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quarta-feira, 11 de março de 2020

O “ESQUECIMENTO” DE ADONIRAM E A RESPONSABILIDADE NA ESSÊNCIA DO MMM

O “ESQUECIMENTO” DE ADONIRAM E A RESPONSABILIDADE NA ESSÊNCIA DO MMM
(Desconheço o autor)

Uma salada filosófica sobre liderança, temperado com o sal da realidade e com o óleo da transcendência.

1 – INTRODUÇÃO:

Quando fui incumbido de construir um trabalho que verse sobre a responsabilidade do M∴M∴M∴, logo me veio à mente a questão da liderança, com todos os desdobramentos e exigências desta atitude, como nossa grande responsabilidade perante a ordem e o mundo. Sim, pois a liderança é uma atitude intrínseca ao M∴M∴M∴, dever do qual ele não pode fugir, sob o risco de ser mais um na massa, mais uma simples pedra com a marca de outrem. Como M∴M∴M∴ cada um tem a sua M∴, o seu sinal, que é sempre diferente e isto não é um simples distintivo, mas é na verdade a missão que devemos desempenhar no mundo, no qual estamos inseridos. Todos nós sabemos que, como sempre aconteceu na história da humanidade, os detentores da tríade do poder (econômico/político/informação) sempre tentaram fazer do “resto da humanidade” um grande rebanho de ovelhas que balem conforme a sua vontade, na tonalidade que lhes agrada e no tempo que lhes é aprazível. Neste contexto somos chamados a ser diferentes e a fazer o mundo diferente. Somos convocados a ser o fermento na massa (promotores da verdadeira liberdade), o sal (da justiça) que tempera e transforma a vida da humanidade, ou seja, se nos é imposta, não como opção, mas como um dever sermos os líderes que transformam a vida e as relações das pessoas na sociedade.

Esta reflexão nasceu da viva lembrança do nosso avançamento, no qual, quando o V∴M∴ não “repassou” a planta da Pedra Angular, exerceu a verdadeira liderança, como veremos mais tarde, e os supervisores não, pois tentaram ao máximo se eximir de sua responsabilidade e por medo, insegurança, ou mesmo, comodismo rejeitaram o trabalho que era fundamental para a conclusão da obra.

Destas atitudes que partimos para desenvolver este trabalho, primeiro mostrando o que não é liderança, para em seguida construir, em bases filosóficas, as atitudes que regem a vida de um verdadeiro líder. Lembramos que, como diz o próprio título, este trabalho é uma leve e rápida salada e carece de um aprofundamento, de maior substância, que só seria possível se analisássemos cada aspecto em separado e com mais calma e tempo. O que desejamos com este trabalho é dar uma visão rápida e abrangente do tema, atiçando a curiosidade e o debate.

2 – DESENVOLVIMENTO:
2.1 – O SAL DA REALIDADE: CHEFE – O “NÃO LÍDER”

Muitos confundem o papel do líder com o ser chefe. Chefia não tem nada haver com liderança. Líder e chefe são antônimos e não sinônimos, mesmo que o dicionário diga o contrário. A questão da chefia é baseada na heteronomia[1], leis estranhas ao corpo, que vem de fora. Leis que não se discutem, que não se adaptam, mas que devem ser seguidas sem questionamento. Um exemplo clássico de chefe encontramos da figura de Hitler. Ele não passa de um mero chefe, apesar de muitos desejarem vê-lo como um líder. Mas por que ele é um chefe e não líder, já que toda uma nação seguiu seu sonho?

Dizia Hitler: “Parem de pensar e sigam-me. Eu os tornarei senhores do mundo”. E o povo respondia: “Heil, Hitler”. As palavras de Adolf Hitler definem o ser do chefe, pois o chefe tem subordinados que não devem pensar, não podem pensar, e seguem sem questionamentos os sonhos do chefe. Isto mesmo, o chefe impõe o seu sonho, o seu desejo, a sua vontade de tal forma que os que o seguem a tornam seu o sonho dele. Certamente o povo alemão não desejou ser o “senhor do mundo”, apenas desejava sair da situação de miséria no qual se encontrava. Hitler queria ser o senhor do mundo e para isto usou do povo alemão e incutiu nele o seu sonho, mostrando como única saída para a situação no qual estavam imersos. Claro que Hitler encontrou terreno propício para tal aventura na situação histórica que se encontravam e nas virtudes de ordem e espírito guerreiro do povo alemão. Um verdadeiro líder teria se aproveitado das virtudes culturais e genéticas do povo para construir uma nova realidade, uma nova ordem de prosperidade, liberdade e paz. Mas o chefe usou as virtudes de modo negativo, com uma boa forma de propaganda desvirtuou o que era virtude e usou em seu benefício. 

