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domingo, 19 de maio de 2019

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
Ir∴ Nêodo Ambrosio de Castro

O Rito Escocês Antigo e Aceito, nasceu na França, como "o rito dos Stuart, da Inglaterra e da Escócia" tendo sido a primeira manifestação maçônica em território francês (1649), antes mesmo da fundação da Grande Loja de Londres (1717).

Desde a criação da Grande Loja de Londres em 1717, apareceram na França dois ramos distintos da Maçonaria. Um dependente da Grande Loja de Londres e outro (escocês) autônomo que não estava ligado a nenhum sistema obediencial.Viviam sob o antigo preceito maçônico de que os maçons tinham o direito de constituir lojas sem prestar contas de seus atos a uma autoridade ou poder supremo ("O Maçom Livre na Loja Livre").

As Lojas Escocesas eram maioria na França. Até 1766, somente três Lojas, entre as 487 Lojas existentes, tinham patente da Grande Loja de Londres.

Em 1758 criou-se, no escocesismo, os altos graus (25 graus do chamado rito de Héredom) que, no entanto, só foi plenamente estabelecido 1801 com a fundação em Charleston (Estados Unidos), do primeiro Supremo Conselho do Mundo do chamado Rito Escocês Antigo e Aceito.

A DOUTRINA INICIÁTICA DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

Os principais pontos da Doutrina do Rito Escocês Antigo e Aceito estão contidos nas instruções dos três Graus Simbólicos.

Embora existam variações de Obediência para Obediência e de país para país, as linhas mestras de doutrina estão sempre presentes e podem servir para os ensinamentos em qualquer parte do mundo. São elas:

1. A maçonaria é uma associação íntima de homens e mulheres escolhidos, cuja doutrina tem por base o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus; como regra: a lei Natural; por causa: a Verdade, a Liberdade, a Fraternidade e a Caridade; por frutos: a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por finalidade: a felicidade de todos os povos, que ela procura, incessantemente, reunir sob sua bandeira de Paz. Assim, nunca deixará, a Maçonaria, de existir no gênero humano.

2. Os deveres de um Maçom são:

· Honrar e venerar o Grande Arquiteto do Universo, a quem agradece, todos os dias,pelas boas ações que pratica, em relação ao próximo, e os bens que lhe couberem em partilha. 

· Tratar todos os seres humanos como seus iguais irmãos, sem distinção de sexo, raça, nacionalidade e classe social. 

· Combater a ambição, o orgulho, o erro e os preconceitos. 

· Lutar, sempre, contra a ignorância, a mentira, o fanatismo e a superstição, que são flagelos provocadores de todos os males que afligem a humanidade e impedem o progresso. 

· Praticar a justiça recíproca, como verdadeira salvaguarda dos direitos e dos interesses de todos, e a tolerância, que dá, a cada um, o direito de escolher suas opiniões e seus credos religiosos. 

· Deplorar os que erram, esforçando-se, todavia, para reconduzi-los ao caminho da Verdade. 

· Socorrer os infortunados e os aflitos. 

Esses deveres são cumpridos, porque o Maçom deve ter fé, que lhe dá a Coragem, a Perseverança, que vence os obstáculos, e o Devotamento , que o leva a praticar o Bem, mesmo com o risco de sua vida e sem esperar nenhuma outra recompensa além da tranqüilidade de consciência.

3. O Sinal do Primeiro Grau significa a honra de saber guardar o segredo preferindo ter a garg\cort\a revelar os Mistérios da Ordem; significa também, que o braço direito, símbolo da Força, está concentrado e imóvel para defender a Maçonaria, com suas Doutrinas e seus Princípios.

4. Os passos em esquadria, representam o cruzamento de duas linhas perpendiculares, único caso em que formam quatro ângulos retos iguais, simbolizando a Retidão do caminho seguido e a Igualdade, um dos princípios basilares da Instituição.

5. O candidato à iniciação consegue penetrar no Templo por três pancadas, cujo significado é: "Batei e sereis atendido; pedi e recebereis; procurai e encontrareis".

