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domingo, 2 de junho de 2019

ELEVAÇÃO

ELEVAÇÃO
(republicação)

Em 12.09.2014 o Respeitável Irmão Morel Marques Andrade, Loja Luz e Liberdade, 1.191, REAA, GOB, Oriente de Morrinhos, Estado de Goiás, apresenta as seguintes questões: 
leromma@yahoo.com.br 

Elevação: 

1. O Irmão Aprendiz depois que o Venerável abaixa a sua abeta, o Mestre de Cerimônias conduz o Companheiro entre Colunas ficam à Ordem? (segundo um Irmão mais velho de Loja tem que ficar com sinal de ordem de Aprendiz) no meu entender não, pois a abeta já está baixada, o Companheiro está desnudo e não foi ensinado os ensinamentos do Grau. 

2. No juramento o Aprendiz segura o Compasso com a mão esquerda com as pontas viradas para o coração, assim como é na iniciação? No ritual de Companheiro não tem expressado, Qual é a simbologia desse ato?

Considerações: 
1 - Levando-se em consideração o consuetudinário maçônico relativo ao Rito quando em Loja aberta o Obreiro estando em pé e parado deverá estar à Ordem, o Irmão que acaba de ser elevado, mesmo que já tenha a abeta do seu avental abaixada (consagrado como Companheiro) e ainda não tenha recebido as instruções inerentes ao Sinal, Toque e Palavras, em cumprimento à regra de se estar à Ordem antes mencionada, ele deve ainda se manter compondo o Sinal de Aprendiz. Assim que ele na sequência da cerimônia conheça e aprenda o Sinal Cord∴, passa então a compô-lo.

A propósito, alguém só estaria “desnudo” em Loja se porventura cometesse a irregularidade de não estar vestindo o avental. Essa regra só é dispensada na cerimônia de Exaltação devido os procedimentos que compõem a representação lendária inerente à passagem para o Grau de Mestre pelo Companheiro que está prestes a mudar de Grau. Nada tem a ver a eventual não composição do Sinal com o termo “desnudo”. 

2 – Embora a nossa matriz cultural seja francesa por excelência que se sustenta no “vale o que está escrito” onde cotidianamente uma boa parcela dos seus membros não leva em conta que a Maçonaria é consuetudinária nos seus usos e costumes, vou emitir o meu parecer fundado nos costumes - do adjetivo “costumeiro, costumado, habitual” - embora eu já tenha proposto desde 2.013 ao GOB que se coloquem melhores explicações para o procedimento no Ritual (ainda aguardo resposta). 

No grau de Aprendiz, deveria (verbo transitivo direto conjugado no futuro do pretérito) estar assim explicado conforme mencionado por alguns autores confiáveis: Na Iniciação: - ajoelhado sobre o joelho esquerdo, tendo a mão direita colocada sobre as Três Grandes Luzes Emblemáticas enquanto segura na mão esquerda um Compasso aberto a 45 graus com uma ponta apoiada na região cordial (coração) e a outra apontada para cima. 

Na Elevação: - ajoelhado sobre o joelho direito, tendo a mão direita colocada sobre as Três Grandes Luzes Emblemáticas enquanto segura na mão esquerda um Compasso aberto a 90 graus com uma ponta apoiada na região cordial (coração) e a outra apontada para cima. 

Na Exaltação: - ajoelhado sobre os dois joelhos, tendo a mão direita colocada sobre as Três Grandes Luzes Emblemáticas enquanto segura na mão esquerda um Compasso fechado, cujas duas pontas das hastes ficam apoiadas na região cordial (coração). 

Dentre outros significados, o Compasso apoiado na região cordial denota que o coração (sede das emoções) é regido pelo instrumento da justa medida (Compasso). 

Quanto ao significado das aberturas do instrumento: aberto em 45º denota a metade do ângulo do canto (90º) – o Mestre determina o máximo da abertura para o Aprendiz que ainda não utiliza o instrumento da justa medida para o desbaste da pedra. Aberto em 90º (ângulo do canto perfeito) implica as esquinas do edifício no nivelamento e aprumada da Obra. 

O Companheiro elevando a construção, fiscalizado pelo Mestre já pode utilizar no ofício a justa medida para o canto (90º). Por fim, o Compasso fechado significa o estágio de domínio perfeito por aquele que detém o instrumento. O Compasso fechado implica que o Mestre pela maior ou menor abertura traça inúmeros círculos (domínio do instrumento) até a abertura máxima ou ângulo raso (180º) – segmento de uma linha. 

Em tese, todas essas posições relacionadas ao Compasso significam “evolução”, desde a Intuição, passando pela Análise até a Síntese (senda iniciática). 

De qualquer maneira esse deveria ser o entendimento correto. Agora se nem todos os rituais trazem essas particularidades e, à moda dos que defendem “tem que estar escrito para valer”, então é a minha vez de perguntar: o que fazer? 

Finalizando. Do que foi até aqui comentado, nada implica em incentivar desrespeito ao ritual em vigência. Essa é apenas a minha opinião. Antes que os Irmãos questionadores de plantão e favoráveis ao lema “onde está escrito” me crucifiquem, exorto-os, pois, a melhor explicarem esse procedimento ritualístico. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.588 - Florianópolis (SC) – segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

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