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segunda-feira, 22 de julho de 2019

PALAVRA DE PASSE NO GRAU 2

PALAVRA DE PASSE NO GRAU 2
(republicação)

Em 04.12.2014 o Respeitável Irmão Germano Vieira Filho, Loja Philantropia e Ordem. 1.664, REAA, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, solicita o seguinte esclarecimento. 
GVFILHO@embratel.com.br 

Palavra de Passe – Grau 02. 

Sobre a Palavra de Passe questiono: No nosso ritual diz que a palavra Sch.´. é dada ao entrar em Loja, em Lojas do GOB eu nunca vi isso. Nas Lojas do GOIRJ, a Palavra de Passe é dada durante a Marcha, no momento da troca do Sinal, levando a pensar que o mesmo, se de acordo com o que está escrito no ritual do GOB, deveria ser feito. Qual a sua opinião?

CONSIDERAÇÕES:

A Palavra de Passe do Companheiro no Rito Escocês Antigo e Aceito aqui no Brasil tem tido atualmente o caráter mais iniciático do que do próprio ato de reconhecimento em si (como forma de telhamento). 

Caso alguém apto esteja passando pelo telhamento e na oportunidade seja-lhe solicitada a Palavra de Passe o mesmo a dará simplesmente na forma me costume (sussurrada). 

Obviamente que para tal o protagonista encarregado do telhamento (examinador) terá primeiro que pedir a Palavra, fato que infelizmente a grande maioria dos Irmãos nem mesmo sabem como pedi-la e qual a ocasião oportuna para tal. 

A isso também se soma uma gama imensa dos Rituais que geralmente mencionam a Palavra, literalmente ensinam-na como Palavra de Passe, porém poucos orientam criteriosamente sobre o momento propício para a sua aplicação. 

Assim, pelo andar dessa carruagem o uso da Palavra de Passe acabou ficando mais relacionado ao não menos importante objetivo iniciático do que ao reconhecimento do Grau propriamente dito, já que a exegese iniciática da mesma no Segundo Grau também procura demonstrar o conhecimento e a instrução (aperfeiçoamento) daquele que passa pelo julgamento para demonstrar o seu particular e real conhecimento sobre o Grau em questão – na hipótese de pronúncia da Palavra em desacordo, segundo prevê a lenda (Jefté), o fato implica tacitamente na deficiência de instrução, cujo acesso à Escada em Caracol seria então figuradamente obstado pelo Segundo Vigilante. Essa é com certeza uma concepção iniciática daquele que afirma já ter visto a E∴F∴ (senha de reconhecimento - E∴V∴ a E∴F∴).

Remetendo ainda aos rituais da atualidade, estes então deveriam mencionar o uso da Palavra Sagrada insistentemente também junto com o Telhamento do Grau, isto é: o Obreiro ao passar pelo exame do Companheiro, além do Toque. Sinal e a Palavra Sagrada ele deveria ser igualmente inquirido na sua condição de passar transmitindo a Palavra de Passe – o examinador ao final do reconhecimento pelo Sinal, Toque e Pal∴ Sagr∴ diria por fim: “Dai-me a Palavra de Passe”, o que receberia como resposta do seu interlocutor e de modo sussurrado: “Sch∴”. Para concluir o procedimento, assim que o examinador já tenha recebido a Palavra de modo correto dirá: “Então passe Sch∴”.

A transmissão da Palavra de Passe, atendendo a tradição do Rito, deveria ainda ocorrer quando da abertura dos trabalhos da Loja. Assim cada Vigilante ao percorrer a sua Coluna para o telhamento (verificando se todos são CC∴MM∴) tomaria também junto com os outros procedimentos a Palavra de Passe. 

Entretanto, como vivemos no Brasil em uma matriz latina de Maçonaria onde a mania é quase que patológica do “onde isso está escrito” e os rituais não mencionam claramente a aplicação e explicação sobre a Palavra de Passe, continuamos a viver figuradamente no tal “parece que desliza nesse vai não vai... quando não cai”, deixando pela falta do “onde isso está escrito” uma verdadeira tradição maçônica relegada ao caráter de um procedimento obsoleto sem qualquer outra explicação plausível sobre a sua razão e existência. Isto é: mais uma mera prática legada ao segundo plano que tem servido mais para reforçar e assolar o campo da dúvida. 

Aliás, em se tratando de Grau de Companheiro no Brasil, não há nada que se achar estranho a respeito, já que continuam inclusive tratando esse Grau que indubitavelmente é o mais tradicional da Maçonaria como um “mero grau intermediário”. 

Quanto a minha opinião sobre o procedimento de se mencionar a Palavra de Passe durante a Marcha do Grau, menciono apenas que é mais uma dessas estapafúrdias invenções que tem assolado a Maçonaria brasileira, já que essa Palavra verdadeiramente tem sim é uma característica especial para ser transmitida. Assim tradicionalmente ela deve ser dada sussurrada e apenas quando solicitada, porém nunca como é o caso mencionado na questão, pronunciada aleatoriamente durante a troca de Sinal na execução da respectiva Marcha do Grau! 

Finalizando, esperamos que num futuro próximo possamos aperfeiçoar a didática nos nossos rituais escoceses melhor explicando as ações litúrgicas e ritualísticas em cada um dos respectivos Graus Simbólicos. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews – Informativo nr. 1.670 - Florianópolis (SC) – domingo, 26 de abril de 2015

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