Assim como Hitler na Alemanha, Mussolini dizia na Itália: “Parem de pensar e acreditem em mim. Vou restaurar a glória que foi de Roma”. E o povo gritava: “Duce, Duce”.

Com estes dois exemplos clássicos de chefe destacamos as atitudes do chefe, que são:
  • Criam um grupo de seguidores, súditos, subordinados (massa de manobra);
  • Evitam que seus seguidores pensem e sonhem algo por si próprio;
  • Tornam o seu sonho particular em sonho da massa, através da propaganda;
  • Fazem uma grande promessa inatingível, mas que pareça factível, normalmente usando do inconsciente coletivo;
  • Eliminam todos aqueles que não estejam em firme concordância com seus objetivos.
O mundo construído pelo chefe tem sempre um final trágico, porque ele não tem acabamento, carece de fechamento, pois ele deseja uniformidade, logo faltará a pedra angular, a pedra diferente que fecha, embeleza e dá o suporte a todo o edifício. Tanto para o chefe como para a massa, o resultado é sempre “a dor, a fome, a morte, o suicídio, o esquartejamento”, a tragédia e a ruína completa no cerrar do pano.

Este caminho não pode ser percorrido pelo M∴M∴M∴, ao contrário, a vida e a obra do M∴M∴M∴ no mundo deve ser uma eterna cruzada contra esta realidade. O inimigo número “um” de todos os chefes tem ser encontrado no seio da maçonaria, pois no mundo dos chefes a maçonaria perde seu lugar, perde seu espaço, pois uma das exigências do ser Maçon é que o homem seja livre e, no mundo dos chefes, a liberdade é inexistente. Ao contrário dos mestres supervisores que, primeiro tentaram se eximir de tomar a atitude que lhes cabia e depois jogaram fora um trabalho livre e criativo, o verdadeiro M∴M∴M∴ deve ser um entusiasta da livre criatividade transformadora, pois isto nos aproxima da atividade criadora do G∴S∴U∴ e esta missão Ele mesmo nos delegou e na forma da nossa marca encontramos esta missão[2].

2.2 – A SALADA FILOSÓFICA: CRIADOR/CRIATIVO – O LÍDER

Como já vimos na introdução, a liderança faz parte da essência do M∴M∴M∴, esta essência precisa se traduzir em atitude e não em meros atos[3]. Esta é a essência orientadora da nossa existência, para que esta seja honesta e siga os verdadeiros parâmetros que devemos seguir. Mas quais atitudes mostram que somos autênticos líderes? O que devemos viver para levar encantar aos outros para que eles também tomem nossos valores como valor universal?

Para responder a estas perguntas uniremos alguns conceitos de renomados filósofos e os aplicaremos à nossa realidade construindo o conceito de LÍDER e, conseqüentemente, conhecer o motor das nossas atitudes.

2.2.1 – O HOMEM ESTÁ CONDENADO A LIBERDADE – SARTRE

O filósofo Jean Paul Sartre, grande luminar do existencialismo francês, percebe que a liberdade é imposta gratuitamente ao ser humano. Este sempre é obrigado a fazer uma escolha, uma opção. Isto acontece porque, segundo ele, a existência precede a essência, não sendo esta um fator que defina o homem, mas é a existência, as escolhas que o homem faz na sua vida, que o definem. Neste sentido, o ser humano é inacabado, é um constante projeto, está sempre em aberto, se constrói pela suas escolhas. Ao tomar consciência disto vem a náusea, a dor de saber que a vida é um absurdo, sem razão, e o homem uma paixão inútil. Nada faz sentido, mas a partir do momento que se faz uma escolha, pois todo homem é obrigado a escolher, “condenado a liberdade”, ele tem de se engajar, lutar para que no seu projetar ele exista se atualizando.

Dentro do seu contexto social e cultural Sartre é radical, por isto, precisamos considerar alguns aspectos que limitam seu pensamento. Primeiro devemos lembrar que o ser humano é sim definido, em certa forma, e limitado pela sua essência. Um homem não pode querer escolher e se transformar num cão ou numa ave. Ele é homem, e isto ele não pode mudar. Nascendo animal, ele não pode escolher ser uma pedra, mesmo que para isto ele deite sobre a relva e acredite nisto. Sempre será homem. Mas é fato que, se por um lado a essência nos limita, por outro podemos usar da nossa existência, o projetar-se para fora de si para sermos pessoas melhores ou nem tanto. Outro fato que precisamos considerar é que no momento em que Sartre desenvolvia as suas teorias, a humanidade vivia uma profunda crise, pois estava vivendo e, depois, saindo da Segunda Grande Guerra. Toda a fé, toda a esperança no ser humano tinha caído por terra. Vivia-se a época da “grande náusea”. Tudo parecia ter perdido o sentido e a finalidade. Mas nós aqui cremos que o homem não é uma paixão inútil, começando por nós que desejamos ser melhores, no sentido autêntico, cremos que toda a humanidade pode viver na solidariedade, na justiça, na paz e se aperfeiçoando continuamente.

Apesar das limitações temporais do sistema sartreano, devemos considerar a realidade que ela trás à tona sobre o homem. Em primeiro lugar que não podemos fugir da nossa existência, nos esconder dentro de uma caverna esperando a vida passar, é necessário existir, projetar-se para fora de si, fazer algo de sua existência sobre este mundo, se construir. A escolha nos é imposta, não elegemos escolher ou não escolher. Mesmo presos, encarcerados, somos livres, pois somos capazes de escolher, podendo inclusive fazer a opção radical de eliminar a vida que corre dentro de nós. Portanto jamais podemos acusar alguém de ser o responsável pelos nossos fracassos, somos responsáveis por nossas vitórias e nossas derrotas. Somos responsáveis pelo que fazemos de nós mesmo. Tudo depende do nosso engajamento em levar a cabo a decisão que tomamos.

Seguindo nosso pensamento de esboçar o rosto de um líder, queremos ressaltar daqui, que o verdadeiro líder é aquele que não foge da sua responsabilidade de escolher, de fazer a opção que a vida impõe a todo o momento. Não delega aquilo que é essencialmente seu, a escolha de sua opção de vida. O verdadeiro líder é aquele que tem a coragem de fazer a opção e se engajar para que seus projetos se realizem. Mas que também sabe se auto-avaliar e mudar de caminho quando reconhece que estava enganado[4].

2.2.2 – O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA / CRIANDO SUA PRÓPRIA LEI – KANT

Outro aspecto fundamental na atitude de um líder é a capacidade de se auto-reger. Como falamos acima, é necessário escolher, assumir a responsabilidade, não seguir as marés, mas ser autônomo, “criar sua própria lei”. Mas também não é qualquer lei e nem simplesmente seguir aos impulsos particulares, seus próprios desejos. O que é então o princípio da autonomia? Como deve ser esta auto-regência? Para responder a estas perguntas recorremos ao filósofo alemão Emanuel Kant.

Kant afirma que a vontade não pode seguir outros impulsos, não pode ter outro motor do que ela mesma, e assim define: “autonomia da vontade é aquela propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei(independente da natureza dos objetos do querer). O princípio da autonomia é, portanto: não escolher de modo que as máximas da escolha estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal”( Emanuel Kant, Crítica da Razão Pura e outros textos filosóficos, p.238). Encontramos nesta afirmativa o princípio necessário para que cada um seja o seu legislador sem ter o perigo de cair no erro. É necessária a premissa da universalidade que decorre de uma vontade livre que se auto-rege; regência esta, que deve ocorrer livre de todo móbil sensível. Uma vontade que não se livrou de um motor sensível não é autônoma. A vontade autônoma é aquela que segue máximas próprias e estas devem ser universais aplicáveis a todos os seres racionais.

“Pela simples análise dos conceitos da moralidade pode-se, porém, mostrar muito bem que o citado princípio da autonomia é o único principio moral. Pois desta maneira se descobre que esse seu princípio tem de ser um imperativo categórico, e que este imperativo não manda mais nem menos do que precisamente esta autonomia” Emanuel Kant, Crítica da Razão Pura e outros textos filosóficos, p. 238).

