetos de rituais para o REAA no GOB-PR alguns anos atrás – um solsticial (São João) e outro equinocial (primavera e outono), porém esses nunca fizeram parte oficialmente de nenhuma Obediência no Brasil. 

T.F.A. 
PEDRO JUK  - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.549, Florianópolis (SC) – quinta-feira,11 de dezembro de 2014

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