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segunda-feira, 6 de maio de 2019

CADEIRA VAZIA

CADEIRA VAZIA
(republicação)

Em 03.07.2014 o Respeitável Irmão Vitorino Ribeiro, membro da Loja Estrela do Noroeste, 265, GLESP, Oriente de Pirajuí, Estado de São Paulo, solicita o seguinte esclarecimento: 
vitorinoribeiro@uol.com.br 

Cadeira Vazia No Oriente 

Em nosso Templo, mais precisamente no Oriente no canto oposto a mesa do Secretário existe uma Cadeira revestida com um pano negro, e ao procurar saber a origem e o motivo, os três Irmãos mais antigos não souberam explicar; um deles diz que acha esse costume vem desde o tempo em que a Loja pertencia ao Grande Oriente do Brasil; acontece que já participei de inúmeras Sessões em Templos do GOB e nunca vi nada nem parecido. Pergunto: em Maçonaria existe esse costume de manter uma Cadeira reservada aos espíritos dos Irmãos que partiram para o Oriente Eterno? 

Considerações:

Essa é mesmo de trincar o... (censurado). É lamentável que ainda existam essas aberrações impostas por alguns que no mínimo não aprenderam o que é Maçonaria. Ora, o GOB não preconiza não essa ilação de manter cadeira vazia para espíritos no Templo. Basta consultar os seus rituais e ver-se-á que isso não existe. 

A Maçonaria respeita e é tolerante com as crenças alheias, todavia não as promulga nas suas Lojas. Então, o costume de manter cadeira reservada na Loja para os mortos, além de ato irresponsável, é mera invenção e deve ser evitada como procedimento maçônico, até porque essa atitude inclusive feriria a crença daqueles que não compactuam com esse exercício. 

Para aqueles que querem impor esses créditos, lembro que a sala da Loja não é local para essas práticas. Embora a Maçonaria tenha nos ensinado a não zombar e nem se colocar contra as crenças alheias, ela também não nos permite exposições, discussões e proselitismos religiosos dentro dos seus Templos. 

Como o GOB foi citado, veja o exemplo da sua Constituição no seu Artigo 2º, Inciso VII: a proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria político-partidária, religiosa (o grifo é meu) e racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome. 

Ainda em relação ao GOB, que nada tem a ver com essa tal “cadeira vazia para os mortos”, segue um pequeno trecho do Ritual de Aprendiz, REAA em vigência (2.009), páginas 114 e 115: Agora, devo também prevenir-vos de que não imagineis que zombamos das crenças religiosas. – Julgamos, sim, que a nossa maior homenagem ao Grande Arquiteto do Universo, como Instituição Universal e Eclética que somos, é admitir, na nossa Ordem, para conviver fraternalmente , todos os homens livres e de bons costumes, qualquer que seja a sua religião. 

O que muitos maçons ainda precisam aprender é que conviver fraternalmente, no caso das crenças religiosas, não significa expor e apregoar credos individualistas, porém conviver ecumenicamente com eles sem se confundir com atos que denotem a ideia de conversão doutrinária ou um sistema sectário. 

Ainda. Para não fugir às mentes inventivas de alguns que assolam a nossa Instituição, essa “estória de cadeira vazia” pode possuir resquício em uma pretensa ligação com as Sessões Fúnebres onde em linhas gerais existe ritualisticamente uma cadeira vazia que geralmente suporta as insígnias do finado nas exéquias. Provavelmente algum “iluminado” resolveu manter essa “cadeira” indistintamente como mobiliário da Loja nas sessões maçônicas sob a alegação de que o lugar seria preservado para o saudoso Irmão. Valha-me Deus!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.561 Florianópolis (SC) – terça-feira, 6 de janeiro de 2015

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