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terça-feira, 15 de outubro de 2019

O EQUÍVOCO DA ESCADA DE JACÓ NO REAA

O EQUÍVOCO DA ESCADA DE JACÓ NO REAA
Autor: Sérgio Roberto Cavalcante

Tal afirmação poderá talvez “chocar” alguns irmãos do Rito Escocês Antigo e Aceito, acostumados a ouvirem falar constantemente quando das cerimônias de iniciação, elevação e exaltação e também nos graus denominados superiores (Altos Graus) que o maçom subiu mais um degrau na Escada de Jacó, aludindo é claro, a ascensão do maçom nos graus do REAA. Ledo engano; e falsa prédica.

A VISÃO (SONHO) DA ESCADA DE JACÓ – GÊNESES 28 12,17

12 – E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.

13 – E eis que o SENHOR estava em cima dela e disse: Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente.

14 – E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra.

15 – E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.

16 – Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.

17 – E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus.

O SIGNIFICADO DO NOME “BÍBLIA” E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

A palavra bíblia vem do grego ta bíblia, que significa “os livros”. O termo testamento se origina do vocábulo grego “diathêke” que significa “aliança”, “herança”, “testamento” e, por sua vez, é a tradução do hebraico “berith” que significa tão-somente “aliança” “pacto”.

Os títulos: “Antigo e Novo Testamento”, é usado pelos cristãos para diferenciar as alianças, os Testamentos de Deus com a Humanidade. Para os judeus estes títulos não possuem nenhum significado posto que, para eles, só houve um pacto, um único Testamento, o que os cristãos denominam Antigo Testamento.

O Antigo Testamento, o antigo pacto, foi estabelecido por Deus com Abraão.

No Novo Testamento foi estabelecido por Deus e abrangendo não só os judeus, mas toda a humanidade.

A Bíblia é o livro com maior número de exemplares publicados e de traduções para todas as línguas e inúmeros dialetos. Foi o primeiro livro impresso por Gutemberg, em 1534.

A Bíblia é o Livro Sagrado de duas grandes religiões “monoteísta”, o Judaísmo e o Cristianismo.

Para os judeus, a Bíblia é constituída de somente pelo que se costuma denominar de Antigo Testamento, composto de 39 livros.

Para os cristãos protestantes, a Bíblia é organizada em 66 livros. Os 39 do Antigo Testamento e mais 27 outros chamados, Novo Testamento.

Os cristãos católicos e ortodoxos possuem 73 livros em suas Bíblias, pois consideram mais sete como sendo parte integrante do Antigo Testamento, o que é respeitado por judeus e cristãos protestantes.

Os livros que compõem o Antigo Testamento são considerados Kitbe Kodesh, Sagradas Escrituras, pelos judeus desde épocas muito remotas. Quando o templo foi destruído pela última vez, por Tito Flávio Vespasiano no ano 70 d.C, foram introduzidas nas sinagogas leituras regulares e sistemáticas do Thorah e posteriormente outros textos foram utilizados.

No ano 325, sob o papado de S. Silvestre (314-335) foi convocado o Primeiro Concílio Ecumênico, o de Niceia, que decidiu três assuntos da mais alta relevância para o cristianismo e que perduram até os nossos dias:

CONCÍLIO DE NICEIA

I – A fixação do local do sepulcro de Jesus Cristo;

II – O estabelecimento da unidade de substância do Deus-Pai a Jesus, que passaram, assim, a formar uma só pessoa;

III – A eleição dos Livros que deveriam compor o Novo Testamento, canonizados uns por terem sido julgados inspirados pelo Espírito Santo e considerados apócrifos as demais que circulavam até então.

A convocação do Concílio de Niceia foi feita pelo Imperador Romano Constantino (288-337), que, além disso, foi o presidente do Concílio e votou.

Constantino na época contava com 37 anos de idade e professava ainda a religião Persa do Rito de Mitra, que cultuava o Sol.

A maioria dos livros do Antigo Testamento foi escrita em hebraico.

Já os livros do Novo Testamento foram escritos em grego, exceto o Evangelho de Matheus, onde foi usado o aramaico.

