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domingo, 12 de maio de 2019

A ESTRELA FLAMÍGERA

A ESTRELA FLAMÍGERA
Ir∴ Rogério Costa de Almeida 

A Estrela Flamígera não é Símbolo exclusivamente da Maçonaria. Ela veio à Maçonaria trazida pelo Barão de Tschoudy. Muitos anos antes de Tschoudy, o Cavaleiro Miguel Andrés Ramsay, nascido em 1696, acreditava que os maçons derivassem dos Templários e Cruzados. Acredita-se que Tschoudy foi buscá-la numa ordem antiga, chamada Ordem da Estrela Flamígera, ramo dos Templários, que se espalhou por toda a Europa. Todavia, hoje sabemos que a Maçonaria atual não derivara dos Templários ou Cruzados e que, também, Tschoudy não trouxe a Estrela Flamígera, baseada na Pentalfa de Pitágoras, e sim, nos trouxe um símbolo polêmico, que era o distintivo dos Comandantes das Cruzadas desde os tempos de Godofredo de Bulhões (1058 a 1100). Este distintivo era uma estrela de cinco pontas com a letra "G" no centro e seria apenas a inicial da palavra General.

Segundo Plantagenet, este símbolo não era conhecido antes de 1737. Todavia ele estava equivocado, pois o pentagrama ou estrela de cinco pontas era conhecido dos pedreiros-livres, os nossos antepassados maçônicos, como se poderá observar em muitas obras de arquitetura da época, ainda existentes em muitos países da Europa, e que constituía um dos seus segredos mais importantes.

Segundo Boucher, se "quisermos voltar às fontes do simbolismo verdadeiro e universal, devemos desembaraçá-lo de tudo o que contribui para afogá-lo num moralismo decepcionante".

O Pentagrama era o símbolo preferido de Pitágoras. Era também chamado de Pentagramon, Pentalfa. Para Pitágoras este símbolo era um sinal de reconhecimento. Era um símbolo de boas-vindas, que equivalia a dizer, "Passe Bem".

O Pentagrama foi ainda chamado de Ugéia do nome da deusa Hygia, que era a deusa da saúde. As cinco letras do nome eram escritas em cada ponta, ou vértice da figura.

A Estrela com um vértice dirigido para cima é um símbolo benéfico e ativo. Com dois vértices virados para cima , portanto ao contrário, é um símbolo maléfico ou passivo.

A Estrela Flamígera , com a letra "G" no centro, é o símbolo da Divindade Cósmica. Além de seus efeitos iniciáticos, ela deve representar boas-vindas e um voto de perfeita saúde.

Essa letra é um enigma maçônico, e sobre ela paira mistérios, provocando um número infinito de interpretações e comentários, às vezes judiciosos, às vezes fantasiosos.

"A letra G, em sua grafia atual, é de origem recente. Primitivamente, o G tinha o mesmo valor fonético do C; é assim que no latim, encontramos indiferentemente as formas Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoseus, etc."

A letra G, em sua grafia atual, é de origem recente. Primitivamente, o G tinha o mesmo valor fonético do C; é assim que no latim, encontramos indiferentemente as formas Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoseus, etc.

Quando o C se tornou quase que absolutamente um homófono do K, fez-se sentir a necessidade de representar o som G por uma nova letra. Foi na segunda metade do século V que se inventou essa letra que, visivelmente, é uma simples modificação do C.

A letra G, quinta consoante do alfabeto, é a inicial da quinta ciência: a geometria. É nela e nas matemáticas que vamos buscar o brilho dessa verdade luminosa que deve se espalhar sobre todas as operações do espírito.

A letra G, quinta consoante do alfabeto, é a inicial da quinta ciência: a geometria. É nela e nas matemáticas que vamos buscar o brilho dessa verdade luminosa que deve se espalhar sobre todas as operações do espírito.

Entre diversos povos do norte, é a inicial do Grande Arquiteto do Universo. Essa letra tomou o lugar do IOD hebraico, inicial de lhoah (Jehovah), de que se serviam, por abreviação, os hebreus.

Reconhecemos ainda o trigrama IOD entre os povos do norte, nos nomes que eles dão a Deus: o sírio diz GAD; o sueco, GUD; o alemão, Gott; o inglês, God; o persa, Goda, derivado do prenome absoluto que significa "Ele mesmo".

De Gott os alemães fizeram o adjetivo gut, bom , bem, e gots, ídolo. Os gnóticos (conhecedores ou clarividentes) possuidores da Gnose, ou verdadeira ciência, têm a mesma inicial.

Não se fala da Estrela Flamejante ou da letra G em nenhum ritual anterior a 1737, época aproximada na qual esse emblema foi adotado pelas Lojas francesas, apaixonadíssimas pela filosofia hermética. Além do mais, os maçons do século XVIII professaram uma espécie de culto pela letra G, em relação a qual, segundo os termos dos mais antigos catecismos franceses, eles declaravam se terem feito receber como Companheiros.

Quanto ao significado dessa letra, seria preciso buscá-lo nas palavras: Glória, Grandeza, Geometria (Glória para Deus, Grandeza para o Mestre da Loja, Geometria para os Irmãos).

Os Rituais modernos dão cinco significações para letra G, na Estrela Flamígera: Geometria, Geração, Gravidade, Gênio e Gnose.

Geometria: trata-se da Geometria aplicada à construção do Universo; o polimento do homem, para que seja digno de ocupar o seu lugar no edifício social;

Geração: o Companheiro é chamado a fazer a Obra da Vida, pondo em ação a sua energia vital, que extrai dos conhecimentos que possui sobre a sua própria existência;

Gravidade: a "Atração universal" que tende a aproximar os corpos da ordem física, corresponde, na Arte Real ao amor fraterno;

Gênio: consiste na exaltação fecunda de nossas faculdades intelectuais e imaginativas;

Gnose: em grego, quer dizer "conhecimento". É o conjunto das noções comuns a todos os iniciados.

Quanto à posição da Estrela Flamígera os rituais dos diversos ritos maçônicos não são unânimes: uns, preconizam sua colocação no alto do recinto do Templo; outros, à frente do Trono; alguns, atendendo a que ela é de brilho intermediário, isto é, de luminosidade simbolicamente situada entre a luz ativa do sol e a luz passiva ou reflexa da lua, opinam situá-la no meio do teto do Templo, dependurada, ou pelo menos, no Meio-Dia, onde à maneira inglesa, está o 2º Vigilante. Ainda outros a consideram uma "estrela do Ocidente".

Na Estrela Flamígera não se confundem as chamas, com raios luminosos. As chamas nos vêm dos egípcios que consideravam o símbolo estrelado como a união da filha de Ísis com filho do sol, considerada ponto de partida, semente universal de todos os seres...

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