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quinta-feira, 18 de julho de 2019

POSTURA COM O MALHETE

POSTURA COM O MALHETE
(republicação)

Em 05.12.2014 o Respeitável Irmão Luiz Carlos Goulart, Loja Harmonia, 106, REAA, GLESP, Oriente de Registro, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão: 
lcgoulart33@gmail.com 

Pedro. Acompanho sempre a sua coluna no JB News, sou seu admirador pelos conhecimentos demonstrados, sempre embasados nas origens, nas pesquisas dos fatos e no bom senso. Nos Rituais da GLESP trás que o Venerável e os Vigilantes quando de pé, pousam o malhete no lado esquerdo do peito, portanto não fazendo o Sinal. Gostaria de saber as origens deste equivocado procedimento e se as Lojas do GOB o praticam ou já o praticaram. Se dispuser de alguns dados em que possa basear meus argumentos, peço-lhe que me envie, pois fatos repetitivos, embora equivocados, viram verdadeiros paradigmas em uma Loja como a nossa. Fazer o que mandam os Rituais é nossa obrigação, mas pelo menos devemos saber que estamos fazendo de maneira inadequada.

CONSIDERAÇÕES:

Essa atitude de se pousar o malhete no lado esquerdo do peito indiscriminadamente nada mais é do que mais um caráter generalizado e mal compreendido na Maçonaria brasileira.

A origem dessa banalidade - que já chegou ao cúmulo de até ser confundida com Sinal maçônico - advém de certos procedimentos ritualísticos nos quais as Luzes da Loja (o Venerável e os Vigilantes) ao se ausentarem dos seus lugares em Loja careciam obrigatoriamente de estarem empunhando os seus respectivos malhetes.

É o caso do Venerável, por exemplo, no ato da consagração, ou das Luzes em comitiva recebendo o Grão-Mestre próximo a porta do Templo. Nessas ocasiões o portador, ou os portadores do malhete ao permanecerem em pé e parados fora dos seus lugares em Loja (Altar e mesas), geralmente mantém uma postura de corpo ereto, pés em esquadria segurando então o malhete com a mão direita pousada no lado esquerdo do peito de modo convencional.

Essa atitude evidentemente não pode ser confundida com Sinal maçônico, já que absolutamente ninguém compõe um Sinal Penal (muito conhecido como de Ordem) usando o objeto de trabalho para compô-lo – no caso do malhete, por exemplo, o portador não faria o Sinal penal pousando o malhete na região gutural, ou cordial, ou mesmo ventral conforme fosse o caso.

É devido a esses pormenores que consuetudinariamente surgiu à regra de não se fazer sinal “com” o objeto de trabalho (malhete, bastão, espada, bolsa), isto é: usa-lo para “fazer” com ele o Sinal.

Infelizmente, no evento do malhete aqui mencionado, muitos Veneráveis e Vigilantes acabariam por generalizar essa postura mesmo quando normalmente posicionados nos seus lugares em Loja.

Indiscriminadamente estes manteriam o objeto pousado no lado esquerdo do peito, o que é um erro, já que essa postura, como argumentado, só deveria ser adotada no caso de um posicionamento que viesse obrigar o protagonista, fora do seu lugar em Loja, a manter empunhado o instrumento – nesse caso o malhete.

À bem da verdade, as Luzes da Loja quando em pé nos seus lugares, corretamente deveriam deixar o malhete e compor o Sinal com a mão, ou mãos se for o caso.

Outro aspecto que influenciou essa prática equivocada certamente foi às poses corporais para retratos e fotografias quando geralmente os portadores de malhete procuravam manter garbosamente essa postura para o evento.

Finalizando. Não só o malhete, porém qualquer outro instrumento de trabalho maçônico possui a sua própria característica de posicionamento na oportunidade em que dele seja necessário o protagonista se servir. Entretanto o que deve ser criteriosamente observado é que as devidas posturas devem estar de acordo com as ocasiões em que elas sejam realmente merecedoras e imperiosas – sem a generalização do ato e nem mesmo o confundindo com um Sinal maçônico. As Luzes da Loja deveriam compreender que em se estando à Ordem, primeiro deixa-se o malhete no respectivo Altar, ou mesa compondo em seguida o Sinal com a(s) mão(s).

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.662 - Florianópolis (SC) – sábado, 18 de abril de 2015

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