Páginas

sábado, 31 de agosto de 2019

SAUDAÇÃO E VOLTADO AO ORIENTE

SAUDAÇÃO E VOLTADO AO ORIENTE
(republicação)

Em 06.12.2014 o Respeitável Irmão João Soares Gomes, Loja Rio Branco IV, GOB. REAA, Oriente de São Luiz, Estado do Maranhão, solicita os seguintes esclarecimentos: 
jsoaresgomes2012@bol.com.br 

SAUDAÇÃO E VOLTADO AO ORIENTE

1 - O Orador deve saudar o Venerável com o Sinal, ao chegar ao Altar para abertura do Livro da Lei no inicio das Sessões nos Graus 1, 2 e 3? 

2 - Na Sessão do Grau 2, poderá facultar-se ao Venerável, não se voltar para o Oriente? Questiono dado aos transtornos que causa, esta postura na sequencia dos trabalhos. Antecipadamente agradeço ao estimado Irmão.

CONSIDERAÇÕES:

Na questão nº 01, dois aspectos devem ser considerados: 

Primeiro quando do início dos trabalhos. Nessa oportunidade a Loja está ainda em processo de abertura, portanto sem composição de Sinal o Orador apenas se posta no local de costume, toma o Livro da Lei às mãos, lê o trecho indicado e posiciona as Três Grandes Luzes emblemáticas de acordo com o Grau correspondente. Ato seguido o Venerável comanda para que todos fiquem à Ordem, fato esse que faz com que também o Orador assim provenha nesse momento.

Encerrado o procedimento, o Orador desfaz o Sinal antes de retornar para o seu lugar em Loja acompanhando o Mestre de Cerimônias. Note que ele tem que desfazer o Sinal, pois não pode andar com ele composto. Assim esse é apenas um procedimento e não uma saudação propriamente dita.

Segundo quando do encerramento dos trabalhos. Nesse ínterim a Loja já está aberta, portanto o Orador ao se posicionar diante do Altar dos Juramentos estará em pé, logo à Ordem compondo o Sinal do respectivo Grau. Dados os procedimentos de encerramento quando o Primeiro Vigilante declara por fim a Loja fechada, o protagonista desfaz o Sinal na forma de costume, fecha o Livro da Lei e, nesse momento também todos desfazem o Sinal (a Loja estará a partir daí fechada). O Orador de retorno é novamente conduzido à sua cátedra (mesa).

Assim, o ato do Orador desfazer o Sinal nessa oportunidade também não pode ser tomado como uma saudação, já que esse é um procedimento que apenas se faz necessário para cumprir corretamente uma ação.

Embora às vezes alguns rituais ainda mencionem uma pretensa saudação (como é o caso no GOB do Ritual em vigência do Segundo Grau), o fato é que essa saudação não existe nas oportunidades acima mencionadas, senão como um ato necessário de se compor e desfazer o Sinal.

É oportuno salientar ainda que ao se compor e desfazer um Sinal Penal maçônico nem sempre esse ato significa que o protagonista esteja saudando alguém, todavia toda a saudação, quando ela existir, será consecutivamente sempre executada pelo Sinal.

Na questão nº 02. Esse é um procedimento completamente equivocado que ainda povoa o Ritual de Companheiro em vigência. Note que no Ritual de Mestre as coisas já estão nos devidos conformes, já que essa “estória” de todos no Oriente se voltarem para a parede oriental, inclusive o Venerável, é procedimento superado que eu tenho já exaustivamente explicado, pois no Oriente não existe nenhuma verificação, logo que os ocupantes desse espaço obrigatoriamente serão sempre Mestres e essa ocupação é de restrita responsabilidade do Venerável Mestre.

Nesse particular, eu também tenho orientado na medida do possível que no Segundo Grau proceda-se da mesma forma como aquela descrita no Terceiro Grau. Isto é: no Oriente ninguém volta às costas para o Ocidente nessa ocasião.

Reforçando o que eu tenho dito está no próprio Ritual do Companheiro, página 30, por exemplo, quando o Venerável comanda após o ato mencionado: “eu respondo pelos do Oriente. Sentai-vos” (o grifo é meu). Ora, se todos estivessem em pé naquela oportunidade, inclusive no Oriente, o Venerável então comandaria “sentemo-nos” e nunca “sentai-vos”.

É visível e palpável que existe um erro de impressão no Ritual do Segundo Grau, embora alguns questionadores de plantão ainda se neguem a compreender o óbvio e ululante, alegando que se cumpra o que está escrito. Na devida proporção, para estes eu gostaria de perguntar o seguinte: Se a questão for a de sempre se cumprir ipsis litteris o que estiver previsto, então como ficaria o Venerável ao comandar “sentai-vos”? Ele permaneceria em pé? Até o quando? Afinal “sentai-vos” exprime ordem de comando para os demais presentes, porém nesse caso parece não o incluir. Ficaria o Venerável então dirigindo os trabalhos em pé?

Concluindo, tradicionalmente ninguém posicionado no Oriente fica com as costas voltadas para o Ocidente (olhando para a parede oriental) em nenhum Grau do simbolismo do Rito Escocês Antigo e Aceito na oportunidade em que os Vigilantes no Ocidente procedem à costumeira verificação. Como já mencionado, esse ato só é previsto no Ocidente, já que no Oriente ninguém é examinado (eu respondo pelos do Oriente, é o que sucessivamente diz o Venerável).

P.S. – Eu já expliquei inúmeras vezes que a razão desse ato equivocado (de costas para o Ocidente) possui raízes nas extintas Lojas Capitulares do Século XIX que inseriram naquela oportunidade para acomodação dos fatos, costumes contraditórios ao simbolismo do Rito em questão que, infelizmente ainda são revividos como verdadeiras carcaças de dinossauros, provavelmente por mera desatenção ou mesmo falta de conhecimento que tem se perpetuado pela cópia paulatina e irrestrita de inúmeros rituais ultrapassados que aos olhos de muitos ainda insistem em tê-los como fontes de veracidade histórica. Ledo engano! Afinal nem sempre tudo o que reluz é ouro.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.672 - Florianópolis (SC) – terça-feira, 28 de abril de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário