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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A IGREJA E A MAÇONARIA

A IGREJA E A MAÇONARIA
Sérgio Quirino Guimarães 
ARLS Presidente Roosevelt, Nº 25 – GLMMG

Tolerância é a palavra chave sobre IGREJA e MAÇONARIA. Primeiramente devo apresentar alguns verbetes para que cada Irmão compreenda bem os limites desse artigo:

DOUTRINA: conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político ou filosófico; DOGMA: ponto fundamental de uma doutrina; RELIGIÃO: conjunto de práticas e princípios que regem as relações entre o homem e a divindade; IGREJA: templo ou comunidade dos cristãos; CRISTÃO: o que segue a religião de Cristo; FÉ: crença, confiança; TOLERÂNCIA: admissão e respeito quanto a opiniões contrárias à sua.
Isto posto, trabalharemos sobre a situação entre a Sublime Ordem Maçônica e a Igreja Católica Apostólica Romana.

Lá pelos idos da Idade Média Tardia, a Instituição Maçônica e a Instituição Religiosa andavam de “braços dados”, era época das construções das grandes catedrais. Com a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria Especulativa, por conseguinte a iniciação de “mentes críticas” que se insurgiram contra dogmas políticos (origem divina do poder dos reis) e também religiosos (venda de indulgência), começaram as acusações que até hoje nos atingem.

A preocupação da Instituição Igreja era a perda do poder temporal sobre o povo; nossos Irmãos não questionavam aspectos da fé cristã, até mesmo porque isto contrairia o princípio maçônico da liberdade religiosa. Como no sentido puro de religião não havia nada que condenasse os Maçons, porém, as autoridades eclesiásticas criaram regras que justificariam nossa execração, ou seja, por ordem dos homens foi acrescida à doutrina da Santa Igreja a incompatibilidade de ser cristão e maçom ao mesmo tempo.

O primeiro documento publicado pela Igreja Católica contra a Maçonaria é datado de 1738 assinado pelo Papa Clemente XII, seguido de vários outros documentos, mas também houve grandes períodos de tempo em que a Igreja foi tolerante para com nossas atividades e vários Papas não se manifestaram. Na atualidade vivemos uma situação antagônica entre o que está escrito e o que é praticado.

Alguém acredita que nos dias de hoje um Padre vai deixar de ministrar os sacramentos a um Maçom? Se algum Irmão me perguntar se os homens que compõem a Santa Igreja Católica estão errados quanto ao posicionamento da doutrina, eu direi que não. Toda Instituição tem leis e no caso da Igreja Católica é o Código de Direito Canônico, que deve ser cumprido pelos seus membros. PORÉM, o problema não está na Lei, esta sim na manifestação/interpretação que algumas autoridades fazem da Lei.

No Código anterior (1917) havia a citação explícita da Maçonaria, abaixo o texto integral disponibilizado pelo Vaticano, apenas destaquei algumas palavras:

“Los que dan su nombre a la secta masónica o a otras asociaciones del mismo género, que maquinan contra la Iglesia o contra las potestades civiles legítimas, incurren ipso facto en excomunión simplemente reservada a la Sede Apostólica” (http://www.vatican.va/) .

O atual código (1983) no Cânnon 1374 diz:

“Quien se inscribe en una asociación que maquina contra la Iglesia debe ser castigado con una pena justa; quien promueve o dirige esa asociación, ha de ser castigado con entredicho.” (http://www.vatican.va/ archive/ESL0020/__P51.HTM)

Compreenderam? É justa esta posição! Imagine se dentro de sua Loja houvesse um “Irmão” que pertencesse a uma associação que trabalhasse (maquinasse) contra a Maçonaria, ele não seria expulso (“excomungado”)?

Não tenham dúvida que daqui a alguns anos a Instituição Igreja verá a Instituição Maçônica como uma organização de homens de bons propósitos. Por causa da estrutura secular e do respeito aos mandatários antecessores, a atualização de posicionamento é muito lenta.

Lembram que em 1611 o Santo Oficio queria mandar para a fogueira Galileu Galilei por ele ter dito que a Terra girava em torno do Sol e não o contrario? Ele negou suas teorias e escapou da atrocidade, a Santa Igreja só reconheceu que ele estava certo em 1983, ou seja, 372 anos depois, portanto continuemos nossos trabalhos e tenhamos tolerância.

Fonte: https://www.banquetemaconico.com.br

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