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segunda-feira, 6 de abril de 2020

SAUDAÇÃO

SAUDAÇÃO
(republicação)

Em 03.07.2015 o Respeitável Irmão Jefferson Silveira, Loja Estrela Cruzeiro d’Oeste, REAA, GOP (COMAB) sem declinar o nome do Oriente (Cidade), Estado do Paraná, formula a seguinte dúvida: estrela.21@outlook.com

Leio com frequência o JB News. Sua coluna é de grande valia para aumentar nosso conhecimento ritualístico. Obrigado por compartilhar sua sabedoria! Minha mãe, Anecy Oncken, mora aí em Morretes. Se a conhecer mande lembranças. Bom, vamos à minha questão: No ritual do GOP a bem do REAA está escrito que "ao entrar ou sair do oriente, pela primeira vez, faz-se a saudação e não o simples aceno de cabeça". Isso se aplica, por exemplo, ao Mestre Instalado que abrirá o Livro da Lei, pois (estando no oriente) desce ao ocidente - e nesse ponto para antes dos degraus, vira-se e faz a saudação, e após a abertura retorna ao Oriente e faz novamente a saudação. Vão as dúvidas: 1 - o ritual refere-se a primeira que vez que entra e à primeira vez que sai? Ou na verdade é somente uma vez que saúda: independente se entra ou sai do Oriente, a primeira vez que cruza a balaustrada faz a saudação e após isso não faz mais? 2 - a saudação é para o IOD ou para o Venerável? Espero ter me feito entender.

CONSIDERAÇÕES:

1. Mano, isso é só uma particularidade do Ritual no que concerne “a primeira vez”. Sem desrespeitar um ritual legalmente aprovado, saliento que tradicionalmente um Obreiro em circulação (deslocamento) faz a saudação pelo Sinal, isto é, estando com as mãos livres, toda vez que ingressar ou sair do Oriente. Se na oportunidade o protagonista estiver com a mão ocupada, ou mãos caso seja o caso, ele fará apenas uma parada rápida e formal, porém sem inclinação do corpo ou maneio com a cabeça. É oportuno salientar que a saudação pelo Sinal será sempre feita em se estando parado – pés em esquadria unidos pelos calcanhares, corpo ereto e a composição do Sinal conforme o Grau. Já na parada rápida e formal o obreiro unirá os pés pelos calcanhares e manterá o corpo ereto durante o breve ato. Isso acontece porque existe uma regra consuetudinária em Maçonaria que prevê não se fazer Sinal com o instrumento de trabalho ou outro objeto que porventura esteja sendo conduzido – isto é: não se usa o instrumento para com ele fazer o Sinal. Em relação ao balizamento para o Sinal quando da entrada e saída do Oriente ele é tomado pelo limite com a balaustrada já que ela convencionalmente constitui a divisão entre o quadrante oriental e ocidental da Loja. Outra observação: salvo a Marcha do Grau, em deslocamento não se compõem os Sinais Penais. Essa “estória” de perda de tempo é mera invenção colocada nos rituais, provavelmente imposta por alguns defensores da péssima mania de se ganhar tempo. Geralmente os que mencionam a tal perda de tempo, são aqueles que nos momentos da palavra livre fazem discursos intermináveis, repetitivos e saturados de rançoso lirismo. 

2. Do mesmo modo depende do Ritual e da Obediência. Verdadeiramente a Saudação no simbolismo do Rito em questão deveria ser nessa oportunidade dirigida ao Venerável Mestre, embora muitos rituais mais antigos também previssem as saudações ao Delta, cujos costumes foram herdados das hoje extintas Lojas Capitulares. Havia também o costume, porém hoje praticamente em desuso, de se saudar o Delta durante a circulação no Ocidente ao se ultrapassar o equador imaginário do Templo no ponto mais próximo do Oriente. Assim, o mais prático, embora nem sempre tradicional, é se cumprir o que exaram os rituais legalmente aprovados. Finalizando; mais três aspectos: primeiro não confundir o modo protocolar que o Obreiro manifesta ao fazer o uso da palavra quando, à Ordem (corpo ereto, pés em esquadria compondo o Sinal) se dirige primeiramente mencionando as Luzes da Loja e os demais presentes na forma de costume. Isso não é saudação, senão como dito, o modo protocolar para a oportunidade. Segundo é que em qualquer situação, após a Marcha do Grau, o protagonista saúda hierarquicamente e individualmente as três Luzes da Loja. Por fim devo salientar que essas minhas considerações são embasadas nas tradições, usos e costume do simbolismo do REAA∴, portanto não tem o intuito de desrespeitar qualquer ritual em vigência nas Obediências brasileiras. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.889 – Florianópolis – quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

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