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sábado, 22 de fevereiro de 2020

PROCEDIMENTOS RITUALÍSTICOS

PROCEDIMENTOS RITUALÍSTICOS 
(republicação)

O Respeitável Irmão Rossano do Lago, Loja Independência e Luz, 301, REAA, GOB, Oriente de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, formula as questões seguintes: rmlago@hotmail.com

(...) corretamente, porém não sabe por que fazemos. Não consta em Ritual, manual, RGF, etc. E para uma instrução para Aprendizes o famoso "porque sim" e "porque não" não basta. Vamos a elas: 1 - Porque não se cruza os pés ou pernas durante a sessão? 2 - Existe uma maneira correta de entrar no Templo ou subir ao Oriente? Tipo entrar com o pé esquerdo ou algo do tipo? 3 - Quando subimos ao Oriente, subimos pelo nordeste e descemos pelo sudeste. Por que não pelo centro? 4 - Os Irmãos que se sentam no Oriente tem o direito de falar sentado. Como é o procedimento? Como ele saúda as Luzes e demais Irmãos? Como é feita essa saudação? 5 - Ao depositar o óbolo, retiro a mão fechada ou aberta? 6 - O Mestre de Cerimônias quando estiver parado e portando o bastão, com os braços em esquadrias, pode apoiar o bastão no chão ou ele tem que sempre ficar suspenso? Na entrada do cortejo, ele vai à frente do VM ao atrás dele? Sobe ao Oriente ou o escolta até a entrada?

CONSIDERAÇÕES:

1 – Esse não é um costume generalizado em toda a Maçonaria. Alguns costumes adotam posturas para o cotidiano das Sessões com a finalidade apenas de disciplinar os procedimentos para que se evitem exageros à parte. Isso não é regra ritualística, senão uma norma de educação. 

2 – Não. Anda-se normalmente em deslocamento e tanto faz o pé que ingressa ou sobe por primeiro. Querem alguns tratadistas ver aspectos de ocultismo ou crenças pessoais e acabam inventando procedimentos. Assim, esses costumes não existem. Pé esquerdo apenas quando da entrada formal no Templo ao se romper a Marcha do Grau no REAA∴. 

3 – Não seria errado desde que o eixo (centro) servisse de parâmetro e limite de por onde se ingressa e por onde se sai do Oriente. Ao longo da evolução dos rituais simbólicos do escocesismo no século XIX e princípio do XX, desenvolveu-se a regra de circulação no Ocidente para atender a doutrina do Rito. Embora não exista circulação no Oriente, a regra de entrada e saída deste quadrante moldou-se aos procedimentos de deslocamento horário comuns ao Ocidente da Loja. Assim, para se evitar nele (ocidente) circulação contrária estabeleceu-se que no deslocamento em Loja aberta o protagonista para ingressar no Oriente o faz passando obrigatoriamente pela Coluna do Norte entre o espaço delimitado pela balaustrada e o eixo (centro), fato que se fez estabelecer a regra de entrada pelo nordeste. Quando à saída do Oriente, o mesmo ocorre para que se atenda o deslocamento pela Coluna do Sul, fato esse que se estabeleceu a regra de saída pelo espaço entre o eixo e a balaustrada, no sudeste. Se bem observada essa arte o protagonista em deslocamento na direção da entrada jamais circulará de modo contrário no Ocidente, tanto para ingressar no quadrante oriental com para dele sair. 

4 – Não é o que está atualmente previsto no ritual em vigência. Falam sentados no Oriente o Venerável, o Orador e o Secretário, salvo se porventura o ritual determine ao contrário. Os demais que ali ocupam cargo e por direito também ali têm assento, falam sempre à Ordem (ninguém à Ordem estará sentado). Houve tempos que esse costume hauridos das extintas Lojas Capitulares dava o direito de que todos os ocupantes do Oriente poderiam indistintamente falar sentados. Entretanto essa regra, pela própria extinção das Lojas Capitulares, acabaria por cair em desuso, já que a grande maioria dos rituais simbólicos orienta apenas para os de direito nesse caso (as Dignidades do Oriente: o Venerável, o Orador e o Secretário). Assim os ocupantes do Oriente, em linhas gerais, pedem a palavra diretamente ao Venerável na forma de costume. Quando autorizado um Obreiro a usar da palavra ele fica então em pé (com corpo ereto e os pés em esquadria unidos pelos calcanhares), compõe o Sinal do Grau e menciona protocolarmente (isso não é saudação) se dirigindo primeiramente as Luzes da Loja, em seguida aos demais de costume corriqueiro e por fim profere a sua fala. Terminada a sua manifestação, este desfaz o Sinal e toma novamente assento. Atenção: a citação por parte do protagonista quando do uso da palavra das Luzes e aos demais de direito não significa saudação, senão o modo protocolar adotado pelo Rito para alguém se dirigir à assembleia. Ocorre que quem usa a palavra, geralmente fala em pé - daí à Ordem e com o Sinal composto. Antes de sentar novamente, obviamente há necessidade de se desfazer o Sinal. Não confundir todo esse conjunto de procedimentos com saudação. 

5 – O Obreiro sentado ao ser abordado coloca o seu óbolo sempre com a mão direita que a introduz no recipiente fechada e a retira aberta. O gesto representa um ato de lisura, cuja mão aberta simboliza que o figurante do gesto nada retirou da bolsa em seu favor. 

6 – Parado ele mantém o corpo ereto com os pés em esquadria unidos pelos calcanhares empunhando com a mão direita o bastão na vertical pela sua porção mediana - que fica apoiado no chão – ao lado direito do corpo, tendo o respectivo cotovelo também aderido ao corpo. Em deslocamento o Mestre de Cerimônias mantém essa mesma atitude, porém com o bastão um pouco acima do piso para não arrastar no chão. É oportuno salientar que em nenhum caso no Rito se cruza o bastão na frente do tórax. Parado e em deslocamento o instrumento é conduzido sempre na vertical ao lado direito do corpo. Um dos ofícios do Mestre de Cerimônias é o de conduzir alguém. Assim quem conduz vai à frente do conduzido. No caso da escolta do Venerável ao Oriente para a abertura dos trabalhos, o Mestre de Cerimônias à frente ingressa no Oriente e para próximo ao primeiro degrau (abaixo do sólio) pelo lado norte que dá acesso ao Altar oferecendo passagem ao conduzido. O Venerável então sobe os três degraus e se posiciona no Altar. Ato seguido o Mestre de Cerimônias toma o seu lugar em Loja.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.814 – Florianópolis (SC) sexta-feira, 18 de setembro de 2015

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