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quinta-feira, 4 de março de 2021

QUESTÕES PERTINENTES AO RITO BRASILEIRO

Em 08/08/2020 o Respeitável Irmão João Batista Soriani, Lojas Terra Brasilis, Rito Brasileiro e 14 de Julho, REAA, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná, apresenta as seguintes questões pertinentes ao Rito Brasileiro.

QUESTÕES SOBRE O RITO BRASILEIRO

Segunda feira última, quando de sua palestra pela Loja Maringá, queria perguntar alguma coisa sobre o Rito Brasileiro, mais como era do REAA, me calei.

Como você disse de sua pesquisa sobre o REAA na sua originalidade francesa, tomo a liberdade que perguntar a você algo sobre o Rito Brasileiro, considerando a proximidade do RB com o REAA (ritual de 1968).

1ª - O piso do Oriente é o quarto degrau, ou seja, o primeiro do Oriente – certo?

2ª – Em se dirigindo ao Oriente, você faz a saudação no piso (4ºdegrau) do Oriente ou no 3º degrau como que se dizendo – posso entrar? Se fizer a saudação no quarto degrau, o irmão já não estará no Oriente?

3ª - Você tem como me dizer a origem dos graus filosóficos do Rito Brasileiro?

CONSIDERAÇÕES:

Entendo que atinge o Oriente aquele que alcançar o último desnível (o mais alto) em relação ao chão do Ocidente. Em linhas gerais, o quarto degrau é o piso oriental.

No que diz respeito à saudação ao se ingressar no Oriente, ela é feita na forma de costume quando o protagonista imediatamente atingir o piso do quadrante oriental, ou seja, no seu limite com o Ocidente tomando por base a linha de balaustrada que separa os dois ambientes. Assim, não se saúda a partir do terceiro degrau, mas assim quando se atinge o solo oriental.

Do mesmo modo, em retirada, antes de descer o primeiro desnível, também se presta a saudação (antes de sair).

Desse modo, uma baliza referencial para a saudação é o alinhamento da balaustrada fixada sobre o chão do Oriente.

No que diz respeito a origem dos 33 graus filosóficos do Rito Brasileiro, cujos quais se distribuem em Sublimes Capítulos para os graus 4 ao 18 e são dedicados à cultura moral; os Grandes Conselhos Filosóficos constituídos em Câmaras dos graus 19 ao 30 dedicados à cultura artística, científica, tecnológica e filosófica; Altos Colégios que englobam os graus 31 e 32 dedicados à cultura cívica e, por fim, o Supremo Conclave que é dedicado à síntese humanística.

Sobre a origem desses graus eu sugiro o Irmão que a procure perscrutando a história do Rito Brasileiro. Particularmente indico os autores Kurt Prober e José Castellani.

Para ilustrar particularidades e contradições merecedoras de pesquisa pertinentes ao desenvolvimento do Rito Brasileiro, transcrevo baixo um trecho do que consta no livro Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom (em todos os Ritos), autor José Castellani, A Gazeta Maçônica, São Paulo, 1984, página 21:
O Rito Brasileiro, surgido no fim do século XIX, foi regulamentado a 23 de dezembro de 1914, por Lauro Sodré, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. Foi, posteriormente, abandonado, para ressurgir, em 1968, com grande vigor, considerando-se o número de Lojas que passaram a praticá-lo.
Saliente-se, todavia, que existem, no território nacional, dois ritos Brasileiros, tão díspares, entre si, como se fossem ritos diferentes: um com rituais aprovados pelo Soberano Supremo Conclave do Rito Brasileiro, que, embora possuindo tinturas dos Moderno e Adoniramita, é, indisfarçavelmente, influenciado pelo Rito Escocês, até com as deturpações nele introduzidas; outro, com rituais aprovados pelo Supremo Conclave Autônomo do Rito Brasileiro, que, além das influências do escocesismo, mostra, em larga escala, passagens típicas do Rito de York.

É por essa óptica de construção histórica que eu sugiro uma pesquisa estruturada de modo acadêmico para que se alcance uma resposta satisfatória à última parte da sua questão.

T.F.A.
PEDRO JUK - http://pedro-juk.blogspot.com.br
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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