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sexta-feira, 30 de abril de 2021

POSTURA EM LOJA

POSTURA EM LOJA
(republicação)

O Respeitável Irmão Adrian Rogers Censi, sem declinar o nome da Loja, Obediência e Oriente, apresenta a seguinte questão:
adrian@blukit.com.br
Tenho visto em muitas Oficinas Irmãos de pernas cruzadas e outros estarrados, sentados como se estivessem assistindo televisão, inclusive ocupando cargos e alardeando ser Grau 33. Para esclarecimento, qual é a postura que se deve ter em Loja?

CONSIDERAÇÕES:

Tudo na vida é feito de bom senso. Posturas desmazeladas em Loja devem ser evitadas para não afrontar o costume composto de educação e respeito aos Trabalhos de uma Loja Maçônica. 

Uma Oficina em trabalho está aperfeiçoando de modo especulativo o “Homem” como elemento primário da Obra Maior. Uma edificação afastada do zelo dos seus construtores estará fadada ao esquecimento, ou simbolizando a obscuridade e o erro.

De maneira geral na Maçonaria brasileira adota-se uma postura demasiadamente exagerada, ou o tipo “filhos de Maria”. O bom senso nos ensina que nem tanto ao santo e nem tanto ao diabo. 

Um obreiro em Loja deve tomar assento elegantemente, porém de forma confortável sem se escarrapachar no assento, e nem mesmo cruzar as pernas. Deve se manter na medida do possível numa postura ereta, podendo cruzar as mãos sobre o avental ou manter os braços estendidos sobre as coxas. 

Também deve se evitar apoiar os cotovelos sobre os membros inferiores denotando-se um aspecto de cansaço e fracasso. Enfim, senta-se normalmente, procurando manter a sola dos pés apoiados no chão.

Outro costume de péssima geometria é o de se mascar chicletes, e ficar desembrulhando balas durante a Sessão. Da mesma forma são os famosos “cochichos” que só tendem a desrespeitar o trabalho daqueles que personificam a Sabedoria, a Força e a Beleza. 

Pior ainda é esse maldito hábito de “tocar trombetas” e fazer proselitismo por se “achar” melhor que os outros pelo simples fato de se possuir qualquer grau acima do de Mestre. Isso é pura vaidade, nada tem a ver como a prática simbólica e fere diretamente a humildade como uma das vigas mestras que sustentam a Sublime Instituição.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 441 Florianópolis (SC) 12 de novembro de 2011. 

MAÇONARIA E A ABDICAÇÃO DE D.PEDRO I

MAÇONARIA E A ABDICAÇÃO DE D.PEDRO I

Estas reminiscências têm o seu início no dia 17 de junho de 1822, ou o 28º dia do 3º mês do ano da verdadeira luz de 5.822, quando os maçons do Rio de Janeiro se reuniram em sessão magna e extraordinária, presidida pelo Irmão João Mendes Viana (Graccho), Venerável Mestre da Loja Comércio e Artes na Idade do Ouro, única até então existente e regular no Rio de Janeiro, para a criação e instalação do Grande Oriente Brasílico ou Grande Oriente do Brasil, escolhendo José Bonifácio de Andrade e Silva (Pitágoras) como Grão-Mestre.

Da ata da nona sessão do Grande Oriente do Brasil, realizada em 02 de agosto de 1822 consta "ter o Grão-Mestre da Ordem proposto para ser iniciado nos mistérios da Ordem, Sua Alteza D. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente do Brasil e seu defensor perpétuo. Aprovada de forma unânime, D. Pedro foi imediata e convenientemente comunicado, que dignando-se aceitá-la, compareceu na mesma sessão, e sendo iniciado conforme prescrevia a liturgia maçônica, prestou juramento e adotou o nome heróico de Guatimozim." Para a historiografia maçônica, a 17ª sessão do Grande Oriente do Brasil se reveste de um significado particular. Realizada em 04 de outubro de 1822, D. Pedro foi aclamado Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil em substituição a José Bonifácio.

A sessão foi presidida pelo Grão-Mestre Adjunto Joaquim Gonçalves Ledo [Diderot]. E no dia 21 de outubro de 1822, D. Pedro determinou a interrupção das atividades maçônicas, afiançando a Ledo que a suspensão seria breve: "Meu Ledo. Convindo fazer certas averiguações, tanto públicas como particulares, na Maçonaria. Mando: primo como Imperador, segundo como Grão-Mestre, que os trabalhos Maçônicos se suspendam até segunda ordem minha. É o que tenho a participar-vos; agora resta-me reiterar os meus protestos como Irmão – Pedro Guatimozim Grão-Mestre. P.S. Hoje mesmo deve ter execução e espero que dure pouco tempo a suspensão, porque em breve conseguiremos o fim que deve resultar das averiguações".

quinta-feira, 29 de abril de 2021

INICIAIS M B NO AVENTAL

INICIAIS M B NO AVENTAL
(republicação)

Em 21.03.2017 o Respeitável Irmão Lauro Gorell Filho, Loja Filhos do Pelicano, 3.866, REAA, GOB-PR, Oriente de Cianorte, Estado do Paraná, formula a seguinte pergunta através do meu blog http://pedro-juk.blogspot.com.br

M∴B∴ NO AVENTAL

Gostaria de saber o significado das letras M∴ e B∴, no avental do Mestre Maçom.

