Acadêmico Sérgio Quirino Guimarães
Toda palavra carrega em si um valor que está relacionado
diretamente ao seu leitor.
Por exemplo: DEUS. Ao ler esta sequência de letras, vem à mente de cada leitor um significado, uma mensagem, um ícone ou uma sensação, que vai variar conforme a relação do leitor com o que a palavra representa.
Alguns relacionam a palavra GNOSE com um determinado “G”, que sabemos onde se encontra, através de simples exercício de lógica inversa. Os maçons operativos usavam a geometria para construir catedrais. Era um conhecimento restrito, que parecia inspirado por Deus. “G” de Geometria, de Gnose (conhecimento) e de God (Deus), são apenas uma elucubrações. Somente nas línguas anglo-saxônicas, a palavra Deus inicia-se com "G".
A palavra Gnose vem do grego “gnosis” que representa conhecimento. Mas, o termo não é aplicado no sentido do conhecimento como ato de perceber ou compreender por meio da razão e ou da experiência, que era, por exemplo, o conhecimento das leis que regem a Geometria, aplicadas pelos nossos Irmãos da Idade Média.
A Gnose no sentido de “além do conhecimento material”, já foi uma doutrina religiosa praticada pelos cristãos primitivos nos primeiros séculos. Muitos anos depois, foi combatida pela própria Igreja, pois ela via nos seus ensinamentos grandes heresias. Muitos conflitos surgiram pela interpretação literal do que era apregoado e dentro dos dogmas cristãos era, realmente, uma grande heresia.
No gnosticismo acredita-se na força da dualidade. Existem então dois deuses. Um deus bom e um deus mau. O mundo como conhecemos foi criado pelo deus mau.
Antes disso, as almas dos homens viviam em Plenoma (paraíso), mas houve um conflito e muitos espíritos foram expulsos e condenados a ficar aprisionados em corpos materiais. Mas há a possibilidade da libertação e retorno ao Plenoma, através de conhecimentos secretos (gnose) e de rituais esotéricos.
Sendo assim, não há gnosticismo maçônico, por não sermos uma vertente religiosa e muito menos ser nosso foco a espiritualidade neste sentido. Todavia, não há como negar a presença da gnose em nossos labores. Devemos manter o foco na gnose, não como instrumento para salvar o espírito, mas para melhorar o ambiente material que se relaciona com o espírito.
Cabe a nós Maçons a Gnoseologia, que é o fundamento do conhecimento. Diante de cada instrução, de cada alegoria, de cada símbolo, devemos questionar: Qual é a origem? Qual é a essência? Qual o potencial transformador? Até quanto aprofundar?
O propósito é nos tornarmos COGNOSCENTES. Agentes capazes de procurar, assimilar e de passar para frente o conhecimento maçônico.
Como exemplo prático da Gnose maçônica, reproduzo, abaixo, a mensagem do ilustre Irmão Pedro Juk, que, bem fundamentado, contribuiu com preciosas informações na prancha que publicamos na semana passada, a quem agradecemos a hora da intervenção.
“Bom dia Mano. Só para complementar sua peça de arquitetura. O termo "cowan" é originário de um dialeto escocês e signica aquele que assenta pedras sem argamassa, ou seja, um prossional sem qualicação. Essa denição se encaixa perfeitamente no contexto do seu precioso trabalho. Fonte - Harry Carr - Mason's At Work. Fraterno Abraço. Pedro Juk"
Fonte: Revista Libertas
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