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domingo, 21 de junho de 2020

FISICAMENTE HÍGIDO

FISICAMENTE HÍGIDO
(republicação)

Em 29/09/2015 o Respeitável Irmão Antonio Raia, sem declinar o nome da Loja, REAA, GOB-PE, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco apresenta a situação seguinte e pede opinião: antonio_raia@hotmail.com

O fato aconteceu em uma Loja no Recife, o Irmão Aprendiz, iniciou já há um ano e sofreu um acidente automobilismo, daí resultou em uma redução da sua perna, o que faz com que ele manque e não tenha a mesma mobilidade de antes. Sabemos que o mesmo para sua Elevação o Irmão terá dificuldades para conclusão dos passos e que já pensando em Exaltação, ficamos em dúvida, pois, ele não terá condições de atender as necessidades devido a sua fragilidade. O que se faz neste caso? Temos que ser Tolerantes? Ou infelizmente o Irmão não teria condições de continuar sua escalada? Quando um Irmão sofre um acidente qualquer e já é Mestre Maçom, ele já passou pelas provas e por isso pode continuar entre nós? 

O RGF no seu Cap. 1 da Admissão diz no Art. 1º - A admissão depende da comprovação dos seguintes requisitos. 

VII - não apresentar limitação ou moléstia que o impeça de cumprir os deveres maçônicos. 

Vemos que o Irmão foi Iniciado, sem anormalidade, e que alguns dizem que pelo direito adquirido o Irmão pode continuar na sua escalada. Mais tenho minhas dúvidas.

CONSIDERAÇÕES:

Mano Antonio, o que segue é minha opinião, portanto não a tome como uma consideração laudatória.

Penso que cada caso é um caso, e não um causo.

Vejo que o protagonista que for portador de deficiência física pode ser perfeitamente auxiliado pelos Irmãos em um belo exemplo e ato de solidariedade.

Arrazoo que amparado, ajudado, é grande a possibilidade de que algum portador de deficiência possa executar os movimentos inerentes à ritualística maçônica.

Além do mais, vejo que o mais importante é o executor entender a prática – qual o seu significado? Para que ela serve? Qual o seu objetivo?

No meu modesto modo de entender não é o gesto ou o movimento o mais importante, porém a atitude que o aceno possa representar e a sua prática realmente vivida.

Praticamos hoje a Moderna Maçonaria e não a Maçonaria de Ofício onde o operário realmente precisava ser fisicamente hígido para cumprir a sua missão no canteiro de obras – cortar e esquadrejar a pedra e elevar a construção.

Penso que na Maçonaria Especulativa o Obreiro precisa ser sim fisicamente hígido de cabeça – que tenha o mínimo de cultura, qualificação e vontade para aprender as mensagens da Sublime Instituição e dela não fazer apenas um palco de vaidades e proselitismos.

Ora, é comum encontrarmos por aí alguns elementos nas nossas lides que são verdadeiros profanos de avental. Estes se “acham” e até fazem com perfeição os movimentos maçônicos inerentes aos Sinais, Toques, Marchas, etc., todavia fica a pergunta: E eles entendem o que estão fazendo? E eles praticam a Arte? Realmente esses elementos sofreram transformação e vivenciaram a sua iniciação?

Bem essa questão - do fisicamente hígido - deveria ser mais bem discutida pelos nossos legisladores maçônicos. Dar a ela atenção e zelo seria de boa geometria.

A propósito, não raras vezes tenho recebido notícias do exterior que muitos Irmãos portadores de deficiência física tem sido regularmente iniciados na atualidade. Não seria então esse um assunto que merecesse mais atenção e boa vontade?

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
JB News – Informativo nr. 2.039 – Melbourne (Vic.) segunda-feira, 2 de maio de 2016

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