6. O candidato deve ser recebido numa Loja justa, perfeita e regular. Para que uma Loja seja Justa e Perfeita, é preciso que três a governem, cinco a componham e sete a completem. Existe outro conceito: Uma Loja é justa quando estão presentes, no mínimo, sete Obreiros, e é perfeita quando o Livro da Lei está aberto sobre o Altar dos Juramentos. Loja regular é aquela que pertence a uma Obediência Maçônica regular e reconhecida.

7. A venda nos olhos do candidato simboliza as trevas e os preconceitos do mundo profano, mostrando, também, a necessidade que tem o ser humano, de procurar a luz entre os iniciados. O pé descalço, além de demonstração de respeito ao adentrar o Templo, provocará uma marcha claudicante, que simboliza o árduo caminho do candidato, em direção a luz. O braço e o peito desnudos significam que o candidato dará o seu braço em defesa da Ordem e o seu coração a todos os seus Irmãos. As pontas do Compasso, sobre o peito, mostram, ao candidato, que, se em sua vida profana, os seus sentimentos e as suas ações não foram reguladas por esse instrumento da exatidão, isso deverá acontecer a partir de sua Iniciação.

8. A Pedra Bruta é o emblema do Aprendiz, com representação de tudo aquilo que se deve ser aperfeiçoado. O trabalho de desbastamento, esquadrejamento e polimento da Pedra Bruta simboliza o próprio aperfeiçoamento moral e espiritual do Neófito.

9. As Colunas Vestibulares do Templo possuem, simbolicamente, as dimensões das colunas do Templo de Jerusalém: 12 de circunferência, 12 de base e 5 nos capitéis. Essas dimensões, para colunas não destinadas à sustentação, vão contra as regras da Arquitetura, no sentido de mostrar que a Ciência e o Poder do Grande Arquiteto do Universo estão além das dimensões e dos julgamentos humanos. As romãs, que as adornam, com milhares de sementes contidas no mesmo fruto, embora em diversos compartimentos, simbolizam o próprio povo maçônico universal, que, por mais multiplicado que seja, constitui uma só família.

10. O Pavimento de Mosaico, formado por elementos brancos e negros, e o emblema da irregularidade do solo e das dificuldades da caminhada iniciática; simboliza, também, os opostos; a Virtude e o vício, a Boa e a má sorte, a Sabedoria e a ignorância, o Bem e o mal. Com os quadrados brancos e negros, unidos pelo mesmo cimento, ele é o símbolo, também, da união entre os Maçons do planeta, independentemente de raças, cores e credos políticos e religiosos.

11. A Espada Flamejante é o símbolo da Justiça, que deve punir todos os que se afastarem do caminho do Bem; mostra, também, com sua forma estilizada de um raio, que a justiça deve ser pronta e rápida, como um raio.

12. O Esquadro, como jóia do Venerável Mestre, mostra que o dirigente de uma Oficina deve, sempre, pautar os seus atos pela mais absoluta retidão de caráter. O Nível, jóia do Primeiro Vigilante, simboliza a igualdade social, que é a base do direito natural. O Prumo, jóia do Segundo Vigilante, mostra que o Maçom deve ser reto em seus julgamentos, sem ser influenciado por interesses pessoais, ou pelos seus próprios sentimentos. O Nível e o Prumo, separados, nada valem numa construção; ambos, todavia, completam-se, mostrando-se, que o Maçom deve cultuar a Igualdade, nivelando todos os seres humanos, e a Retidão, que não o deixará pender, para qualquer dos lados, pela amizade, ou pelo interesse.

13. A Loja, simbolicamente, apoia-se em três colunas (ou pilares); Sabedoria, Força e Beleza. O Venerável representa a coluna da Sabedoria porque dirige os Obreiros; o 1º Vigilante representa a coluna da Força porque paga, aos Obreiros, o salário, que é a força e a manutenção da vida; o 2º Vigilante representa a coluna da Beleza, porque faz repousar os Obreiros, fiscalizando o seu trabalho. A Sabedoria, a Força e a Beleza são complementos de todas as obras humanas; sem elas nada é perfeito e durável, pois a Sabedoria cria, a Força sustenta e a Beleza adorna.

