Páginas

domingo, 3 de maio de 2020

O SILÊNCIO MAÇÔNICO

O SILÊNCIO MAÇÔNICO
Bruno Oliveira 

Lembra-te que a disciplina do Aprendiz começa com o silêncio e termina com a meditação.

Dizia Nietzsche: O caminho a todas as grandes coisas passa pelo silêncio.

A Bíblia diz em Jó 2:13 “E ficaram sentados com ele na terra sete dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.”

Em silêncio podemos mostrar respeito a Deus. A Bíblia diz em Salmos 46:10 “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.”

O silêncio é parte da reverência. A Bíblia diz em Habacuque 2:20 “Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra; cale-se diante dele toda a terra.”

Na obra “ Johaben: O Diário de um construtor do Templo, Ze rodrix nos contempla com a passagem com alusão ao o versículo 6:7 do 1º. Livro dos Reis, no Livro das Sagradas Escrituras: Na construção do Templo somente blocos talhados na pedreira foram empregados e não se ouviu no local do Templo, durante a construção, nem o barulho do malho, nem o do cinzel e tampouco nenhuma ferramenta de ferro. Observem aqui meus irmãos que em silencio foi construído uma grande e sagrada obra, para agirmos não precisamos falar !

O autor Plantagenat, nos traz a luz que temos que compreender que não podemos mais viver, agir e pensar como profanos.

O silêncio nunca traiu ninguém. Esta afirmação atribuída a Pascal, posiciona bem a questão do significado filosófico do silêncio, por dois motivos: O primeiro porque faz do silêncio um instrumento de fraternidade. Se o silêncio nunca traiu seja quem for, guardar silêncio é uma atitude solidária, fraterna, em relação aos outros. Não falar é não trair.

O segundo motivo é bem diferente: Afirma, mas pela negativa, indo assim no próprio sentido profundo do significado filosófico do gesto de silêncio. Observar silêncio, é praticar, ou afirmar uma ação, que é o silêncio pela ausência de outra ação, ou seja, o silêncio afirma-se pela ação de não falar.

O silêncio profano, turbulento e ruidoso, faz uma viagem, pelo espírito do aprendiz, para se transformar no seu oposto, ou seja, o silêncio maçônico

Para mim eterno aprendiz, o silêncio é a maneira mais ruidosa de travar conhecimento consigo próprio.

A natureza do que se cala é menos importante do que a aprendizagem do guardar silêncio, do calar-se e do refrear-se. Sem calar não se pode ouvir; é por isso que nas sessões é imposto absoluto silêncio aos Aprendizes. Como exercício, fora destas, são-lhes confiados os “segredos de grau”, que não passam, neste sentido, de um mero exercício de contenção. Por outro lado, a separação entre os graus evidencia e promove o progresso de cada maçom, e permite que, expostos aos mesmos conceitos na mesma ordem cronológica, todos percorram caminhos relativamente semelhantes. Os símbolos marcam o caminho, e a sua interpretação ou o aprofundamento do seu estudo constituem segredos na medida em que antecipação do conhecimento dos mesmos poria em risco a sua frutuosa interiorização. O silêncio não termina, porém, com a elevação a Mestre, antes se transfigura de silêncio imposto em silêncio voluntário. De facto, um Mestre deverá ter já interiorizado o que a sabedoria do povo nos repete: que, se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro.

Na vida profana, a prática do silêncio faz muitas vezes parte de uma reação forte, e pode ter um cariz marcadamente agressivo. O silêncio agride o outro, afasta-o despreza-o, cria um muro entre quem fala e quem fica calado.

Contrariamente ao que terá dito Pascal, o silêncio pode trair, o próprio, ou o outro, tal como consagrado na expressão: O seu silêncio diz tudo…. Estamos muito longe do mundo extraordinário do silêncio do Aprendiz.

A lição do deus Hermes a seu filho Tat: Ó meu filho, a sabedoria ideal está no silêncio”

Não digas senão em poucas palavras. Não Faças gestos inúteis. Para que servem esses movimentos vãos ? Se tens necessidade de afirmar a ti mesmo a tua vontade, antes de dizê-la aos outros, é que és muito pouco teu próprio senhor. Pense que esta calma exterior, cuja a lei é a primeira a ser-te imposta, é um dos meios para acalmar as forças intimas do teu ser. Os movimentos musculares e os pensamentos estão em estreita correlação.

Sê calmo, não procure dominar. És iniciados para fazer o bem e não triunfar a sua personalidade. A tua bondade deve ser lida em seus olhos. Graças ao teu firme querer, farás o bem e este único gesto será a tua recompensa. Nada esperes daqueles que ajuda. Nada tens a dizer-lhes. A Não ser visando a sua evolução. Para isso, aprende a discernir os que precisam dos teus conselhos. Não te gastes em vão, as traições da amizade, é uma prova que já sofrestes.

O mesmo podemos dizer dos ensinamentos de sabedoria, não semeies esse grão precioso numa terra ingrata e seca, nada digas ao ser frívolo que há de considerar como divertimento oque é caro para ti. Cala e permaneça calmo. Aprenderás assim a conhecer o homem ao ouvir suas conversas e estudar seus gestos. Sentirás novas aplicações a lei da harmonia e a serenidade do teu espirito e a paz do teu coração hão de completar tua saúde física.

Segue o caminho do silencio que é dos sábios. O teu silencio impõe , as tua calma coloca-te acima das inquietações. Os efêmeros objetivos de tua louca atividade te aparecerão logo em toda a sua vaidade. Recolhe-te, aprende a isolar-te dos ruídos exteriores.

Compreenderas o significado da estatua da Grande Isis que medita com um dedo sobre os lábios. Embora o silêncio possa ser uma virtude, há também um “tempo para falar”. (Ecl. 3:7) .Não nos calemos diante das injustiças , de todo o resto, é só refletirmos, se iremos melhorar o silêncio, do contrário dou aos outros o direito de serem como são e a nós obreiros a obrigação de sermos cada dia melhores.

Fonte: http://ritoserituais.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário