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sexta-feira, 5 de junho de 2020

A COR DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

A COR DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
Autor: Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt, Nº25 – GLMMG

Normalmente ouço a pergunta, qual cor representa o Rito Escocês, o azul ou o vermelho? Acredito que a pergunta é feita de maneira errada. Penso ser mais correto se a pergunta fosse sobre a cor predominante das alfaias e templos onde se praticam o Rito Escocês Antigo e Aceito nos Graus Simbólicos.

Os Mestres sabem do que estou dizendo, e os que já alcançaram os Graus Superiores viram que há uma grande alternância de cores, mas a resposta catedrática é a cor VERMELHA. Logicamente, na época da “Lenda”, os aventais eram simples pedaços de couro para a proteção corporal dos obreiros. Na Maçonaria Operativa (quando eram usados) tinham o mesmo propósito.

Na formatação da Maçonaria Especulativa o ambiente e os adornos pessoais ganharam formas, tamanhos, símbolos e cores que representariam, não só os valores intrínsecos da Ordem, como também influências temporais e políticas da época.

Lembremos que no início da Maçonaria Especulativa havia um bom vínculo entre a Maçonaria e a Igreja, herança da Maçonaria Operativa. O conflito só foi “institucionalizado” em 1738 através da Bula Papal In Eminenti. Na Liturgia da Igreja Católica a cor vermelha é a mais importante, pois está ligada ao sacrifício de Jesus e dos Santos que foram martirizados por conta de sua crença.

É a cor dos Cardeais, que usam o solidéu e faixa abdominal vermelha. E são eles que elegem os papas. Fazendo uma analogia com a monarquia, se o Papa tivesse o título de rei, os Bispos seriam os príncipes.

O vermelho também é símbolo de poder e realeza desde a época em que Roma governava o mundo. Os Césares se apresentavam com mantos vermelhos e depois, a história nos retrata Reis com suas coroas e também vistosas capas vermelhas.

É nesse ponto que entra a influência da realeza junto à Maçonaria Especulativa do REAA: a família Stewart ou Stuart era de origem Bretã que se consolidou como Dinastia Real na Escócia a partir de 1371 e na Inglaterra entre 1603/1649 e 1660/1714. Porém houve a Guerra Civil Inglesa, tendo o Rei Carlos I sido decapitado e a Rainha Católica exilada na França juntamente com vários membros da aristocracia que foram iniciados em Lojas Maçônicas Francesas e colaboraram na referida formatação da Maçonaria Operativa. Sendo eles nobres aristocratas e católicos, nada mais natural que nas Lojas e adornos (avental) constasse sua condição de “Sangue Real”.

E o VERMELHO tornou-se a cor predominante nos ambientes onde eram desenvolvidos os trabalhos do REAA.

Tal situação foi confirmada pelas seguintes instituições e literaturas: Primeiro Supremo Conselho do Rito Escocês dos Maçons Antigos e Aceitos (1801), Grande Oriente Brasileiro (1834), Regulador Geral do REAA para o Império do Brasil (1857), Congresso de Supremos Conselhos do REAA (1875) e Regulamento Geral da Ordem Maçônica no Brasil (1902) e também em vasta literatura atual.

Para alguns Irmãos pode parecer inacreditável, mas o Rito Escocês foi criado na França, teve influências católicas e aristocráticas, sendo o histórico e legítimo avental do Mestre Maçom para o REAA, de couro branco, forrado no verso, tendo nas laterais da frente e na abeta, fitas vermelhas e bordado as Letras M B.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

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