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quarta-feira, 13 de maio de 2020

GOLPE DE MALHETE

GOLPE DE MALHETE 
(republicação)

Em 11.08.2015 o Respeitável Irmão Francisco Fernandes, Loja Renascença Pedreirense, 1.589, REAA, GOB-MA, Oriente de Pedreiras, Estado do Maranhão, solicita esclarecimentos para o que segue: somar-somar@hotmail.com 

É grande a satisfação em voltar a contata-lo e, mais uma vez, poder me abastecer do amplo conhecimento maçônico de meu Irmão. Em algumas sessões determinada matéria na Ordem do Dia acaba sendo amplamente debatida ou as manifestações durante a Palavra a Bem da Ordem acabam se estendendo por demais, isto ou aquilo consome demasiado tempo e a sessão ultrapassa a previsão de realização que, em média, é de duas (02) horas. Com o objetivo de não procrastinar o Encerramento dos Trabalhos o Venerável Mestre decide fazê-lo e previamente anuncia à assembleia: "vamos encerrar os Trabalhos desta Loja com um só golpe de malhete!". Manda que os Vigilantes anunciem em suas Colunas, pede ao Orador que feche o Livro da Lei, aguarda que o Mestre Cerimônias cubra o Painel do Grau e em seguida dá um golpe de malhete. Para aumentar minha estranheira o Venerável passou a exigir que os Vigilantes ratificassem seu golpe, dando também cada Vigilante, em seu altar, um golpe de malhete. Em seu ritual o REAA estabelece que nada daquilo ali previsto pode ser suprimido e nada ali não contido deve ser inserido. Eis as questões! 1 - Ciente da orientação contida no ritual de não inserir ou suprimir procedimentos, ainda sim faço-lhe a seguinte pergunta. Há previsão legal/ritualística para tal forma de Encerramento dos Trabalhos, conforme acima relatei? 2 - Tendo previsão legal/ritualística para tal forma de Encerramento, há algum vício na forma relatada? 3 - Não havendo previsão e partindo da premissa de que nada pode ser acrescido ou suprimido, como encerrar corretamente os Trabalhos sem prejuízo às pautas ou falas dos Irmãos e ainda sim finalizar os Trabalhos dentro de um horário coerente? 

CONSIDERAÇÕES: 

Absolutamente, o Venerável não pode tomar esse tipo de atitude numa situação dessas. O Ritual não prevê esse tipo de encerramento dos trabalhos. Onde estaria o Orador numa ocasião dessas que não fez cumprir o previsto no Ritual? Quais teriam sido as suas conclusões finais? Não é maçônica a Sessão aberta ou encerrada com um só golpe de malhete! Ora, ninguém pode desvestir um santo para vestir o outro nesse sentido. Se assuntos pertinentes à Ordem do Dia estiverem tomando muito tempo, a questão é de organização e disciplina, nunca de se atropelar a ritualística. 

Para que se evitem situações absurdas como essa, o Venerável, em havendo assunto polêmico, então que marque antes uma Sessão Administrativa para as discussões proformas, levando posteriormente (outro dia) o fato já esmiuçado apenas para votação em Sessão Ordinária da Loja. 

Procedimentos desse quilate é que são inteligentes e ajudam a destravar uma Sessão, ao contrário de se querer justificar um erro com outro interrompendo os trabalhos com esse maldito “um só golpe de malhete”. 

A Ordem do Dia de uma sessão maçônica precisa ser anteriormente organizada e não o Venerável deixar os fatos acontecerem simplesmente, sem pauta e com comentários e palavreados repetitivos e prolixos. 

Penso que para se cumprir um horário coerente com o recomendado, há que se realizar antes uma prévia dos assuntos discutidos em uma sessão administrativa antecipadamente marcada e que no dia da oficialização e votação na Sessão Ordinária, só votem os que estiveram presentes na outra sessão que previamente fora marcada – os ausentes que não atrapalhem. 

Agora é preciso que o Orador coíba essa necessidade de se encerrar a Sessão Ordinária da Loja com um só golpe de malhete em um flagrante desrespeito ao Ritual legalmente aprovado. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.957 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

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