14. A Maçonaria combate a ignorância, em todas as suas formas, porque a ignorância é a mãe de todos os vícios e o seu princípio é nada saber, saber mal o que se sabe e saber coisas outras além do que deveria saber. Não pode, o ignorante, medir-se com o sábio, cujos princípios são a tolerância, o amor e o respeito a si próprio. É por isso que os ignorantes são irascíveis, grosseiros e perigosos; perturbando e desmoralizando a sociedade, evita que os seres humanos conheçam os seus direitos e saibam, no cumprimento dos seus deveres, que, mesmo com constituições liberais, um povo ignorante é escravo.Inimigos do progresso, afugentam as luzes, aumentam as trevas e permanecem em eterno combate contra a Verdade, a Perfeição e o Bem.

15. A Maçonaria combate o fanatismo, porque a exaltação religiosa perverte a razão e leva os insensatos à prática de ações condenáveis, em nome de Deus e sob o pretexto de honrá-lo. O fanatismo é uma doença mental, desgraçadamente contagiosa, que, estabelecida num país, toma foros de lei, como nos execráveis autos da fé, que fizeram perecer milhares de homens e mulheres úteis a sociedade. A superstição é um falso culto mal compreendido, pleno de mentiras, contrário a razão e as idéias sãs, que se deve fazer de Deus; é a religião dos ignorantes, dos timoratos. O fanatismo e a superstição são os maiores inimigos da religião e da felicidade das nações.

16. A Solidariedade, que deve existir entre os Maçons, é a mais pura e fraternal, mas deve ser restrita aos que praticam o bem e sofrem os espinhos da vida; aos que, nos trabalhos lícitos e honrados, são infelizes; aos que embora com fortuna, sentem na alma, o amargor das desgraças. Onde houver uma causa justa, aí deverá se fazer sentir a solidariedade maçônica. Quando, entretanto, um Maçom , olvidando os princípios da Ordem, desvia-se da moral, tornando-se um mau cidadão, um mau pai, uma má mãe, um mau filho, uma má filha, um mau marido, uma má esposa, um mau irmão, uma má irmã, um mau amigo e uma má amiga; quando, cego pelo ódio ou pela ambição, pratica atos considerados indignos de um Maçom, ele rompe o compromisso de solidariedade que não mais poderá existir, pois, se ela fosse mantida, haveria a conivência com atos degradantes. Assim, o Maçom que procede mal, perde todo o direito ao auxílio material e, principalmente, ao amparo moral de seus Irmãos.

17. A Maçonaria combate a escravidão, porque todo o ser humano é livre, podendo, porém, estar sujeito a entraves sociais, que o privem, momentaneamente, de uma parte de sua liberdade e - o que é pior - o tornem escravo de suas próprias paixões e de seus preconceitos. É desse jugo, exatamente que se deve libertar o candidato à Luz Maçônica, já que o ser humano que abdica, voluntariamente, de sua liberdade, não pode contrair nenhum compromisso sério.

18. Os instrumentos necessários à transformação da Pedra Bruta em Pedra Cúbica são: a princípio, o Maço e o Cinzel, em seguida a Régua e o Compasso, depois a Alavanca e, finalmente, o Esquadro. O Maço e o Cinzel, como instrumentos destinados e desbastar a Pedra Bruta, mostram, ao Maçom, como devem ser corrigidos os seus defeitos, tomando sábias resoluções (simbolizadas pelo Cinzel), que uma enérgica determinação (simbolizada pelo Maço) coloca em execução. A Régua, permitindo o traçado de linhas retas, que se podem prolongar ao infinito, simboliza o direito inflexível, a lei moral, no que ela tem de mais rigorosa e imutável. A esse absoluto, opõe-se o círculo da relatividade, cujo raio é medido pelo afastamento das hastes do Compasso; como são limitados os meios de realização humana, o plano de trabalho deve ser traçado, levando em conta não só a idéia do abstrato, que deve ser seguida (Símbolo= Régua), como a realidade concreta (Símbolo=Compasso), com as quais o ser humano está acostumado. A Alavanca simboliza o poder irresistível de uma inarredável vontade, quando sabiamente aplicada; a Régua, todavia, é aplicada junto com a alavanca, para mostrar os limites do poder e por que a vontade só é invencível quando colocada a serviço do direito absoluto. O Esquadro, permitindo controlar o corte das pedras,que devem ser regulares, para que se ajustem umas as outras, com exatidão, determina, ao Maçom, que a perfeição consiste, para o ser humano, na justeza com que se coloca na sociedade,