Os mais antigos manuscritos, as três mais antigas cópias da Bíblia todos escritos em grego são:

I – O Código Vaticano, do século IV e guardada na biblioteca do Vaticano;

II – O Código Sinaítico, também do século IV e conservado no Museu Britânico de Londres;

III – O Código Alexandrino, escrito no século V e que também faz parte do acervo do Museu Britânico de Londres.

Duas são as versões da Bíblia:

I – A versão dos Setenta ou Alexandria para o grego;

II – A Vulgata, para o latim.

Versão dos Setenta é a tradução realizada entre os anos 250 e 100 A/C para o uso dos judeus que só falavam grego.

A outra versão é latina, denominada Vulgata, realizada no século IV quase que integralmente por São Jerônimo (340-420), por encomenda do papa S. Damaso (366-384). O Concílio de Trento, em 1546, proclamou esta versão como oficial para a Igreja Católica.

Com o tempo, o latim foi deixando de ser usado e sentiu-se a necessidade de traduzir a Bíblia para as línguas populares modernas.

Cada religião tem a sua história, as promessas de Deus, as alianças com Deus, seus profetas, seus sábios, seus mestres, seus seguidores.

Todas elas estão convictas de terem encontrado a Verdade. Mas o que é a Verdade? Onde encontraremos? Quem realmente procura a Verdade, não pode e nem deve procurá-la unicamente sob a ótica e dentro das premissas e sua própria religião. É difícil, mas o que é mais importante? Crer na Verdade que outros afirmam ser a Verdade ou procurá-la?

Sem exceção, todas as religiões afirmam ter encontrado a Verdade Divina.

Acontece que a Verdade é uma só. Sendo uma só Verdade, como pode haver verdades diferentes para cada religião? Será que, sendo a verdade uma só, somente uma religião a encontrou e as demais apenas julgam tê-la encontrado? Estão apenas enganadas ou mentem para seus adeptos? Se somente uma encontrou a verdade, qual será o destino dos milhões de adeptos das outras religiões que não a encontraram? Perecerão sem salvação? E o pobre aborígine que no interior da floresta mais profunda nunca ouviu nenhum pregador da Verdade e, portanto, nem teve a oportunidade de conhecê-la?

Morrerá sem salvação, sem nenhuma oportunidade.

Ora, se todas as religiões dizem que se Deus é bondoso e justo, certamente Ele, e somente Ele, saberá solucionar tais questões. Para isso, Ele não precisa de intermediários, os quais não nomeou.

A crença nas verdades religiosas é um atributo daqueles que têm Fé. Contudo, a crença cega leva ao fanatismo religioso, que foi e sempre será execrado pela Maçonaria.

“A Maçonaria abomina o fanatismo religioso, que no passado levou muitos sábios e filósofos, além de homens e mulheres comuns do povo, às barras dos tribunais da ‘‘Santa Inquisição”, que em nome de Deus, torturou e matou inúmeros inocentes”.

A Maçonaria sempre foi perseguida pelo fanatismo religioso, desde a sua criação como Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa. No ano de 1738, cerca de 15 anos após a publicação da Constituição de Anderson, o Papa Clemente XII promulgou a Bula Papal “In Eminente”, excomungando a Maçonaria. A partir deste evento, através do Irmão Jonh Payne (Grão-Mestre), os Maçons passaram a adotar o Livro das Sagradas Escrituras na abertura dos trabalhos de suas reuniões. Portanto, até então, não se tinha a obrigação de adotar o Livro das Sagradas Escrituras nas reuniões.

Antes desta data, o que se ensinavam nas Confrarias de Pedreiros eram lendas bíblicas relacionadas com a História do Povo Judeu, a Construção do Templo de Jerusalém, do Dilúvio Universal etc., porém sempre exageradamente, fantasiosamente. As Lendas Templárias e os “Contos” sobre as religiões de Mistérios se misturavam e se entrelaçavam.

Duzentos anos depois, 1723, quando o Dr. James Anderson publicou o seu “Livro das Constituições” introduziu todas essas fantasias no seu livro, que quinze anos depois, 1738, foi obrigado a retirar, devido ao ridículo a que se expôs.

Isto, todavia, não quer dizer que a Bíblia é culpada. Isso quer dizer, somente, que o uso da Bíblia, como Livro das Sagradas Escrituras, dos Pedreiros Operativos, só foi possível, depois de 1600 em diante, quando começou a ingressar na Ordem dos Pedreiros Livres, os primeiros intelectuais da Europa.

Pois os Pedreiros em sua maioria eram analfabetos, eram homens do povo, desprovidos de qualquer tipo de cultura que não fosse aquela ligada a Arte de Construir. Na qual eram Gênios eram formidáveis, eram exímios.

Qualquer alusão do uso do Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia) antes de 1600, pelos Maçons, é pura fantasia. Os Estatutos Schaw, datados de 1598, não mencionam o Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia). Mencionam apenas “contos bíblicos”, “lendas” que os monges das Irmandades contavam aos Obreiros de suas construções.

A ESCADA DE JACÓ NOS RITUAIS

1º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte – GLUI[1]:

“A cobertura de uma Loja é um dossel celestial de diversas cores assim como os Céus. O caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar, tem como auxílio uma escada, conhecida nas Escrituras como a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no Grande Arquiteto do Universo. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os Céus e se apóia no Livro das Sagradas Escrituras, porque pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Providência Divina, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; a Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das abençoadas promessas ali descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua Arte. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, que são uma alusão a outros tantos Maçons regulares, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem Candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na Ordem.”

2º – Ritual de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja de Nevada-EUA:

“A cobertura de uma Loja nada mais é do que a abóbada com nuvens, ou um céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam, afinal, chegar com a ajuda da escada que Jacó, que em sua visão, viu estendida da terra ao céu, cujos principais degraus são Fé em Deus, Esperança da Imortalidade e Caridade para toda a humanidade. O maior deles é o da Caridade, porque a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina em frustração, mas a Caridade se estende além-túmulo, através dos domínios sem fronteiras da eternidade.”

3º – Ritual de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja de Illinois[2]–EUA:

“A cobertura de uma Loja é o pálio coberto de nuvens, ou um céu enfeitado de estrelas, onde todos os bons Maçons esperam finalmente, chegar com a ajuda de uma escada chamada a Escada de Jacob que os três principais degraus denominam-se Fé, esperança e Caridade para toda a humanidade. O maior deles é a caridade; já que a fé pode ser perdida à vista, o fim de esperança em fruição, mas a caridade estende-se além da sepultura aos reinos ilimitados da eternidade.”

4º – Ritual[3] de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja da Florida-EUA:

“A cobertura de uma Loja é nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão, viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé, Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade, pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição, mas a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.”

5º – Ritual de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja de New York-EUA:

“A cobertura de uma Loja é nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão, viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé, Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade, pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição, mas a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.”

6º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Loja do Estado da Paraíba[4]:

“Sois, agora, Aprendiz Maçom; pusestes o pé no primeiro degrau da Escada de Jacó, que simboliza o primeiro passo no caminho do vosso aperfeiçoamento moral. Voltareis ao mundo profano esclarecido pelos deveres de Aprendiz.

Fazei dos conselhos que recebestes a pedra de toque e de amor para vossos semelhantes; amassai, com coragem e perseverança, o cimento místico que servirá para edificar o Templo do Grande Arquiteto do Universo.”

Consta ainda na parte de instrução do ritual de 1º Grau do REAA da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, o seguinte[5]:

“… VM: – O que representa o teto dos nossos templos, Irmão 2º Vigilante?

2ºV: – O teto dos templos maçônicos de cores variadas representa a abobada celeste; isto é, o Céu, o infinito.

VM: – Que caminho nos fará atingir a abobada celeste, meu Irmão?

2ºV: – O caminho pelo qual nós Maçons, esperamos atingi-la é expresso, simbolicamente pela escada existente no Painel Alegórico, denominada de Escada de Jacó, nome que, como fiel guardiã das antigas tradições, a Maçonaria conserva. Por isso é que dizemos aos Aprendizes depois de sua iniciação, que pôs o pé no primeiro degrau da Escada de Jacó, significando que deu o primeiro passo no caminho de seu aperfeiçoamento moral.

VM: – De quantos degraus se compõe essa escada e o que representam?

2ºV: – A Escada de Jacó é composta de muitos degraus, todos eles representativos das virtudes exigidas aos Maçons nos eu caminhar em busca da perfeição.

VM: – Que símbolos se destacam em sua base, centro e topo, meu Irmão?