O imperativo categórico é a lei que todo ser humano carrega dentro de si[5], portanto é a única lei legítima que ele pode seguir, ele se rege, organiza a sua vida, faz sua opção fundamental a partir do imperativo categórico, nada mais pode ser o motor legal dos atos humanos. Existem três máximas que devemos nos colocar para testar se nossos atos estão em conformidade com o Imperativo categórico, ou se há outro motivo que nos move a escolher certas atitudes, que são:

I. “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (Emanuel Kant, Crítica da Razão Pura e outros textos filosóficos, p. 223);

II. “Age de tal maneira que uses humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio” (Emanuel Kant, Crítica da Razão Pura e outros textos filosóficos, p. 229);

III. “Age de tal maneira que a vontade pela sua máxima se possa considerar a si mesma ao mesmo tempo como legisladora universal” (Emanuel Kant, Crítica da Razão Pura e outros textos filosóficos, p. 233);

Portanto ser autônomo é seguir a voz do bem que está no nosso coração. Nada pode nos mover, nada pode guiar nossos atos senão nossa consciência, na qual está plantada a semente do bem e da justiça que nos leva a perfeição. Sempre que o homem fecha seus ouvidos para esta voz caminha para a tragédia, torna-se chefe, ditador, pronto para se destruir e levar com ele toda a humanidade.

2.2.3 – O SER PARA A MORTE – HEIDEGGER

A terceira grande característica do líder é a consciência da finitude da sua materialidade, consciência da sua própria morte. Esta consciência e de como a pessoa se coloca frente a esta realidade que a tornará líder ou chefe. Não há como ser líder sem encarar esta realidade e todas as suas conseqüências.

Desde o momento do nosso nascimento começamos a morrer. Quando nascemos somos seres lançados no mundo e estamos nos relacionando com a morte, pois esta relação não acontece quando se deixa de viver, pois “ser-no-mundo” é ser em relação ao fim. Quando se enfrenta esta realidade da vida, nasce a possibilidade da existência autêntica. Compreendendo a possibilidade da morte como impossibilidade da existência, e assumindo-a com decisão antecipadora, o “ser-no-mundo” reencontra-se consigo mesmo, com seu ser mais autêntico: um “ser-para-a-morte”.

Portanto a consciência da morte e seu enfrentamento direto, com coragem, sem medo, faz nascer o líder, pois este sabe que seus projetos são finitos, limitados pelo limite da sua existência, a morte. Então seus projetos vão sempre mais além, seus projetos e ações visam deixar para os outros seres lançados no mundo uma herança que se constitui de valores verdadeiramente humanos e perenes, que o tornam imortal pelo que ele fez e deixou. Quem se acovarda diante da morte e tenta fugir, não faz outra coisa senão adiantar a sua morte, pois destrói seu próprio ser, aquilo que é mais humano em si.

3 – CONCLUSÃO: 
3.1 – O ÓLEO DA TRANSCENDENCIA: OS POSTULADOS DA RAZÃO PRÁTICA – KANT

Mas por que devemos buscar ser líder? Qual a recompensa que teremos se, ser chefe, é muito mais simples e nos traz glórias na vida?

Perante as inúmeras dificuldades que enfrentamos nosso dia-a-dia para sermos melhores, Kant nos lembra que as nossas limitações, as limitações impostas pela vida tornam impossível a plena perfeição nesta vida. Neste sentido, logicamente ele conclui a existência no ser humano de uma alma imortal, só na eternidade que, livre da limitações materiais, seremos plenamente felizes. Esta idéia não pode ser provada empiricamente, mas é uma conclusão lógica a partir do descobrimento do desejo moral no homem e das limitações para se alcançar a perfeição deste desejo. Além da imortalidade da alma, Kant postula a existência de Deus nos termos que seguem:

“(...) a busca da virtude nos torna dignos da felicidade. E ser digno de felicidade, mas não ser feliz é absurdo. E saímos desse absurdo postulando um mundo inteligível e um Deus, onisciente e onipotente, que proporcione a felicidade aos méritos e aos graus da virtude.

