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sábado, 14 de setembro de 2019

ÁTRIO. RITUALÍSTICA E A PORTA DO TEMPLO MOMENTANEAMENTE ABERTA

Em 21/06/2019 o Respeitável Irmão Ricardo Dal Pizzol, Loja Luz e Fraternidade, 1.636, sem mencionar o nome do Rito, GOB-DF, Oriente do Gama, Distrito Federal, apresenta a seguinte questão:

RITUALÍSTICA E A PORTA DO TEMPLO ABERTA

Você sempre diz que o Átrio faz parte da Loja e que nele, em algumas sessões, ocorrem ritualística. Considerando isso, muitas vezes quando se vai adentrar o Pavilhão Nacional, os Irmãos desfazem o Sinal de Ordem, pois a porta do Templo foi aberta, em outros casos com a porta do Templo aberta, interrompem a ritualística. Me parece que, considerando o Átrio parte integrante da Loja, isso não faz sentido ou realmente devemos desfazer o sinal e suspender a ritualística? 

CONSIDERAÇÕES:

Comento isso porque especulativamente o REAA possui um espaço de trabalho (oficina) constituído na sua superfície por um quadrilongo composto simbolicamente por três quadrados contíguos, sendo um deles para o Oriente, um e meio para o Ocidente e meio para o Átrio (antessala do Templo). Cabe salientar que essa composição de espaço é simbólica, já que verdadeiramente a imensa maioria dos recintos são arranjados e adequados conforme o edifício comporta. 

No tocante ao Átrio, em algumas ocasiões há inclusive desenvolvimento de liturgia nesse espaço vestibular – vide a interpelação do candidato e os diálogos que se seguem antes do seu ingresso na Iniciação; a interpelação do Aprendiz e do Experto na Elevação; a cena teatral da verificação de quem é o Companheiro que ousa se aproximar na cerimônia de Exaltação. Note que tudo isso se dá no Átrio do Templo, havendo, nesse caso, entre os espaços completa interação dos ambientes.

É no Átrio que se situam as Colunas Vestibulares B e J.

De modo prático, o que tem existido de fato - e nisso eu concordo - é um excesso de preciosismo quanto à execução do Sinal e a porta do Templo momentaneamente aberta. 

Por certo é que Sinais somente são feitos dentro do Templo e não no Átrio, já que é o Templo que se encontra “coberto” pelo Cobridor (Landmark do sigilo), mas isso também não pode ser tomado como condição sine qua non ao ponto de caprichosamente se esperar, no decurso dos trabalhos, o Cobridor fechá-la para só depois se compor o Sinal. 

Obviamente que às vezes parece haver um abismo entre a realidade e a aparência. A priori, ninguém chega no Átrio da Loja sem as devidas cautelas, destacando-se que ali transitam Irmãos e ainda há hipoteticamente a figura do Cobridor Externo (que quase nunca está presente) para proteger as cercanias do Templo e manter dali afastados os cowans e goteiras. Assim, é excesso de preciosismo essa atitude de se esperar que a porta seja primeira fechada para se compor o Sinal, até porque é atributo do Cobridor Interno fechar a porta logo após o ingresso ou saída de alguém. Isso implica que a porta não ficará aberta, mas se há procedimentos que demandem da abertura dela durante a sessão, por óbvio que a mesma precisa ser aberta e nem por isso, por exemplo, precisamos fechar o Livro da Lei enquanto isso acontece.

Outro aspecto a se considerar é que muitos procedimentos ritualísticos se dão para cumprir formalidades que nada tem a ver com a liturgia iniciática, como é o caso, por exemplo, do ingresso e retirada do Pavilhão Nacional. Nessa ocasião, em sessão exclusiva para maçons, obviamente que o Cobridor precisará abrir a porta para passagem do Pavilhão, destacando-se que enquanto ele estiver em movimento a Loja estará à Ordem (todos se perfilam apenas para o canto dos Hinos). 

Enfatizo, nesse momento ninguém precisa desfazer o Sinal só porque o Cobridor abriu temporariamente a porta para passagem do Pavilhão.

Outro exemplo para tal é o de visitantes em comitivas, ou Lojas visitantes. Ora, nessa ocasião não cabe esperar que todos entrem (muitas vezes as comitivas são grandes) para só depois a Loja se posicionar à Ordem para recepção – ou mesmo os visitantes para se colocar à Ordem.

Trocando em miúdos, às vezes dão mais valor ao molho do que à carne. Por óbvio é que Sinais são feitos em Loja aberta, entretanto não há o porque de se desfazer o Sinal quando temporariamente a porta estiver aberta, seja para quem entra com para os que estão dentro do Templo. Isso é tão desnecessário quanto ter que peremptoriamente fechar os trabalhos para que o Cobridor possa abrir a porta para atender uma demanda ritualística – não dá para assoprar o trombone e comer farinha ao mesmo tempo.

A bem da verdade, muitos maçons precisam se desvencilhar de certos costumes rançosos e colocar em seus lugares ações que se apoiem na prática do bom senso.

Para concluir, destaco que embora haja estreita ligação entre o Átrio e a Sala da Loja no REAA, é certo que nele (Átrio) o maçom não faz Sinal. Sinal, via de regra, é feito em Loja, mas sem a condicionante de ter que desfazê-lo se porventura a porta precisar ser momentaneamente aberta durante os trabalhos. Afinal, excessos, podem remeter o objetivo para segundo plano.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br - 11/09/2019

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