19. O sábio humilha-se, sempre, quando em presença de uma verdade que ele reconhece superior à sua compreensão, esquiva-se, assim, de ser o instrutor das multidões, porque, conscientemente, jamais poderia satisfazer-lhes a justa curiosidade e, na impossibilidade de fazê-las compreender o erro e de conduzi-las ao real caminho da Verdade, abandona-as às suas grosseiras fantasias. O verdadeiro Iniciado, todavia, tem o dever de acudir em auxílio a todos os que ele julgar iniciáveis, daquele que, independentes, revoltam-se contra as tiranias e as arbitrariedades, pois estes merecem ser ensinados a procurar os níveis, daquele que, independentes, revoltam-se contra as tiranias e as arbitrariedades, pois estes merecem ser ensinados a procurar o Real, o Verdadeiro, sem a preocupação, nem a esperança de triunfo, que só é alcançado pelo repouso de uma inteligência satisfeita. Embora, na realidade o ser humano nunca possa chegar a saber, ele procura saber, buscando, avidamente, adivinhar o Eterno Enigma, o enigma da vida, crente de que este é o seu mais nobre e mais elevado destino. A Verdade, esse mistério inacessível, que atrai o ser humano com uma força irresistível, é muito vasta, muito viva, muito livre e bastante sutil, para se deixar prender, imobilizar, estereotipar e petrificar na rigidez de um sistema qualquer que ele seja. Os artifícios e as roupagens com as quais a Verdade é revelada, para ser dada ao conhecimento público, só servem para deturpá-la, tornando-a, geralmente, irreconhecível, já que tudo o que se procura objetivar com o auxílio de subterfúgios, será sempre um reflexo ilusório, uma imagem apagada da grande Verdade, que o Iniciado busca, em vão, contemplar e encarar. Para isso, ele recebe a iniciação, que ensina, principalmente co Companheiro e, em primeiro lugar, a esquecer tudo aquilo que lhe é próprio, para, em seguida, concentrar-se, descendo ao âmago dos próprios pensamentos, com o intuito de se aproximar da fonte da pura Verdade, instruindo-se, assim, não pelas sábias lições dos Mestres, mas pelo exercício constante de Meditação. Assim procedendo, ele não conseguirá, naturalmente, aprender tudo quanto encerram os livros e ensinam as escolas. Mas, para que sobrecarregar a memória, se, muitas vezes o ser humano engana-se com o caráter ilusório do que lhe parece verdadeiro? o simplesmente ignorante está mais próximo da verdade do que do fátuo e arrogante, que se jacta de uma ciência enciclopédica, apoiada, unicamente, em falsas noções. Em matéria de saber, a qualidade supera a quantidade; é preferível saber pouco, mas este pouco saber bem. Deve, o Iniciado, saber distinguir o real do aparente, não se apegando, apenas, às palavras, às expressões, por mais belas que elas pareçam; deve se esforçar para discernir aquilo que é inexplicável, intraduzível, a Idéia-Princípio, o âmago, o espírito, sempre mal e imperfeitamente interpretado nas mais bem construídas frases. Só dessa maneira é que ele afastará as trevas do mundo profano e atingirá a clarividência dos Iniciados verdadeiros. Estes se distinguem pela penetração de espírito e pela capacidade de compreensão que possuem. Grandes sábios e célebres filósofos têm permanecido profanos, por não terem compreendido o que obscuros pensadores conseguiram discernir por si mesmos, à força de refletirem e meditarem, no silêncio e no recolhimento. Para ser um verdadeiro Iniciado, pode-se ler pouco, mas pensar muito, meditar sempre e, principalmente, não ter receio de sonhar.

