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quinta-feira, 25 de julho de 2019

O TERNÁRIO E O GRAU DE APRENDIZ

O TERNÁRIO E O GRAU DE APRENDIZ
Ir∴ Gelson Chagas França, a∴m∴
ARLS Antunes Ribas - Or∴ de Pelotas - RS

E então, fez-se a luz, agora, como aprendiz, inicio minha jornada degraus acima na Escada de Jacó, inexperiente como a própria marcha do aprendiz maçoM quando entra no templo por não saber ainda caminhar sozinho.

O número um representa a unidade universal, princípio de tudo, Deus. No homem, a sua manifestação se faz por sua maneira de pensar, agir, ou seja, é a individualidade que caracteriza cada um de nós, por ser inteligente tem plena convicção que é um apesar de estar cercado de tantos iguais a ele.

O número dois representa a dualidade da manifestação, contradição. Representa todos os princípios antagônicos, bem e mal, luz e trevas, verdade e falsidade, símbolo da dúvida quando nos assalta o espírito. Até na matemática o número dois provoca confusão, pois, ao vermos o número quatro ficamos na dúvida se é o resultado da soma ou multiplicação entre dois números dois.

O número três, número de alto valor místico para todas as civilizações além das tríades divinas que sempre existiram em todas as religiões, representa a trindade ou perfeição, primeiro dos números considerados perfeitos. É obtido adicionando-se uma unidade ao número dois. Feito isso, a diferença, o antagonismo, o desequilíbrio que existem no número dois acabam e o número três acaba se convertendo. Esta nova unidade é diferente da unidade do número um pois existe por si só, é estável e tangível. Portanto, o número três é o símbolo da perfeição, é considerado o número da luz, da expressão da eterna estabilidade das leis divinas.

No grau de aprendiz, o ternário é encontrado em toda parte: na sua idade que é três anos, em sua marcha, que comporta três passos; em sua bateria, que é feita por três golpes, enfim , nos degraus do templo, que são em numero de três os quais o aprendiz deve escalar para chegar ao venerável depois de atingir o oriente. Os três degraus do templo maçônico no grau de aprendiz mostram os esforços que este deve fazer para se libertar do plano físico, primeiro, ultrapassar o plano astral, segundo, e, enfim, sua ascensão aos planos superiores. degraus esses simbólicos, não são presentes nos templos maçônicos, estão indicados no painel da loja de aprendiz.

Três são os pilares que sustentam a loja: sabedoria (venerável – jônica), força (1ª vigilante – dórico) e a beleza (2º vigilante – coríntio).

A sabedoria nos guia em tudo que fazemos, a força nos sustenta em nossas dificuldades e a beleza adorna o homem interno. O universo é o templo da deidade a que servimos e a sabedoria, a força e a beleza estão ao redor de seu trono como colunas de suas obras porque a sabedoria é infinita, a força é onipotente e a beleza resplandece na simetria e ordem de toda criação. A loja é sustentada por estes três pilares porque são executores de todos os trabalhos e ninguém sem eles pode levá-los adiante.

Deve existir um quarto pilar no canto norte, virtual, não material como os outros três, é o pilar da inteligência suprema, por isso não aparece e não pode ser materialmente representado.

Temos as jóias fixas da loja, a pedra bruta que é a do grau de aprendiz, a pedra cúbica do grau de companheiro e a prancha de traçar do mestre.

A pedra bruta simboliza a personalidade rude do aprendiz cujas arestas ele aplana, é a imagem alegórica do profano antes de ser iniciado nos mistérios maçônicos.

O malho, o cinzel e a régua de 24 polegadas, instrumentos do aprendiz, indispensáveis no polimento da pedra bruta, o malho simboliza a força do 1º vigilante, o cinzel representa a beleza, atributo do 2º vigilante e a régua a sabedoria do venerável mestre.

Em loja de aprendiz, sobre o livro da lei, o esquadro é colocado sobre o compasso, aliás, são as três grandes luzes emblemáticas da loja. O esquadro se relaciona com a matéria e o compasso com o espírito e sua posição sobre o livro varia conforme o grau, no de aprendiz, a matéria ainda predomina sobre o espírito, daí o esquadro sobre o  compasso, de pontas voltadas para o ocidente e em 45º. Sua abertura indica o nível do conhecimento humano sendo esta limitada ao máximo de 90º ,ou seja,¼ do mesmo. A posição do esquadro sobre o compasso também significa que estando o aprendiz trabalhando apenas a pedra bruta desbastando-a, não pode fazer uso do compasso enquanto sua obra não estiver perfeitamente acabada, polida e esquadrejada.

Sobre as colunas j e b (ao norte e ao sul), as três romãs entreabertas representando a prosperidade e solidariedade das lojas pela afinidade de seus grãos, são símbolos de harmonia social, imagem do povo maçônico ,por mais multiplicado que seja, constituem uma e a mesma família, com suas sementes apoiadas umas nas outras (maçons) para que o fruto forme o seu invólucro (loja).

A corda de 81 nós, símbolo da união fraternal dos maçons, cujas extremidades terminam em uma borla que fica em  cada lado da porta do templo representando a prudência e a justiça. É um dos ornamentos do templo encontrada junto ao teto acima das colunas zodiacais que são doze, seis signos ao norte: aries, touro, gêmeos, câncer, leão e virgem; e seis ao sul: libra, escorpião, sagitário, capricórnio, aquário e peixes. Áries representa o mês de março, quando se inicia o calendário maçônico.

O nó central da corda deve estar acima da cabeça do venerável acima do dossel, se o mesmo for baixo ou abaixo do dossel e acima do delta se o mesmo for alto. O número 81 é o quadrado de 9 que é o quadrado de 3. Restam 40 nós que para cada um dos lados do templo, fora o nó central, número simbólico da penitência e da expectativa. o nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de deus, princípio e fundamento do universo.

Chegamos então ao triângulo, tão presente pelo templo, que nada mais é que a representação geométrica do número três tendo os mesmos significados deste. O triângulo, composto por três linhas e três ângulos, forma um todo completo e indivisível, todos os outros polígonos se subdividem em triângulos; portanto são compostos de triângulos. A matemática e, sobretudo a geometria, eram fundamentos de doutrinas ocultas. Segundo pitágoras, “deus geometriza”, logo o triângulo é o símbolo da existência da divindade, bem como de sua “potência criadora”.

Por fim, lembrei–me da primeira coisa que me foi dada em loja, o avental de aprendiz maçom. De cor branca, na condição de aprendiz devo usá-lo com a abeta levantada. O único símbolo capaz de caracterizar os maçons em trabalho é o avental, não há símbolo mais importante que o avental. Seu uso é indispensável e de tal importância que costuma-se dizer que o maçom sem ele está despido ou indevidamente vestido. Um dos significados é que o aprendiz, por ainda não saber trabalhar, utiliza a abeta levantada para maior proteção durante o desbastar da pedra bruta. Mas, há outro significado, se observarmos, o mesmo é formado por duas figuras geométricas que são o quadrado e o triângulo, este último representando a primeira das figuras geométricas e, sendo o quadrado a soma de dois triângulos, também pode-se dizer que são três triângulos.

O avental do aprendiz tem sua abeta triangular ou ternária para simbolizar o espírito, significa que nesta etapa a alma adeja sobre o corpo mas dificilmente se pode dizer que opera através dele. A abeta levantada dá a entender que o aprendiz não se despegou das contingências materiais, visto não ter-se operado ainda a transformação da pedra bruta em pedra polida. A abeta é a mais perfeita figuração geométrica que orna o avental maçônico. A parte inferior, quaternária dada sua forma quadrada representa a matéria. Demonstra que o espírito, embora integrado na matéria, é separado desta, sobrepondo-se a ela fim de construir os planos de ação aperfeiçoados, dos conhecimentos e costumes humanos. Com a abeta levantada, o avental forma cinco ângulos correspondentes aos cinco sentidos da vida, visão, audição, gustação, olfato e tato, por meio dos quais podemos colocar o mundo material em que vivemos em relação com os cinco pontos de perfeição que o maçom deve procurar desenvolver moralmente dentro de si. O triângulo formado pela abeta posando sobre o quadrado que é o avental lembra o aspecto dualístico do homem, formado de alma e corpo, espírito e matéria. o polígono novo formado pelo avental do aprendiz com a abeta levantada simboliza o trabalho material do iniciado ao se entregar á modelação da pedra bruta. O aprendiz educa o espírito para dominar a matéria dominando suas paixões que são os defeitos da matéria, ele assim o faz para poder viver harmonicamente entre os seus irmãos. há também outra explicação oculta no avental com relação aos três triângulos, ou seja, o espírito, o corpo e a alma. o espírito se manifesta por meio da inteligência, o corpo pela matéria e a alma pela vida.

Este foi meu trabalho visando meu primeiro aumento de salário, espero ter colaborado para os que comigo ingressaram no início desta jornada e que tenha sido do agrado dos demais irmãos que já estão à frente.

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