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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

BONS FLUÍDOS

BONS FLUÍDOS
(republicação)

Em 19.12.2014 o Respeitável Irmão Paulo A. Valduga, Loja Luz Invisível, 219, REAA, GORGS, Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte pergunta: 
paulovalduga@gmail.com 

Bons Fluídos: 

Antigamente, no REAA, após o Saco de Proposta e Informações fazer seu giro e ser levado até o Venerável Mestre, este fazia a verificação e informava: o Saco de Propostas e Informações produziu tantas Colunas Gravadas, ou não produziu nenhuma Coluna Gravada. Em nosso ritual atual (GORGS) o Venerável informa, quando o Saco de Propostas e Informações nada produziu que o mesmo "trouxe” as boas vibrações dos Irmãos; aliás, esta fórmula eu ouvi pela primeira vez quando ainda era Obreiro da ARLS Cel. Aparício Mariense da Silva -(GOB) pelo Grão Mestre Oritz Morari Abiz do (na época) GOERS, quando em visita a São Borja e reclamava que o termo correto que o Venerável deveria se pronunciar era este: "trouxe as boas vibrações dos Irmãos”. Seria mui salutar a vossa consideração sobre o acima exposto.

Considerações:

Expressões relacionadas ao encerramento do ato da circulação da Bolsa (saco) de Propostas e Informações no REAA como a exemplo de: “produziu boas vibrações”, “trouxe as boas vibrações”, “produziu os bons fluídos dos Irmãos”, etc. não se coaduna nem um pouco com a conduta racional do Rito em questão (razão não é ceticismo). 

Infelizmente essas consignações ingressaram na Ordem junto com os ideais de alguns ocultistas, sobretudo dos meados do século XIX e começo do XX, quando inclusive surgiam à época ritos (prefiro não comentá-los) cujos arcabouços doutrinários supriam essas ideias. 

Nesse pormenor então não faltaria nada para alguns “acharem bonito” e, outros ainda, no afã de exprimir suas crenças particulares enxertarem esses costumes aleatoriamente e indiscriminadamente em ritos que de modo autêntico não compactuam nem um pouco com esse tipo de crença particular.

Assim essas expressões acabariam povoando indiscriminadamente muitos rituais e, como se diz, “a moda pegou”, tanto que alguns Irmãos ainda discutem ingenuamente essa (para eles) tão importante colocação! Até mesmo se essa expressão não estiver mencionada no ritual. 

Ora, em termos de escocesismo simbólico (que é o nosso caso) esse costume está muito longe de ser verdadeiro. Infelizmente se alguns rituais no Brasil ainda preveem essa prática eu nada tenho a dizer, senão ratificar que no Rito Escocês isso é mera firula haurida do passado por via de muitos rituais retrógrados que ainda influenciam o presente com algumas práticas anacrônicas. 

Penso que para os que acreditam em “vibrações e fluídos” esses deveriam continuar manifestando as suas crenças, todavia nunca usando a Maçonaria para expô-las. Crenças e credos, embora mereçam de todos nós Maçons amplo respeito e tolerância, estas são restritas às particularidades de cada um, nunca como um artifício comum ao coletivo maçônico. 

Respeito, mas nada, porém me impede de achar lamentável em Maçonaria que ainda existam rituais escoceses que apregoam essas expressões estimulantes às crenças pessoais – devo alertar que isso nada tem a ver com a crença no “Grande Arquiteto do Universo” na Maçonaria, já que de modo conciliatório e brilhante o filósofo “O” deliberou com o “Criador” de todas as coisas. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.681 – de Florianópolis p/Melbourne – quinta-feira, 7 de maio de 2015

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