Em outras palavras, a lei moral me ordena ser virtuoso, isso me torna digno de felicidade; precisamente por isso, é lícito postular a existência de um Deus que faça corresponder em outro mundo aquela felicidade que compete ao mérito e que não se realiza neste mundo” (REALE, ANTISERI, História da Filosofia, 1990, p 923).

Esta reflexão está em plena conformidade com a filosofia de nossa ordem. A crença na existência de Deus não é um ato de fé puro, mas é fruto da reflexão da realidade que nos é apresentada pela vida. Além disto, nossos atos como M.´.M.´.M.´. não visam uma realização plena neste mundo, mas visam nosso aperfeiçoamento pessoal, a transformação deste mundo, num mundo novo, melhor, fraterno e justo e tudo isto fazemos pois sabemos que G.’.S.’.U.’. nos acompanha e nos aguarda na eternidade para nos recompensar pelas obras boas que realizamos. A bem-aventurança eterna não é dada àqueles que simplesmente conhecem, mas sim àqueles que buscam a luz do conhecimento e a fazem luz do seu caminhar. Ser líder é uma tarefa árdua, repleta de espinhos, pois nossa obra pode ser jogada nos lixo por supervisores com características de chefes, mas ser líder é plantar a semente da criatividade fecunda e transformadora.

[1] “Quando a vontade busca a lei, que deve determiná-la, em qualquer outro ponto que não seja a aptidão das suas máximas para a sua própria legislação universal, quando, portanto, passando além de si mesma, busca a lei na natureza de qualquer dos seus objetos, o resultado é então sempre heteronomia. Não é a vontade que então se dá a lei a si mesma, mas é sim o objeto que dá a lei à vontade pela sua relação com ela”. (Emanuel Kant, Crítica da Razão Pura e outros textos filosóficos).

[2] No Gn 1 28-30 encontramos a ordem do Senhor que nos chama a ser co-criadores, continuadores da Obra Criadora e Criativa Dele. Nossa Marca se encontra dentro do Triângulo, que simboliza o G.’.S.’.U.’., isto é significa que precisamos nos configurar sempre mais a Ele. Estas duas passagens devem sempre lembrar nosso ideal de vida, nossa missão sobre a terra, voltados ao transcendente.

[3] Moral de atos está baseada na idéia de que meros atos bons nos aproximam da “bem-aventurança”, ou seja, alguns atos moralmente bons nos fazem bons. A idéia da moral de atitudes é aquela que exige uma postura de vida, exige a opção fundamental e esta deve orientar os atos. É uma atitude constante, do levantar ao deitar, e não simples atos bons esparramados durante o dia.

[4] Daqui podemos tirar o exemplo que o próprio Sartre nos deu com sua vida. Por muitos anos ele foi defensor e se engajou na luta pela implantação das idéias comunistas no mundo. Mas ao conhecer a realidade social e política da URSS, ele percebe que se enganou e escolhe por lutar e construir uma sociedade baseada no humanismo existencialista puro, não mais no sistema político do comunismo soviético. O verdadeiro líder escolhe, assume suas responsabilidades e muda de caminho ao ver que ouve engano, ou erro de julgamento de sua parte. A grandeza está em reconhecer o erro a ser altivo ao mudar de caminho.

[5] “Duas coisas enchem o ânimo de crescente admiração e respeito, veneração sempre renovada quanto com mais freqüência e aplicação delas se ocupa a reflexão: por sobre mim o céu estrelado; em mim a lei moral. Ambas essas coisas não tenho necessidade de buscá-las e simplesmente supô-las como se fossem envoltas de obscuridade ou se encontrassem no domínio do transcendente, fora do meu horizonte; vejo-as diante de mim, coadunando-as de imediato com a consciência de minha existência” (Kant, 1959, p. 245). Desta afirmativa de Kant podemos olhar para a história humana e ver que sempre, em certos tempos mais e em outros menos, a humanidade sempre constituiu normas e regras morais de conduta. Ela erigiu sistemas éticos para regularem a vida social, muito mais para satisfazer a necessidade de viver de uma forma correta, ordeira e justa, do que criar um “Leviatã” que amedronte os homens. O desejo de viver conforme o bem e a justiça é maior do que o desejo da imposição de normas pela força.

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