2ºV: – Três símbolos muitos conhecidos do mudo profano: uma Cruz, uma Âncora e um Cálice com uma mão estendida, representando as três virtudes teologais – Fé, Esperança e Caridade – quem devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano, principalmente do Maçom que não se esquecerá, jamais, de depositar Fé no Grande Arquiteto do Universo, Esperança no aperfeiçoamento moral e Caridade para com seus semelhantes.

VM: – Que correspondência existe entre as virtudes teologais e as Colunas sobre as quais se apoiam a Loja, meu Irmão?

2ºV: – A Fé é a Sabedoria do espírito, sem a qual o homem nada levará à termo; a Esperança é a Força do espírito, amparando-o e animando-o nas dificuldades encontradas no caminho da existência; e a Caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que nestes se abriguem os mais puros sentimentos humanos.”

7º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja Maçônica de Brasília[6]:

“A cobertura de uma Loja é um dossel celestial de diversas cores, o próprio céu. O caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar tem como auxílio uma escada, chamada nas Escrituras a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no GADU. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os céus e descansa no Livro das Sagradas Escrituras, porque, pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Divina Providência Divina, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; esta Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das promessas abençoadas aí descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros, e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua profissão. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, emblematicamente aqui representado por sete estrelas, que são uma alusão a outros tantos Maçons regularmente feitos, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem Candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na Ordem.”

8º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja do Estado de São Paulo[7]:

“A cobertura de uma Loja é um dossel celestial de diversas cores, o próprio céu. O caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar tem como auxílio uma escada, chamada nas Escrituras a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no GADU. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os céus e descansa no Livro das Sagradas Escrituras, porque, pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Divina Providência, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; esta Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das promessas abençoadas aí descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros, e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua profissão. Em sentido figurado, é uma Mansão. Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, emblematicamente aqui representado por sete estrelas, que são uma alusão a outros tantos Maçons regularmente feitos, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem Candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na Ordem.”

10º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Oriente do Brasil[8]:

O referido ritual foi pesquisado folha a folha (01 a 79) e nada foi encontrado, nem que implicitamente, sobre a escada de Jacó.

11º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Oriente do Brasil[9]:

O referido ritual foi pesquisado folha a folha (01 a 83) e nada foi encontrado, nem que implicitamente, sobre a escada de Jacó.

12º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Oriente do Brasil[10]:

O referido ritual foi pesquisado folha a folha (01 a 164) e nada foi encontrado, nem que implicitamente, sobre a escada de Jacó.

13º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Loja Symbolica do Pará[11]:

“A cobertura de uma loja maçônica se representa por uma Abóbada Celeste de côres variadas, representando o CEO[12], isto é, o infinito. O caminho pela qual nós Maçons, esperamos atingi-la, é expresso symbolicamente pela escada existente no Painel e que as Sagradas Escrituras denominam a Escada de Jacob, nome que, sempre guarda fiel da antiga tradição, a Maçonaria conserva.

Por isso é que dizemos aos Aprendizes-Maçons depois de sua iniciação, “que puzeram o pé no 1º degráo da ESCADA DE JACOB”, significando-lhes que deram o primeiro passo no caminho do seu aperfeiçoamento moral.

Compõe-se esta escada de muitos degráos, todos eles representativos das virtudes exigidas ao Maçom no seu caminho para a perfeição.

Na sua base e topo, entretanto, destacam-se três symbolos, muito conhecidos no mundo profano, como representando a FÉ; a ESPERANÇA e a CARIDADE.

De facto são estas as primeiras virtudes Moraes que devem ornar o espírito de qualquer se humano e, principalmente, dos Maçons.

Fé no Grande Architeto do Universo;

Esperança no Aperfeiçoamento Moral; e Caridade para com o gênero Humano.

Ainda por analogia, poderemos explicar do seguinte modo essas três Virtudes: A Fé é a sabedoria do espírito, sem a qual o homem nada levará a termo; a Esperança é a Força do espírito amparando-o e animando-o nas dificuldades que encontram a cada passo, no caminho da existência; e a Caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos humanos.”

14º – Ritual de 1º Grau – Rito York Antigo – Grande Loja Nacional Francesa:

“A cobertura de uma Loja é nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão, viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé, Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade, pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição, mas a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.”

