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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

SEMINÁRIO REVOLUÇÃO FARROUPILHA

SEMINÁRIO REVOLUÇÃO FARROUPILHA
Por Joana Colussi / Agência de Notícias
Hora: 17:44 Data: 15/09/2005

Influência da Revolução Farroupilha na Maçonaria é mito, esclarece historiadora

A influência da Revolução Farroupilha na Maçonaria foi o tema abordado pela professora de História da Universidade de Passo Fundo Eliane Colussi* no Seminário Internacional 170 Anos da Revolução Farroupilha/130 Anos da Imigração Italiana, no Teatro Dante Barone. Doutora em História, Eliane discorreu, na tarde desta quinta-feira (15), sobre a presença maçônica no Rio Grande do Sul, principalmente na metade do século XIX, e também sobre as conseqüências que a instabilidade política da época causou na instituição filosófica. Eliane acredita que as influências foram muito mais mitológicas do que reais, pois os momentos de crises políticas da época apenas dividiram os maçons conforme seus vínculos partidários. 

A professora explanou dois fatos importantes da Revolução Farroupilha, apontados pela historiografia, que exemplificam a presença de maçons nos farroupilhas e nos imperialistas. A primeira foi a incumbência que o líder Bento Gonçalves recebeu de regularizar e criar lojas de maçonaria nos locais percorridos pelos revolucionários durante a guerra. "De acordo com as minhas pesquisas, só identifiquei um líder farrapo maçom de expressão antes de 1835, que foi o próprio Bento Gonçalves", contou. A primeira loja instalada regularmente na Província do Rio Grande do Sul foi em 1831 - a Filantropia e Liberdade de Porto Alegre. 

O segundo fato apontado pela historiadora foi a fuga de irmãos maçons partidários das forças imperiais, com demais 400 colonos, da cidade de São Leopoldo, na localidade hoje denominada de Dois Irmãos, durante a invasão de farroupilhas. "Depois de um tempo eles retornaram à localidade e fundaram a loja maçônica União e Fraternidade. Esse nome aclamava as aspirações desses maçons que vieram para o Brasil para trabalhar e não para guerrear", disse.

A ausência de estudos específicos é a principal dificuldade para apontar as influências da Revolução Farroupilha na Maçonaria, segundo Eliane. "Muitos mitos foram construídos pela própria cultura gaúcha", finalizou.

*Eliane Colussi é doutora em História do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Atualmente é professora titular do curso de História da Universidade de Passo Fundo. Ao longo de sua carreira, escreveu diversas obras, entre elas: "A Maçonaria Brasileira no Século XIX", "A Maçonaria Gaúcha no Século XIX" e "Estado Novo e Municipalismo Gaúcho".

Por oportuno, transcrevo parte do email pelo Ir∴ Anatoli Oliynik - Sent: Tuesday, May 08, 2007 7:13 PM:

Maçons na Revolução Farroupilha

Conversei com o mano Chico, antigo encarregado e pesquisador do arquivo do GORGS (Grande Oriente do Rio Grande do Sul), fone 3228-3040.

De nossa conversa posso resumir o seguinte:

1. Não existem documentos ou balaustres que registrem fatos ou personagens de ilustres maçons que participaram da Revolução Farroupilha. Tanto de um lado como de outro;

2. O balaustre 67 é, de fato, obra recente do Ir. Dante. Portanto um trabalho literário atual sem nenhuma possibilidade de ser da época e muito menos autêntico como registro de decisão dos revolucionários;

3. O único documento existente, ligando Bento Gonçalves à Maçonaria está no Museu Júlio de Castilhos e se refere a uma CARTA dando poderes à ele para criar Lojas no interior do Rio Grande do Sul. Destaca o arquivista Ir. Chico que mesmo assim esse documento é uma cópia. Parece que ninguém conhece o original.

4. A Loja a que pertenceu Bento Gonçalves foi criada, segundo se sabe, a partir do grupo que se reunia no local onde era editado um jornal chamado "Conttinentino". O nome dessa Loja - Filantropia e Liberdade. Tempos depois abateu colunas. Foi reerguida nos anos 70, mas sem nenhum registro que a ligasse ao passado. Herdou apenas o nome.

OBS: Para maiores informações, se desejarem, o telefone do GORGS é 51 3228 30 40.
O encarregado do arquivo é o Ir.: Chico.
O Grande Secretário, meu amigo particular, Ir.: Edgar Simch.
O Grão Mestre, também meu amigo, Ir.: Juracy Vilela de Souza.
Aqui permaneço às ordens para outras informações que me solicitarem.
Um TFA
Vladimir

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