CONSIDERAÇÕES:

As iniciais tem relação direta com a Palavra Sagrada do Mestre Maçom. Essas duas letras possuem significados de acordo com a vertente do rito maçônico, assim com a sua exegese é tratada por alguns autores confiáveis e compromissada com a autenticidade maçônica.

Basicamente essa sigla possui íntima relação com os C∴PP∴PP∴ do Mestre, ou da Maçonaria, esses amparados pela Lenda de Hiran, ou mesmo pela Lenda sobre Noé e seus filhos Sem, Can e Jafé.

Em síntese as iniciais M∴ e B∴ podem ser representativas de aspectos relativos à Lenda agrupados numa frase, ou mesmo diretamente como inicial da Palavra Sagrada adotada por um rito maçônico. Obviamente que esse espaço não é adequado para entrar do assunto em detalhes por evidentes razões.

De modo superficial pode-se explicar que a Lenda de Noé e os seus três filhos (Noaquita) envolvem aspectos que podem ser encontrados, por exemplo, no Manuscrito Graham de 1723, o qual menciona, dentre outras passagens lendárias, a expressão “Marrow in Bone” (os grifos nas iniciais são meus), cujo seu significado relativo à alegoria lendária se constitui na frase “ainda há tutano no osso”, a despeito de que esse teatro simbólico envolve a mítica morte de Noé e a tentativa dos seus três filhos em ressuscitá-lo – essa lenda é muito similar à de Hiran e defendida por muitos autores como a que deu origem à Lenda do Terceiro Grau.

Nesse sentido, alguns autores defendem que a frase “Marrow in Bone”, acolhidas as iniciais “M e B”, se traduzem na expressão gálica “Mak Benak”, pois no diálogo teatral da Lenda, tal qual na de Hiran, é mencionado o corpo achado em estado de putrefação, cujo personagem é revivido pelos CC∴PP∴. A expressão inglesa se refere a “bone marrow” – medula óssea.

A expressão Mak Benak, como mencionado e que, segundo alguns pesquisadores, é originária de um dialeto gálico, sofreria mais tarde a corruptela de grafia escocesa por “Mac Benac”, cuja palavra inicial “Mac”, conforme pesquisadores da Quatuor Coronati Lodge citados por Francisco de Assis Carvalho in O Mestre Maçom - Cadernos de Estudos Maçônicos significa “filho”. Já outra corrente de pesquisadores, também citada pelo mesmo autor, define o termo gálico “Mak Benac” como “podridão”, ou “está podre”.

A despeito desses pontos de vista, o fato é que ainda existem muitas divergências nesse sentido. É o caso, por exemplo, da expressão “Mac Benac” que também é tida em alguns ritos com o significado de “viver no filho” – nesse caso o filho do justo que está morto.

Historicamente foi o Irmão A. C. F. Jackson da Quatuor Coronati Lodge quem estudou profundamente esse tema, o que se recomenda conhecer essas ponderações para melhor entendimento dessa matéria. Jackson menciona inclusive, que a palavra Mac Benac viria aparecer pela primeira vez na Maçonaria inglesa no livro Ahiman Rezon de 1756 de autoria de Lawrence Dermott que pertencia a Grande Loja dos Antigos no Yorkshire. Segundo Jackson é de autoria de Dermott a palavra “Mac Benac” (in O Mestre Maçom – Francisco de Assis Carvalho).

Outro aspecto que merece consideração nesse pormenor, é que a Grande Loja dos Modernos, a outra protagonista das escaramuças entre os Antigos e os Modernos ingleses, adotaria por algum tempo para os Mestres dessa Grande Loja a expressão “Moab.'.” em lugar de Mac Benac, muito provavelmente na intenção de alterar costumes com a finalidade de combater as revelações de Prichard em 1730 (Masonry Dissected). Pela importância desse fato, aconselha-se também o estudo da história dos Antigos e dos Modernos na Inglaterra até o Ato de União ocorrido em 1813.

A despeito desses acontecimentos na Inglaterra da época, a vertente francesa de Maçonaria não deixaria de sofrer essas mesmas influências. Capítulo à parte há que se notar que o Rito Moderno ou Francês adotaria a Palavra M∴B∴ enquanto que o Rito Escocês Antigo e Aceito, também filho espiritual da França, adotaria a palavra Moab∴ para os seus Mestres.

Ainda no que tange a expressão composta pelas iniciais M∴B∴, para alguns outros autores, ela está associada ao termo “Filho da Viúva”, entretanto isso nos parece especulação, pois não possui fundamento confiável, cujas justificativas não merecem aqui serem comentadas por se referirem à rainha viúva do rei decapitado (vide os Stuars e a revolução puritana de Cromwell em 1649 na Inglaterra).

Na realidade, o “filho morto”, é o “filho do justo” e essa relação faz sentido quando ligada à putrefação e à morte (da Natureza), daí existir um consenso a respeito quando tratado sob o ponto de vista alegórico, já que a Natureza é assassinada pelos três meses de inverno, o que em primeira análise deixa a mãe Terra viúva do Sol uma vez por ano. