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domingo, 10 de novembro de 2019

O IRMÃO

O IRMÃO
Ir∴ José Aparecido dos Santos
A∴R∴L∴S∴ Justiça nº 12 – Rito R∴.E∴A∴A∴ – Oriente de Maringá

O que é Maçonaria? E o porquê do chamado irmão? Quando se recebe a luz após todos os trâmites da Iniciação de profano para neófito, finda a cerimônia e se depara com várias espadas apontadas para sua face e corpo completo, ouve-se a voz do Venerável Mestre pedindo para que estes abaixem suas espadas e de agora em diante não mais profano e tendo diante de si um novo maçom e irmão, de hoje em diante somos uma única irmandade universal, sua esposa, filhos, de hoje em diante são cunhadas, sobrinhos ou sobrinhas.

E o primeiro gesto será o abraço fraternal, recebendo o filho pródigo que perambulava entre profanos, ansioso para juntar-se na família maçônica.

Todos devem amar-se uns aos outros, embora isso seja uma utopia; mas sendo todos filhos de um mesmo Criador, a Família Universal deveria apresentar outro comportamento. 

Torna-se preciosa a participação da Iniciação deste novo Amigo, Irmão; é como assistir a um novo nascimento, a participação de acolher um novo membro da Família Maçônica.

E no decorrer da vida maçônica, que se recebe ou se faz visitas em Oficinas, para o crescimento espiritual, fazendo a egrégora maçônica entre amigos, irmãos da mesma Oficina e também de outras, se vê como é grande, espetacular viver em harmonia e fraternidade. Ao receber ou ser recebido na sala dos passos perdidos e tendo o verdadeiro aperto de mão, o abraço fraternal, é onde se vê a felicidade de ter se tornado Maçom, mas não sendo somente desta forma e tendo alguns que esqueceram da fraternidade, irmandade, que somos todos iguais e fazem colocações que este ou aquele irmão, só faz visitas para estar presente no ágape fraternal, se fartando de comidas e bebidas....

E sendo sabido que somente os Irmãos de sangue possuem características comuns que conduzem ao afeto sólido e desinteressado, cultivando o amor familiar.

Inexiste tratamento mais afetuoso que o de “amigo, irmão”, maçonicamente, já no Poema Regius, do ano de 1390, o mais antigo que se conhece recomenda o tratamento de “caro irmão” entre os maçons.

Fisiologicamente, os Irmãos provindos dos mesmos pais são denominados de “germanos”, que em latim significa “do mesmo germe”.

Na Maçonaria não há esse aspecto; porém, a Fraternidade (frater em latim) harmoniza os seres por meio da parte espiritual; diz-se que os maçons são Irmãos porque provêm da mesma Iniciação; morrem na Câmara das Reflexões para renascerem produzidos ou procriados por meio do germe filosófico que transforma integralmente a criatura, refletindo-se no comportamento posterior.

A essência da Fraternidade é o amor; os maçons dedicam muito amor uns para com os outros; é essa prática que funde o sangue para que haja no grupo uma só criatura.

O bem querer, a tolerância e a Fraternidade dentro da Loja transformam o homem em criatura dócil, espontânea e fiel, apta a desempenhar a cidadania no mundo profano.

A rigor, o amor fraternal deveria estender-se a toda humanidade; no entanto, ainda não estamos preparados para isso.

A essência do ser Maçom, estar em Maçonaria, é simples e direto, nos lembrando da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, como também nos lembrando do “Salmo 133”.
Oh! Quão bom e quão suave é que os Irmãos vivam em União.
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.
Desta forma, não adianta estarmos presentes em todas as Sessões de nossa ou em outras Oficinas, ler, ouvir e não praticar o que é ser Maçom, não é somente saber se postar dentro das Lojas e sim ter a Maçonaria dentro de cada um e o Templo é uma vida constante dentro e fora, viver amar o ser Maçom, somente desta forma que não mais vai existir esta ou aquela Potência e sim nos identificarmos com as Romãs encimando as colunas, entreabertas, aparecendo suas sementes, simbolizando a União dos maçons e representados por suas sementes unidas em blocos e ter mente como Salomão o fez a Jeová, pedindo ao GADU, somente a sabedoria e com isto vem a prudência, tolerância, paz e o perdão.

