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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A POTÊNCIA E A LOJA SIMBÓLICA

A POTÊNCIA E A LOJA SIMBÓLICA 
Ir∴ Valdemar Sansão

A mais bela tarefa dos homens é a tarefa de uni-los. (Saint-Exupéry)

Ordem Maçônica, ou Maçonaria é uma só; como Instituição, é por definição, universal. É chamada também Arte Real; Significa uma Maçonaria organizada, em todos os sentidos. Na Maçonaria, tudo é “ordenado”, ou seja, disposto e previsto, mercê de sua longa trajetória histórica, para alcançar a perfeição da Arte.

Obediência Maçônica - é uma Potência Maçônica Soberana, constituída pela reunião de várias Lojas formando uma Federação sob o nome de Grande Loja ou de Grande Oriente. Este termo tem o mesmo significado de “Jurisdição”. A Obediência é, portanto o somatório das Lojas.

Até a criação da primeira Obediência do mundo, “The Premier Grand Lodge” – 24 de junho de 1717 – as Lojas eram livres; posteriormente, com a implantação do sistema obediencial, por consenso maçônico, em todo o mundo, não se admitem mais Lojas Livres, ou Descobertas, que seriam consideradas irregulares. Bastam três Lojas para criar uma Obediência – também não existe Loja regular fora do sistema obediencial.

Uma Potência Maçônica Soberana é constituída pela reunião de várias Lojas formando uma Federação sob o nome de Grande Loja ou de Grande Oriente. 

Potência Maçônica – Maçonicamente é todo Grande Oriente, Capítulo Independente, ou Supremo Conselho reconhecido como autoridade. Existem atualmente no Brasil: O Grande Oriente do Brasil, que é uma Obediência nacional, as Grandes Lojas Estaduais, nascidas de uma dissidência do G. O.B, em 1927, e os Grandes Orientes Estaduais Independentes, ou autônomos, nascidos de uma dissidência do G.O.B.

Como cada Grande Loja e cada Grande Oriente autônomo forma uma Potência, existem, portanto, atualmente (1998), no País, 44 Obediências ou Potências. O número estimado de Lojas deve estar em torno de 3.500. A Aliança Maçônica tem uma constituição federativa, mas não central, o que infere dizer que igualmente não tem um Chefe Central Supremo (papado) que exerça autoridade sobre os Grandes Orientes ou Grandes Lojas.

O nome Potência Maçônica associa-se ao do Grão-Mestre, que representa a sua maior autoridade. O seu poder é indiscutível posto que signifique o Governo da Fraternidade e o quarto Landmark, colecionado pelo Ir∴ Albert G. Mackey: “O governo da Fraternidade por um Oficial que preside, denominado Grão-Mestre, eleito pelo povo maçônico, é o quarto Landmark da Ordem. Muitas pessoas ignorantes supõem que a eleição do Grão-Mestre se pratica em virtude de ser estabelecida em lei ou regulamento da Grande Loja. Nos anais da Instituição se encontram, porém Grão-Mestres, muito antes de existirem Grandes Lojas e se o atual sistema de governo legislativo por Grandes Lojas fosse abolido, sempre seria preciso a existência de um Grão-Mestre”. 

As Potências possuem três poderes independentes entre si, com funcionamento harmônico, sempre em benefício dos Irmãos, onde se observa o poder Executivo representado pelo Grão-Mestre, o Legislativo e Judiciário com setores de primeira instância nas Lojas e superiores junto à Alta Administração. “As normas emanadas desses poderes devem ser cumpridas e capazes de atender todas as necessidades jurídicas dos Irmãos, a fim de que jamais tenham necessidade de procurar o poder judiciário profano para o alcance da solução de seus problemas”. 

As Potências expedem a palavra semestral que serve de penhor da regularidade de cada Irmão e verificam de quando em vez a sua exatidão e cumprimento.

A Potência que conseguir acompanhar o funcionamento regular de suas Lojas, corrigindo os possíveis desvios de conduta e colaborando com o crescimento de cada uma, representando a Maçonaria, podemos dizer que tem cumprido suas atribuições.

