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sexta-feira, 24 de julho de 2020

LOJA DE MESA - DE TERNO OU BALANDRAU?

Em 03/03/2020 o Respeitável Irmão Carlos Edilson Ferreira, Loja União e Trabalho IV, 2.254, REAA, GOB-SP, Oriente de Paulínia, Estado de São Paulo, apresenta o que segue:

LOJA DE MESA - TRAJE

No Art. 108 do RGF, consta que o Banquete Ritualístico se trata de uma Sessão Ordinária.

Sendo assim, seria permitido o uso do balandrau ao invés do terno, uma vez que o terno deve ser, obrigatoriamente, usado em Sessões Magnas (Art. 110)?

Essa dúvida surgiu, tendo em vista que em diversas publicações deste evento vimos os Irmãos usando o terno.

Na nossa Loja, até então, também usamos o terno. Porém, alguns Irmãos questionaram em função do referido artigo do RGF.

CONSIDERAÇÕES:

Obviamente que se a sessão consta no RGF como ordinária, então é perfeitamente aceitável o uso do balandrau nessa ocasião.

Infelizmente ainda existem aqueles que dão mais valor ao molho do que à carne. Antes é preciso entender que o que não pode faltar mesmo como vestuário são os paramentos maçônicos, sobretudo o Avental que é o verdadeiro e indispensável traje do maçom.

Desafortunadamente ainda existem ritos e rituais da Moderna Maçonaria que asseveram o inquestionável uso do terno preto que, diga-se de passagem, nem mesmo terno é, mas um parelho (par; roupa de homem – calças e paletó). 

Fazer o a quê? Está no ritual; cumpra-se.

No caso específico do REAA, que admite nas sessões ordinárias o uso do balandrau, desde que negro e talar, então não há o que discutir. Nas Lojas de Mesa nesse rito é permitido o uso do balandrau. Isso é uma questão fechada!

Ainda, inerente ao assunto banquete, dois aspectos eu gostaria de comentar: o primeiro é que a expressão "Banquete Ritualístico" é inapropriado, pois o correto seria, por existir ritualística própria, Loja de Mesa, destacando, inclusive, nela a presença das TTr∴ GGr∴ LLuz∴ EEmbl∴ (L∴ da L∴, Esq∴ e Comp∴). O segundo aspecto é o de que as Lojas de Mesa sempre foram tradicionais na Maçonaria durante os períodos solsticiais e trazem um profundo significado simbólico haurido daqueles que formavam as Guildas de Construtores nos séculos XII e XIII - nossos ancestrais.

Posteriormente, já como Ofícios-Francos (Franco-Maçonaria) as Lojas passariam a se reuniriam nas tabernas e hospedarias, mas sempre preservaram o costume de se reunir em Loja de Mesa, principalmente nas datas solsticiais para comemorar os personagens de João, o Batista e de João, o Evangelista (as Loja de São João) – vide o símbolo "o círculo e as paralelas tangenciais".

A despeito disso, muito mais importante do que se preocupar com o uso ou não do terno, é antes conhecer as origens, costumes e tradições que envolvem a Loja de Mesa na Maçonaria, por conseguinte, compreender a razão dela existir.

Concluindo, fica um último alerta, não confundir essas Lojas de Mesa com reuniões comensais (copos d'água, ágapes fraternais), comuns entre os maçons, já sem paramentos, e que se dão no salão de ágapes logo após o encerramento dos trabalhos da Loja.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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