20. Tudo, no mundo, parece, com exceção do sol, da inteligência e do amor, de que o Grande Arquiteto do Universo se fez o santuário, onde desmoronam os lances infernais do gênio do mal, que tende a secar as fontes da felicidade humana. A Maçonaria nasceu e fortificou-se para enfrentar, destemidamente a todos os males que enfraquecem o ser humano. Ao ser recebido no Grau de Mestre, o Iniciado terá a plena certeza de que é digno de partilhar dos trabalhos constantes dos Maçons, na guerra, em que, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, empenham todos os seus esforços e todo o seu amor em prol da humanidade. Sua responsabilidade estará aumentada; se a Ordem lhe assegura, por toda parte passagem e proteção, ela espera, também, o seu esforço contínuo, o seu trabalho ininterrupto, em favor da libertação das inteligências oprimidas, e a sua coragem, a toda prova, quando precisar se arriscar para salvar os seus Irmãos. O Mestre deve irradiar, por toda a parte a luz que recebeu; deve procurar, na sociedade profana, os corações bem formados, as inteligências livres, os espíritos elevados, que fugindo dos preconceitos e da vida fácil, buscam uma vida nova e podem se tornar elementos úteis e poderosos para a difusão dos princípios maçônicos; deve aprender a dominar-se e fugir de todo sectarismo. Sendo amigo da Sabedoria, deve guardar sempre, o equilíbrio mental, que caracteriza o ser são de espírito. Não se constrói um edifício, apoiando-o sobre uma única coluna; assim, o Mestre deve saber, no seu trabalho de construção moral e intelectual, equilibrar, sempre, os ensinamentos da razão com os sentimentos do coração. Deve recordar que a Maçonaria vai sempre, em auxílio dos desgraçados, quaisquer que sejam suas opiniões; que, em sua ação social, ela liberta as consciências e reaviva a coragem daqueles que nada mais esperam. Deve saber, enfim, o Mestre, que, se como um novo Hiram Abi, ele estiver a ponto de receber um golpe fatal, vibrado por inconscientes e revoltados, todos os seus Irmãos saberão defendê-lo e que, se sucumbir gloriosamente, no cumprimento do dever, todos os Mestres dedicados procurarão, mais tarde, os vestígios de suas obras, porquanto o ramo de acácia servirá para que reconheçam os esforços que ele fez, em benefício do desenvolvimento da Sublime Ordem.

21. Os instrumentos necessários à complementação do trabalho simbólico dos Maçons são: o Cordel, o Lápis e o Compasso. Nas construções, o cordel serve para marcar todos os ângulos do edifício, fazendo-os iguais e retos, para que os alicerces possam suportar a estrutura; com lápis, o arquiteto traça os diversos planos para a construção e orienta os operários; o compasso serve para determinar, com precisão, os limites e as proporções das diversas partes da construção. Já na Maçonaria, que é simbólica e não mais de ofício (ou operativa), esses utensílios são aplicados por analogia, aos preceitos da moral difundida pela Ordem. Dessa maneira, o cordel indica a linha de conduta do Mestre, sem falhas e baseada nas verdades contidas no Livro da Lei; o lápis adverte-o que seus atos, palavras e pensamentos são observados pelo Grande Arquiteto do Universo, a quem ele deve prestar contas de seu procedimento na vida; o compasso, por fim, lembra a justiça de Deus, imparcial e infalível, mostrando que é necessário distinguir o Bem do mal, a justiça da iniqüidade, para que o Mestre fique em condições de apreciar e medir, com justo valor, todos os atos que tiver que praticar.

22. A união do Esquadro e do Compasso forma a insígnia do Mestre. O Esquadro regula o trabalho do Maçom, que deve agir com retidão, inspirado na eqüidade; o compasso dirige essa atividade esclarecendo-a, para que produza a mais judiciosa e fecunda aplicação. O compasso, todavia, é que é o utensílio dos Mestres, pois só eles sabem manejá-lo com precisão, medindo todas as coisas, levando, porém, em consideração a sua relatividade. A razão do Mestre, fixa como a cabeça do compasso, julga os acontecimentos de acordo com as causas ocasionais; o seu julgamento inspira-se não nas rígidas graduações da Régua, mas num discernimento, baseado na adaptação rigorosa da lógica à realidade. 

Ir∴ Nêodo Ambrósio de Castro - M I - 32º REAA
ARLS Centenária Benso di Cavour n° 028 - GLMMG
Or∴ Juiz de Fora MG

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