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domingo, 21 de abril de 2019

SÍMBOLO ESQUADRO E COMPASSO

SÍMBOLO ESQUADRO E COMPASSO 
(republicação)

Em 25.07.2014 o Respeitável Irmão Emerson Benedito da Silva, Loja Rui Barbosa, ao que parece do REAA, sem declinar o nome da Obediência, Oriente de Sertanópolis, Estado do Paraná, formula a seguinte questão: 
ebspr@hotmail.com

Ilustre irmão se puder me ajudar agradeço imensamente!

(Compasso sobre o Esquadro com a letra G no centro). Este símbolo de Aprendiz, na história desde a fundação da Maçonaria esse símbolo de Aprendiz, sempre existiu ou teve mudanças no decorrer de todo esse tempo...

Preciso saber desse fato histórico, pois tenho algumas dúvidas: Na nossa loja Rui Barbosa, fundada em 1949, na porta tem dois símbolos: como se fosse de Companheiro do REAA e do outro lado como se fosse de Companheiro, mas do Rito Brasileiro, então preciso saber se antigamente o símbolo de APRENDIZ ocorreu mudanças durante todo esse tempo para chegar a uma dúvida de 65 anos!!!

Considerações:

O Esquadro e o Compasso, unidos em Loja, são partes integrantes da tríade representativa das Três Grandes Luzes Emblemáticas (vertente maçônica francesa), ou as Três Luzes Maiores (vertente maçônica inglesa). Diferem-se conforme o sistema apenas no nome, já que a sua composição para a Moderna Maçonaria se faz universalmente pelos dois instrumentos citados mais o Livro da Lei.

Genuinamente a disposição do Esquadro e do Compasso sobre o Livro da Lei representa, dentre outros, o Grau de trabalho da Loja e, por extensão simboliza particularmente cada Grau simbólico – os ramos do Esquadro sobre as hastes do Compasso representa o Primeiro Grau, um ramo do Esquadro entrelaçado com uma haste do Compasso simula o Segundo Grau e por fim as hastes do Compasso sobre os ramos do Esquadro concebe o Terceiro Grau. 

Não existe qualquer outra representação composta apenas por esses dois instrumentos simbólicos que possa conceber um Grau maçônico e, até aonde eu sei nos meus mais de vinte e cinco anos de pesquisa e estudos sobre a Sublime Instituição, pelo menos na Maçonaria regular não houve qualquer mudança.

O significado generalizado dessa composição esotérica maçônica é aquela referendada à materialidade e à espiritualidade – a matéria para o Esquadro e o espírito para o Compasso. À medida que o Obreiro evolui no Canteiro (Loja) os instrumentos vão se alterando na sua disposição, o que em linhas gerais significa a prevalência do espírito sobre a matéria (aperfeiçoamento). 

No sentido figurado a disposição dos instrumentos significa o progresso do Obreiro na sua construção interior. Na medida em que o Obreiro evolui no Canteiro ele muda de grau até chegar ao mestrado. 

Na vertente maçônica francesa, como é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, essa evolução é acompanhada também pelo acendimento de mais Luzes litúrgicas – três para o Aprendiz, cinco para o Companheiro e nove para o Mestre – daí o título de Luzes da Loja para o Venerável e os Vigilantes e de Luzes Emblemáticas para a tríade composta pelo Esquadro, Compasso e Livro da Lei.

Na vertente inglesa essa tríade emblemática é conhecida como as Três Luzes Maiores enquanto que o grupo Venerável Mestre/Vigilantes é conhecido como as Três Luzes Menores – o Sol para governar o dia, a Lua para dirigir a noite e o Venerável para conduzir a Loja.

A letra “G” não compõe a Tríade Emblemática sobre o Altar, todavia em conjunto com o Esquadro e o Compasso é um símbolo bastante conhecido que identifica a Maçonaria e o Maçom. A Maçonaria pelo conjunto, enquanto que o grau do Maçom pela disposição dos instrumentos.

A letra “G” independente de estar ou não com o Esquadro e o Compasso é um dos símbolos mais autênticos e antigos da Maçonaria. Como símbolo operativo significa Geometria que é uma das ciências aplicadas para a edificação perfeita da Obra. Como símbolo especulativo é a Geometria aplicada no aperfeiçoamento interior do Homem. Essa ciência (Geometria) se serve da retidão do Esquadro (cantos perfeitos) e da justa medida do Compasso na constituição da Obra perfeita elevada e exaltada para que perdure pela eternidade (a transformação da Pedra Bruta em Cúbica).

Assim, desconheço qualquer fato histórico (sic) que tenha alterado esse conjunto simbólico, inclusive a hipótese de se diferenciar pela disposição conforme esse ou aquele Rito. O que tradicionalmente se diferencia conforme o arranjo do Esquadro e do Compasso é o grau simbólico, não o Rito, já que universalmente a Maçonaria tradicional (simbólica, ou azul) é composta única e exclusivamente por três graus. 

Assim me pronuncio porque o Irmão me faz essa citação: “(...) na porta tem dois símbolos: como se fosse de Companheiro do REAA e do outro lado como se fosse de Companheiro, mas do Rito Brasileiro (...)”. Ainda: o símbolo anexo à vossa questão não é pertinente ao Aprendiz, porém ao Mestre.

Concluindo. A Maçonaria (na escola autêntica) possui documentalmente aproximadamente oitocentos anos de história e é originária dos Canteiros Medievais na Europa. Esse percurso se divide primeiro no período Operativo. A partir de 1.600 gradativamente ela se transforma em Especulativa. 

Em 1.717, ainda no período Especulativo é inaugurado o primeiro sistema Obediencial com a fundação da Primeira Grande Loja em Londres, aparecendo então a partir daí a Moderna Maçonaria. 

Assim Maçonaria Especulativa na história acadêmica não significa indistintamente Maçonaria Moderna, entretanto ela – a Moderna - é Especulativa por excelência.

Esse comentário se faz porque na abordagem do tema relativo às posições assumidas pelo Esquadro e pelo Compasso, faz-se referência também ao Grau de Mestre. 

Para ilustrar a pretensa “antiguidade” do símbolo, eu destaco que o Mestre como Grau somente apareceria na Inglaterra entre os anos de 1.723 e 1.724, ou seja, na Moderna Maçonaria. Lembro: o Mestre Operativo não era Grau, já que à época existiam apenas duas classes de trabalhadores.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.538 Florianópolis (SC) – domingo, 30 de novembro de 2014.

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