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quarta-feira, 27 de maio de 2020

COMENTÁRIOS EM LOJA

COMENTÁRIOS EM LOJA
(republicação)

Em 14/12/2015 o Respeitável Irmão Orlando Ribeiro, Loja José Ferreira Vieira, 168, REAA, GLESP, Oriente de Votuporanga, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão: 
amonra_ramses@hotmail.com

Meu Irmão, pesquisando um assunto na Internet, cheguei ao seu nome através do endereço. Gostaria de saber se o Irmão poderia me esclarecer a seguinte dúvida: infelizmente, em sessões de minha Loja, nos três graus, são emitidos comentários humorísticos e até mesmo piadas. Entretanto, nunca nenhuma destas observações (que até considero inconvenientes) constava em ata. Porém, no balaústre de uma sessão de Iniciação, o Secretário fez constar o comentário irônico de um Mestre Instalado, dirigindo-se ao Neófito, afirmando que “na Loja encontraria muita fraternidade, mas poderia se deparar também com membros do Exército Islâmico ou Boko Karan, numa alusão de que a “turma”, às vezes, “bota terror” em cima dos Irmãos”. Por considerar a frase inadequada, pedi a palavra e solicitei ao Orador um parecer sobre a legalidade de se colocar este tipo de comentário nas atas da sessão. Fui advertido pelo autor do referido, que disse que nunca, na história da Loja, alguém teria solicitado para se extrair algo e que como ele tinha falado, teria de ser escrito, pois que a ata deveria ser o registro da sessão. Sem alimentar a polêmica, apenas disse que meu questionamento era a bem da Ordem e do Quadro, jamais desejando polemizar.

CONSIDERAÇÕES:

É eu entendo meu Irmão. Esses são os péssimos exemplos dados por Irmãos que acham que sabem tudo de Maçonaria, todavia não entendem mesmo é nada.

Ora, é inadmissível esse tipo de pronunciamento em Loja. A Maçonaria ensina que o Maçom fala pouco; é objetivo e fala bem. 

Piadinhas, gracejos e outros absurdos de mau gosto são inimagináveis em Loja, até porque já na doutrina do Segundo Grau são abordadas as Sete Ciências e Artes Liberais do passado (ver lições de Boécio) no primeiro “trivium”, quando é mencionada a arte da Gramática, da Retórica e da Lógica, das quais resulta a lição de que das teses e antíteses resultam as sínteses. 

Então que síntese seria essa se adquirida de falas e discursos amparados por locuções de gracejos e de mau gosto como o do fato mencionado na questão? Alocuções desse quilate jamais contribuem para o aperfeiçoamento humano. 

Aliás, seria até oportuno se perguntar se esse integrante da “turma que bota terror” aprendeu alguma coisa da doutrina maçônica? Que bela retórica seria essa? Que exemplo estaria ele dando ao Neófito? 

De fato, se existe uma “turma que bota terror” essa “turma” certamente não está no lugar certo, já que partidários desse tipo de pronunciamento e gracejos deveriam se reunir mesmo é na “birosca da esquina”, não nas dependências da Loja. 

Infelizmente, devo dizer que um Balaústre deve retratar objetivamente e com fidelidade, sem exceção, todos os acontecimentos da Sessão. 

Assim antes de se ver obrigado o Secretário a retratar piadas, gracejos e pronunciamentos de mau gosto, o Orador, que é o Guarda da Lei e o Venerável deveriam antes coibir esses palavreados chulos geralmente oriundos daqueles que querem mesmo é aparecer. 

Eis a minha opinião.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.987 – Florianópolis (SC) sexta-feira, 11 de março de 2016

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