Temos que ter em mente, que sempre deveríamos retornar e nos fecharmos dentro da Câmara de Reflexões, como no dia que demos inicio ao nosso aprendizado e nos tornarmos não somente “Irmãos” e também sermos “Amigos” e termos a Maçonaria dentro de nós e não fora de nosso viver, com isto, seriamos uma única família Maçônica Universal e sem ver jóias, cargos e vida Profana.

Pensemos mais em “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” e vendo sempre o lado positivo do outro e não o lado negativo, este quem o faz é nós mesmos, o que pensamos se reflete e muito.

“Poema de Regius do ano de 1390”

"Hic incipiunt constituciones artis Gemetriae secundum Eucyldem"
(Aqui principiam as Constituições da Arte da Geometria, segundo Euclides)

Aquele que deseja boa leitura e que busca 
conhecimento pode encontrar num velho livro escrito 
Sobre grandes senhores e gentis damas 
Que tinham muitos filhos mui sábios. 

Mas não dispunham de renda para mantê-los. 
Nem na cidade, nem nos campos ou nos bosques. 
Reuniram-se em conselho, por causa deles, 
Para decidir, em benefício de seus filhos, 
Como eles poderiam melhor ganhar a vida 
sem grande desconforto, cuidado ou angústia, 
Sem contar a multidão de filhos 
Que viriam depois deles virarem cinzas. 

Mandaram procurar grandes clérigos 
Que para isso lhes ensinassem bons ofícios: 
"Nós lhes rogamos, por amor a Nosso Senhor, 
Que nossos filhos façam bons trabalhos. 

De forma a bem poderem 
ganhar a vida 
Com facilidade, e também com toda 
a honestidade e segurança". 

Nessa época, graças à boa 
geometria, 
Este honesto ofício da boa 
maçonaria 
Foi organizada, elaborada em seu 
método 
E concebido pelos clérigos reunidos.

Em virtude das súplicas dos 
conceberam a geometria, 
Dando-lhe o nome de maçonaria, 
Para fazer o mais honesto dos ofícios. 

Esses filhos dos senhores foram ao clérigo 
Para aprender o ofício da geometria 
No qual ele se mostrou pleno de cuidado. 

Por causa da súplica dos pais, bem 
como das mães, 
Ele os introduziu nesse ofício honesto. 
Aquele que melhor aprendia e se 
mostrava honesto
Também suplantava os companheiros 
em habilidade. 

Caso nesse ofício ele se superasse, 
Teria mais direito à honra do que o 
derradeiro. 

O nome desse grande clérigo era 
Euclides. 

Seu nome se difundiu amplamente. 
Além disso, esse grande clérigo 
ordenou ainda 
Que aquele que estivesse num grau 
mais elevado 
Deveria instruir o que menos soubesse 
Para o aperfeiçoar nesse honesto 
ofício; 
Assim devem eles se instruir 
mutuamente 
E se amarem juntos como irmã e 
irmão. 

Além disso, ordenou ele ainda 
Que o mais adiantado fosse chamado 
mestre; 
Para que ele fosse o mais honrado, 
Deveria ele assim ser chamado. 
Todavia, um maçom jamais deveria 
querer chamar um outro 
No ofício, diante de todos os demais, 
De servo ou servidor, mas sim de 
"meu caro irmão". 

Mesmo não sendo ele tão perfeito 
como um outro, 
Cada um por amor deveria chamar o 
outro de companheiro, 
Já que são nascidos de nobre estirpe. 

O ofício da maçonaria iniciou-se 
primeiro 
Quando o clérigo Euclides, em sua 
sabedoria, instituiu 
Esse ofício da geometria na terra do
Egito.

No Egito com vigor ministrou seus 
ensinamentos 
Difundidos em várias terras, por toda parte. 

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