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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O PALESTRANTE E O ARTICULISTA MAÇOM

O PALESTRANTE E O ARTICULISTA MAÇOM
Ir∴ Valdemar Sansão

A Palavra oral ou escrita é boa quando também, seus autores, delas aprendem!

Esclarecimento - O momento é de atenção e expectativa em todos os setores da humanidade. A Maçonaria, conquanto organizada desde 1717, oferece ao ser humano, através do esclarecimento. É hora de estudo intensivo da essência doutrinária.

O estudo precisa ser feito em todas as Lojas Maçônicas, além da complementação que cada um deve fazer particularmente, com livros de autores acreditados, e que pelo linguajar coloquial por vezes complementam o esclarecimento das questões que pairam acima do nosso entendimento.

O Pensamento e a Palavra - O Pensamento pode ser transmitido pela palavra oral e pela palavra escrita. Para a comunicação o homem pode utilizar também a mímica e os sinais. As nossas palavras, indiferentemente da sua ordem, possuem um poder construtivo ou destrutivo sobre o nosso ser, o nosso caráter, a nossa vida e as nossas relações; as palavras positivas detêm um poder construtivo e as negativas, destrutivo; as primeiras unem e atraem; as segundas desunem e afastam. É, pois, essencialmente importante que escolhamos com cuidado o que pensamos e dizemos. O homem que não sabe expressar seus pensamentos está no mesmo nível daquele que não sabe pensar.

A Palavra - Afirmar o Bem, negar o Mal; afirmar a Verdade, negar o Erro; afirmar a Realidade, negar a Ilusão; devolver Bem por Mal; eis aqui, o uso construtivo da Palavra.

Em Maçonaria a Palavra é empregada não só para a expressão do pensamento, mas também como forma de reconhecimento dos maçons entre si, bem como para provar a sua regularidade ou o grau em que se encontram.

Há Irmãos que usam a palavra com maestria, porque seus discursos são persuasivos, poderosos, cheios de energia e sentimentos, de eloquência simples, despretensiosa. Desenvolvem esta energia natural pelo estudo mais árduo, pelo pensamento e pela prática. Atraem e mantêm presa a atenção. Quando falam, os Irmãos escutam.

Ocorre, entretanto, que nem sempre se observam esses elementos na “Palavra”. “Calar-se, quando é preciso falar, e falar, quando é preciso calar-se”. O mais usual é não esquecermos que “o silêncio é de ouro e o falar é de prata”. O que se nota é o falar por falar ou falar mais do que se deve ou sem o necessário raciocínio. Preferível seria ouvir o vento, mas nunca aos que falam demasiadamente.

É necessário que sejamos práticos e objetivos no manejo da palavra, procurando dizer exata e adequadamente o que pensamos e utilizando-a exclusivamente a serviço do nosso próprio progresso em particular e dos Irmãos em geral.

A seleção do palestrante - Há palestras que nada acrescentam; que a ninguém motiva; que seria mesmo preferível a simples leitura de uma página de livros doutrinários de autores acreditados com mínimos comentários, por serem lições autoexplicativas. Uma leitura pausada, pontuada e com dicção clara, cumprirá a finalidade, sem a desnecessária explicação repetitiva que, na maioria das vezes, se afasta do assunto e nada tem a ver com o que foi lido.

O dirigente maçom, seja o Venerável Mestre da Loja, ou o responsável por um evento doutrinário, deve ter cuidado com os convidados para proferir Palestras. Há vezes em que pessoas, embora doutores em suas especialidades, não se qualificam para os propósitos estabelecidos naquela oportunidade. Assistimos palestras com brilhantes Mestres, péssimos oradores. Entre a conversa informal de um comentário em Loja, participativo, com troca de ideias, e a exposição de um tema em uma tribuna há grande diferença. Sem a prática, o orador se perde, cansa o ouvinte, não coordena com fluência o que está analisando, divaga, gagueja.

“Horador” – É habitual a Palestra, quando o Orador é convidado a explanar um tema. Dão-lhe hora, hora e meia ou mais, para que a reunião se transforme num acontecimento, já que o convidado é importante e sempre muito requisitado. Há que se aproveitar a oportunidade para tirar dele o máximo de informações. Acontece que não é qualquer pessoa que tem essa capacidade, embora haja expositores que desconhecem a si mesmos e se imaginam com competência para falar ao grupo. Nesses casos, a conversa fica maçante, repetitiva, porque o orador vira “horador”.