15º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Loja do Estado da Bahia[13]:

“O Teto das Lojas Maçônicas representa a Abóbada Celeste, de cores variadas.

O caminho para atingir essa Abóbada, isto é, o Céu, o Infinito, é representado pela escada composta de muitos degraus existentes no Painel da Loja e conhecida por ESCADA DE JACÓ, nome que como fiel guardiã das antigas tradições, a Maçonaria o conserva. Cada degrau representa uma das Virtudes exigidas ao Maçom para caminhar em busca da perfeição moral.

Em sua base, centro e topo, destacam-se três símbolos, muitos conhecidos do mundo profano: FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE, virtudes morais que devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano, principalmente do Maçom, que não se esquecerá, jamais, de depositar FÉ no GADU, Esperança no aperfeiçoamento moral e Caridade para com seus semelhantes. A FÉ é a SABEDORIA do espírito, sem a qual o homem nada levará a termo; a ESPERANÇA é a FORÇA do espírito, amparando-o e animando-o nas dificuldades encontradas no caminho da vida e a CARIDADE é a BELEZA que adorna o espírito e o coração bem formados, fazendo com que, neles, se abriguem os mais puros sentimentos humanos.

É o traçado espiritual para o aperfeiçoamento do Maçom que queira atingir o topo da ESCADA DE JACÓ, após haver desbastado as asperezas de seu EU, asperezas essas representadas pela ambição, orgulho, egoísmo e demais paixões, que torturam os corações profanos. Em toda Loja Maçônica Regular, Justa e Perfeita, existe um PONTO DENTRO DE UM CÍRCULO, que o verdadeiro Maçom não pode transpor. Esse CÍRCULO situa-se entre DUAS LINHAS PARALELAS, uma representando MOISÉS, ao Norte e a outra o REI SALOMÃO ao Sul. Na parte superior desse círculo, fica o LIVRO DA LEI, que sustenta a ESCADA DE JACÓ, cuja extremidade atinge o Céu. Caminhando em torno desse CÍRCULO, teremos, necessariamente, de tocar nas LINHAS PARALELAS, assim como no LIVRO DA LEI. Enquanto um Maçom se conservar assim circunscrito, não poderá errar.”

16º – Ritual de Emulação – 1º Grau – Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro[14]:

“A cobertura de uma Loja Franco-maçônica é um dossel celestial de diversas cores, os próprios Céus. O caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar, e com o auxílio uma escada, chamada na Escritura, a Escada de Jacó.

É composta de muitos degraus, que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no Grande Arquiteto do Universo. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os Céus e se apóia no Livro das Sagradas Escrituras, porque pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Providência Divina, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; a Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das abençoadas promessas ali descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua Arte. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, que são uma alusão a outros tantos Maçons regulares, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem Candidato algum pode ser legalmente iniciado na Ordem.”

17º – Ritual de 1º Grau – Rito Brasileiro – Grande Oriente do Brasil[15]:

“. . . VM: – Ir, F… conheceis a Escada de Jacó?

R: – Sim, Venerável Mestre. Ela é expressivo símbolo iniciático: representa a ponte de ascensão da Terra ao Céu.

VM: – Onde estão, Irmão F…, colocados os Aprendizes?

R: – No primeiro degrau da Escada de Jacó[16]. A sua marcha para o alto depende de seu próprio anseio de perfeição.

VM: – Ir F…, ao longo da Escada de Jacó vedes alguns símbolos?

R: – Sim, venerável Mestre. Há três símbolos: na base, no centro e no topo, representando a Fé, a Esperança e a Caridade. A Escada coroa-se pela Estrela Radiante de 7 Pontas, inscrita no Círculo. Símbolo do Supremo Arquiteto do Universo”.

RITUAIS QUE NÃO CONTÉM CITAÇÃO SOBRE A ESCADA DE JACÓ

Rituais do Rito Schröder, Adonhiramita[17] e do Rito Moderno ou Francês. Pelo menos, foi esta informação que me foi e passada por alguns Irmãos[18] que labutam nos dois conceituados Ritos.

CONCLUSÃO

Então, qual o porquê da afirmação do Equívoco da Escada de Jacó?

