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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

VOTAÇÃO EM AUMENTO DE SALÁRIO

VOTAÇÃO EM AUMENTO DE SALÁRIO 
(republicação)

Em 09.02.2014 o Respeitável Irmão Marcos André Malta Dantas, Loja Experiência e Sabedoria,47, GLMES, REAA, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo, apresenta a seguinte questão: 
clinicadador@uol.com.br 

Somente para confirmar, numa das suas explicações, você meu irmão, citou que no caso do trolhamento Aprendiz, depois da sua saída (o consulente se refere a apresentação de peça de arquitetura para aumento de salário), o correto seria transformar a Loja em Grau 3, para somente os Mestres votarem. O que achei lógico e inteligente, de acordo com a ritualística do REAA∴, mas conversando na Grande Loja, tem o tal dos usos e costumes, muitos Veneráveis preferem, para não dar muito trabalho, já votarem, mesmo com a possível presença de um Companheiro. Penso que realmente você tem razão, pois em se tratando de votação, somente os Mestres e em Grau 3, deveriam decidir, obviamente com a saída do Companheiro. Seria possível você esclarecer mais?

Considerações:

É uma questão de plenitude de direito, portanto quem possui aptidão para aprovar aumento de salário, é um Mestre Maçom – eis o porque da Loja ser transformada em Câmara do Meio para apreciação e votação da Peça de Arquitetura apresentada. Esse pelo menos deveria ser o procedimento correto.

Não há como confundir essa prática simplesmente com “usos e costumes”, já que esses são verdadeiramente relegados à Maçonaria e não a uma Obediência em particular ou mesmo individualmente a uma Loja.

Ademais, um verdadeiro “uso e costume” da Ordem que permanece também na Moderna Maçonaria é o de se respeitar a plenitude maçônica do Mestre que, nesse caso tem aptidão para poder avaliar a qualidade daquele que aspira a mudança de Grau. Assim, esse tema, como verdadeiro uso e costume é, ou pelo menos deveria ser tratado apenas em Loja de Terceiro Grau.

O que eu tenho achado realmente engraçado é a atitude que certos Mestres às vezes tomam querendo argumentar uma justificativa como esta: “para não dar muito trabalho”. Ora em um Canteiro (Loja) de aprimoramento onde os participantes vestem um avental como símbolo, eu gostaria de lembra-los que o uso do mesmo na Maçonaria implica em um emblema verdadeiramente autêntico e que tem sido definido na Sublime Instituição com a intenção de lembrar que o Homem nasceu para o trabalho e, por conseguinte todo o Maçom deve trabalhar incessantemente para a descoberta da Verdade e para o aperfeiçoamento da Humanidade. Então, que “estória” seria essa de “não dar muito trabalho”.

Por outro aspecto eu não saberia dizer se os diplomas legais dessa Respeitável Grande Loja poderiam prever a votação para um aumento de salário com a presença de Irmãos que ainda não tenham atingido o Terceiro Grau. Se porventura esse procedimento estiver legalmente previsto, então mesmo a contragosto, que se cumpra a Lei.

Gostaria de aproveitar essa oportunidade para uma melhor reflexão sobre a designação do termo “trolhamento” na verificação de qualidade. O que me parece e que eu tenho já exaustivamente comentado é que o ato de “trolhar” serve para que simbolicamente sejam aparadas eventuais rusgas que possam surgir entre os Irmãos (apaziguar – a trolha alisa).

Agora, para o ato resultante de uma verificação, seria bem mais próprio o uso do neologismo maçônico designado por “telhamento”, termo esse que é muito mais condizente para com a cobertura dos trabalhos de uma Loja - daí o cargo denominado de Cobridor e não de Trolhador. Afinal, cobre-se um Templo com telhas, nunca com trolhas (com desempoladeiras ou colheres de pedreiro).

Ademais, verificar a qualidade de uma peça de arquitetura para que dela mereça votação, me parece nada ter a ver com “trolhamento” (sic), ou mesmo “telhamento”. O termo mais apropriado seria uma “avaliação” relativa à qualidade e aprimoramento daquele que aspira ao aumento de salário no simbolismo maçônico.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.712 – Melbourne – domingo, 7 de junho de 2015

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