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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE NA AUSÊNCIA DO 1º VIGILANTE

O Respeitável Irmão José de Freitas Loja Fraternidade e Justiça, REAA, GOB-TO, Oriente de Gurupi, Estado do Tocantins, apresenta a dúvida seguinte.

SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE NA AUSÊNCIA DO 1º VIGILANTE

Sempre tenho recorrido a você para dirimir dúvidas a respeito de ritualística e afins. Agradeço-lhe de antemão a boa vontade e a disponibilidade do irmão em nos atender.

O assunto é o seguinte: Na revisão do ritual de Aprendiz ficou muito claro como se deve proceder na ausência do Venerável Mestre. Não ficou dúvida da forma que se deve proceder nos casos de sessão ordinária e nas Sessões de Iniciação, Elevação ou Exaltação.

Entretanto, surgiu-nos uma dúvida decorrente: Numa reunião ordinária, não estando presente o Irmão 1º Vigilante quem deve assumir o primeiro malhete? O 2º Vigilante ou o Ex-Venerável?

Também ficou resquícios de dúvidas sobre a abordagem dos irmãos Diáconos ao altar do Venerável Mestre e Vigilantes. O acesso ao Venerável Mestre deve ser feito no "lado norte por trás do altar" ou na "parte norte", assim compreendida a frente do altar voltada para o ocidente. A pergunta se faz porque para se ter acesso ao Venerável Mestre pelo lado norte ele teria que se levantar e ir ao encontro do irmão 1º Diácono, procedimento muito complicado em virtude do curto espaço que existe, ainda mais prejudicado se houver ocupante na cadeira que fica à sua direita. Outra coisa que complica essa abordagem são as peças que ficam sobre o altar, tais como o estojo com a Espada Flamejante e a Ampulheta.

Também temos uma questão de espaço que impede (impediria) a subida dos degraus dos Irmãos Vigilantes pelos irmãos 1º e 2º Diáconos.

Por último indagamos se houve mudança na posição do p∴ esq∴ quando da execução da marcha. A orientação nova é que em pé e à Ordem, portanto parado, o pé esquerdo não precisa estar alinhado no sentido da frente, e sim em esquadria, tal qual a intercessão das peças do Pavimento de Mosaico.

Peço-lhe abordar essas questões trazendo mais uma vez a luz da sua sabedoria sobre esses casos.

CONSIDERAÇÕES:

Substituto precário do Venerável Mestre – Na ausência do Venerável Mestre, em sessões ordinárias, quem assume o primeiro malhete é o 1º Vigilante. Este por sua vez é substituído pelo 2º Vigilante que tem sua vaga preenchida pelo 2º Experto. Nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação, por conta da liturgia de sagração, faltando o titular do 1º malhete, não sendo o Vigilante um Mestre Maçom Instalado, assume o 1º malhete o Ex-Venerável mais recente.

Agora, faltando o Venerável Mestre e o 1º Vigilante, entenda-se que a situação não é normal, passível de se verificar o que há de errado, já que dois titulares das Luzes da Loja, ao mesmo tempo deixam de comparecer aos trabalhos. Esse tipo de situação nem está previsto, todavia, é possível que numa sessão ordinária sem que haja nenhuma deliberação importante, até a Loja decida abrir os trabalhos. Nesse caso, anômalo ao extremo, entendo que o 2º Vigilante, deve assumir extemporaneamente os trabalhos, permanecendo o 2º Experto na 2ª vigilância e outro Mestre Maçom na 1ª Vigilância.

Entretanto, gostaria de reiterar que o ideal mesmo, numa condição dessa (faltando duas Luzes), a Loja deixe de abrir os trabalhos pois não é normal a ausência dos titulares de dois, dos três cargos que foram eleitos para dirigir a Loja. Penso que antes de ficar se preocupando com quem irá assumir os lugares dos faltosos, melhor seria procurar a razão pela qual se tenha chegado a essa situação de anormalidade. Entendo que esse tipo de preenchimento de cargos está mais para um gesto de se tapar o sol com a peneira do que se resolver uma situação no mínimo anormal – alguma coisa na Loja realmente não deve estar nos devidos conformes.

Abordagem dos Diáconos na transmissão da Palavra – É como está explicado no Sistema de Orientação Ritualística, Grau de Aprendiz, item 42, em http://ritualisticia.gob.org.br/ , o Venerável volta-se para o norte e se coloca de frente para o 1º Diácono que também sobe os degraus pelo norte do Altar. Não se passa por trás do ocupante da cadeira de honra e nem vai pela frente do Altar. Nesse caso o ocupante da cadeira de honra se afasta e dá passagem ao Venerável para que ele possa transmitir a Palavra ao Diácono. Veja, não há como expressar uma orientação que se coadune a cada espaço disposto nos Templos maçônicos. Assim, o Venerável se volta para o Diácono que o aguarda (no nível do sólio) e vai até ele para proceder o ato ritualístico. Reitero, o Diácono não passa por trás e nem vem à frente do Altar. Assim, o ocupante da cadeira de honra se afasta da melhor maneira possível para que o ato seja realizado. A propósito, só existem duas cadeiras de honra, um à direita e outra à esquerda do trono. É o que menciona o Decreto 1469/2016 do GOB, portanto não se colocam outras além das previstas.

Na questão da Espada Flamejante e da Ampulheta não procede a preocupação, pois, a Espada mencionada fica disposta sobre lado sul do Altar, ou seja, coincidindo com o lado em que o Porta-Espada toma assento logo abaixo do sólio. Assim, o ato da transmissão da Palavra se dá no norte do Altar enquanto que a Espada descansa no lado sul do mesmo. No tocante a Ampulheta, a mesma nem está prevista como objeto que deve ficar sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Ampulheta é um símbolo próprio da Câmara de Reflexão e não do interior da Loja, muito menos ficar sobre o Altar.

Na questão da abordagem dos Vigilantes que se dá pelo lado direito das suas mesas (ombro direito dos Vigilantes), quando o espaço for exíguo, ou seja sem a possibilidade de ambos se colocarem sobre o mesmo piso, o Diácono aguarda em baixo, ou seja, no nível do piso do Ocidente. Assim, o Vigilante se volta para o Diácono para a transmissão da Palavra. O que não deve é o Vigilante descer. Ele apenas se volta para o Diácono, obviamente em se levando em consideração a restrição do espaço. É oportuno mencionar que não existem os tais giros em torno das mesas (não altar) dos Vigilantes.

Posição do pé esquerdo – É como especifica os itens 23 e 27 do Sistema de Orientação Ritualística em http://ritualistica.gob.org.br/, inclusive grifado na orientação "os pés posicionados normalmente", o que significa que ambos os pés ao formarem a esq∴ seguem aproximadamente as linhas oblíquas que formam o Pav∴ Mos∴. Pé esq∴ apontado para a frente não é postura utilizada no REAA. Os ppas∴ são dados normalmente (sem arrastar os pp∴). Não se anda de lado, porém de frente para o Oriente que é o lugar da Luz, objetivo final do Iniciado. Pé esq∴ apontado para frente é prática de outros Ritos. No REAA a junção das linhas do Pav∴ indicam a união dos pp∴ pelos cc∴. Assim, a esq∴ formada pelos pp∴ fica com o ângulo interno voltado para frente, não de lado.

Eram essas as orientações. Aproveito a oportunidade para reafirmar que o Sistema de Orientação Ritualística disposto na plataforma do GOB RITUALÍSTICA está em plena vigência sustentado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral e publicado no Boletim Oficial do GOB nº 31 de outubro de 2019.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br - 16/12/2019

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