Simplesmente, tendo em vista que analisando todos os textos expostos no presente trabalho, este articulista é de opinião que a Escada de Jacó, só tem finalidade, nos rituais de 1º grau dos sistemas ritualísticos e litúrgicos inglês e norte americano e quiçá no escocês e irlandês. Pois, apesar de várias tentativas de pesquisas nada consegui com respeito aqueles dois países, com relação aos seus rituais e sobre tudo, com relação à escada de Jacó em seus rituais.

Pois bem. Analisando cada texto individualmente, nota-se cabalmente que a Escada de Jacó é típica dos rituais do sistema inglês e norte americano.

Fora os painéis (tracing board/tábua de traçar) do sistema maçônico inglês, pelo menos, no que se refere ao ritual de emulação, nota-se, que existe a tal escada, simbolizando a (escada) de Jacó, descrita na Bíblia (Gen: 28:12-17).

Nos painéis (trestle board) do sistema norte americano, nota-se também, da mesma forma, a tal escada, simbolizando a (escada) de Jacó, descrita em (Gen: 28:12-17).

Os painéis do REAA, o simbólico, ou seja, o VERDADEIRO e ÚNICO, não apresenta tal escada.

Existe também outro, denominado de alegórico, que nada tem haver com a filosofia e doutrina do REAA. Foi um enxerto efetivado após criação (fundação) das então neófitas Grandes Lojas Estaduais, nos idos de 1927.

Se o dileto Irmão chegou a ler este, com esmero e cuidado, notou que nos rituais do REAA do GOB, datados respectivamente de 1922 e 1926, nada consta (va) sobre a Escada de Jacó.

Essa Escada, a de Jacó, só vem aparecer nos rituais a partir do ano de 1928, quando já existiam algumas Grandes Lojas em plena atividade, dentre as quais a do Pará.

ARLS Schalon nº 6 (REAA) – GLEPB

Notas

[1] – P. 164. A edição do ritual é do ano de 2001. Esta Grande Loja é subordinada diretamente a Grande Loja Unida da Inglaterra.

[2] – Página 86.

[3] – Na verdade, os maçons norte-americanos não utilizam rituais em seus trabalhos. Eles utilizam sim, códigos. Ou seja, os “rituais” são todos codificados (cifrados).

[4] – A edição do ritual é do ano de 2005.

[5] – Página 69. A edição é do ano de 2005.

[6] – Pp. 58-59. Este ritual é denominado de Rito de York – Cerimônias Exatas (Ritual Emulação).

[7] – P. 79. A edição do ritual é do ano de 2003.

[8] – Nesse ritual, o qual é datado do ano de 1922, nada consta sobre a Escada de Jacó.

[9] – Nesse ritual, o qual é datado do ano de 1926, nada consta sobre a Escada de Jacó.

[10] – Nesse ritual, o qual é datado do ano de 2001, nada consta sobre a Escada de Jacó.

[11] – Páginas 70-71. A edição do ritual é do ano de 1928.

[12] – A grafia está tal qual a da época da confecção e impressão.

[13] – Contribuição do Respeitável Irmão Renato Burity – Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia.

[14] – P.46. A edição do ritual é do ano de 2001.

[15] – Página 187.

[16] – Há uma grande incoerência. Vide a figura do painel de 1º Grau do Rito Brasileiro adotado pelo GOB, a qual se encontra na p. 13 do presente trabalho. Ou seja, no referido painel não consta a tal Escada de Jacó.

[17] – Pesquisado o ritual de 1º grau do Rito Adonhiramita pp – 01-291, nada foi encontrado relacionado com a Escada de Jacó, exceto o painel do grau, constante da p.20.

[18] – Informação prestada pelo Respeitável Irmão Rui Jung Neto – Ex-Venerável Mestre da BARLS.”Concordia et Humanitas”, nº 56 – GLMERGS; Ritual de 1º Grau do Rito Schröder da ARLS Mensageiros da Luz nº 51 – jurisdição do Grande Oriente Independente do Estado de Pernambuco.

BIBLIOGRAFIA:

Cavalcante, Sergio – Rito Escocês Antigo e Aceito – Rituais de 1804;

Rituais de diversos Corpos Simbólicos já neste trabalho nominados.

Fonte: http://omalhete.blogspot.com

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