Loja Simbólica - A Loja Simbólica (Azul) é o alicerce e a pedra angular da Maçonaria; cabendo-lhe relevante papel, pois é nela onde a aplicação da educação do Aprendiz deve ter prioridade. É a unidade local cuja responsabilidade permanente é a implantação dos programas e objetivos da Ordem. É a Oficina para a formação e aprimoramento do homem, esclarece-o visando torná-lo fraterno, ensinando-o como conseguir dominar as paixões que corroem o coração humano. Ela insiste através dos Rituais, por ser formadora do caráter e não apenas instrutora do conhecimento, combater o personalismo, a vaidade, o egoísmo, o orgulho. 

A Loja salvaguarda seus direitos e os interesses de seus congregados, para que sejam alcançados seus objetivos de conquistar a Verdade, a Moral, a Paz e o Bem Estar Social.

A Loja Simbólica sem a Carta Constitutiva de uma Potência trabalha a descoberto e não pode se apresentar como Loja Maçônica, é irregular e seus filiados não são considerados Maçons, não sendo recebidos para assistirem os trabalhos em uma Loja Regular. Para que as Lojas funcionem corretamente, as Potências através dos Delegados do Grão-Mestre ou outro meio verificam de perto esse funcionamento, isto é, se estão sendo executados os trabalhos ritualísticos de acordo com os rituais e normas de procedimentos ritualísticos por elas adotados. Verificam se as Iniciações, Elevações, Exaltações, trabalhos, instruções e interstícios, bem como devidamente autorizadas pelos placet respectivos, emanados dos seus Grão-Mestres.

A Loja Simbólica elabora seu programa de instruções no tocante à história da Maçonaria, sua filosofia e doutrina, sua ritualística, atualidades maçônicas e até profanas e estabelecem condições e formas de trabalho para manter suas instalações, promover eventos e atividades capazes de angariar recursos para a prática da caridade, filantropia, ações sociais, etc. Tudo isto sem contar com a circulação da bolsa para o Tronco de Solidariedade em todas as Sessões, destinado especificamente para a ajuda a necessitados.

O Obreiro - importante é que também no espaço da Loja, mostremos o “melhor de nós”. A verdadeira medida de um Obreiro não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniências, mas como ele se mantém nos tempos de controvérsias e desafios. Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. 

O primeiro dever do maçom é obedecer às ordens de seu Mestre. Há os que justificam a deferência (maioria), pois ensinam com bom senso e inteligência, constroem equipes, passam conceitos sólidos, são criativos e estudiosos; têm participação decisiva no sucesso dos Obreiros sob sua orientação e evolução da Loja, com a serenidade dos mestres que confiam em si próprios e nunca deixam o espírito de Aprendiz, porque a vida coloca o desafio de aprender sempre... 

Isto, porém, não significa que um Maçom ou uma Loja deva obedecer a decretos ou a quaisquer outros atos de uma autoridade que exorbite de suas atribuições, passando por cima das leis estabelecidas pela Constituição que é a Lei à qual todos os Maçons, inclusive os Grão-Mestres, para não dizer principalmente estas altas autoridades, devem obedecer. 

Concluindo – Não existe Potência que não tenha pelo menos três Lojas e nem Lojas Regulares sem Potência. Portanto meus caríssimos Irmãos, todos nós somos filiados a uma Loja Regular e somos ou representamos a Potência a que ela está jurisdicionada. A participação e colaboração nas atividades da Potência a que a nossa Loja está ligada é uma das mais legítimas obrigações de um Maçom que vibra às cordas da Maçonaria.

Que a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade sirvam de rumo à marcha dos acontecimentos; acordemos da inércia diante da realidade em nosso país, onde a sociedade já não tem perspectiva de melhoras; que a nobre missão que nos compete realizar, seja possível através de nossa União, que nos dará a Força necessária para um crescimento harmonioso da Maçonaria; que haveremos de estender nossos valores no seio da Sociedade, em busca der um Brasil mais fraterno, onde todos possam viver bem.

Uma loja regular, justa e perfeita, obedece a uma Potência Maçônica regular e pratica rigorosamente todos os princípios básicos da Maçonaria. 

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