A atenção se dispersa, o público se impacienta e o pouco que poderia ser dito com proveito se perde. Se o problema é menos comum em reuniões especializadas, congressos, simpósios, é corriqueiro na Loja maçônica, onde pela falta de Obreiros geralmente há improvisação de oradores, que não se atualizam. Repetem velhos chavões. Falam da reforma moral, da importância da caridade, mas carecem de estudo e habilidade para abordar de maneira correta e interessante cada um desses assuntos.

A divulgação - Palestra esclarecedora é uma tarefa mais difícil. Deve ser preocupação de toda Loja a convocação de palestrantes, o que se consegue com a seleção de pessoas com um mínimo de vocação, relativa a instrução, a facilidade para se comunicar e que gostem de estudar e atualizar-se. A par disso, a simpatia, a voz agradável e a naturalidade também devem ser levadas em conta. Quem deseja vender um produto tem que saber argumentar para valorizá-lo. 

O que caracteriza um divulgador eficiente é a simplicidade como aborda temas sentimentais, nos admira suas nobres teorias sobre o Amor, Fraternidade, Solidariedade, mais ainda não sabem como aplicá-las, nem mesmo em suas próprias vidas. E os difíceis e controversos sobre a criação do Universo, Reforma Íntima, Caridade e Fé, a maior força invisível que o homem pode ter, mas não informam ao participante os mecanismos para atingir os objetivos. São úteis para os neófitos mas os que já têm algum conhecimento exigem algo mais. O que importa é crer na Justiça e Bondade de Deus do que em todos os apocalipses terrificantes difíceis de compreender.

Este “explicador” sabe que acima das técnicas ou das normas, das orientações filosóficas ou científicas, há que ser considerada que alguns estão presentes nos ouvindo e muitos outros vão ler, refletir, tirar ensinamentos, seguir nosso conselho, nossa sugestão, isso se estiver conforme. 

Ele confirma que o Amor cobre uma multidão de pecados. Quem decaiu e foi capaz de se reerguer é mais notável do que alguém que chegou aonde se encontra sem sofrer nenhuma queda. O valor da pessoa não está em “nunca sofrer queda”, mas em conseguir se reerguer após a queda, aprender com a experiência e se aprimorar mais. Na verdade, sofrer eventuais quedas faz parte do progresso.

A Eternidade - A Eternidade está fora do tempo criado pelo conhecimento humano. A Eternidade é o tempo regido pelas leis eternas da Natureza e de todo o Universo, que o Homem, em sua infinita limitação, a denomina DEUS e que para nós, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, que nos fez maçom para estagiarmos na Terra e semear o Bem para a Humanidade.

Concluindo - Todo aquele que se candidatar a este tipo de divulgação precisa estudar regularmente a Ordem e também se socorrer de livros, apostilas, fitas e qualquer material produzido por pessoas do ramo. Não precisam ser necessariamente da autoria de comunicadores maçons, porque as técnicas são as mesmas, com as devidas adaptações que o palestrante irá descobrindo ao longo da tarefa. Os que já são oradores, por formação ou autodidatismo, cuidem para que a palestra cumpra a finalidade, sem a preocupação de ser o melhor, mas ajudar aos que se dão à atenção e ao prazer de ouvir as suas explicações. 

Em nosso limitado conhecimento, de nada podemos duvidar. Certo é que somos Irmãos, filhos do mesmo Deus, e que um dia conheceremos a Verdade e ela nos libertará. Por enquanto basta-nos o que sabemos e deixemos que o tempo nos conduza ao amadurecimento. Por ora isso se dá mais pelo determinismo do que por mérito ou razão.

Já não nos compete nos agredirmos por mesquinharias, como fazemos. O mundo material não deve mais exercer sobre nós nenhum atrativo. Isto tem nome: Evolução!

Não importa quanto custa ser Palestrante ou Escritor Maçom. Estamos sempre prontos para, se necessário, “vestirmos o Avental”, que na verdade jamais despimos. Irmãos, estamos juntos!

PS - Palestrante e/ou articulista maçônico, não pretenda ser exageradamente original e, na satisfação da vaidade, desviar-se da mensagem maçônica. Leve-a simples e objetiva, porque é assim que ela chega aos que estão no tempo de recebê-la. Fale pouco, claro e certo. Às vezes, o calado já falou demais!

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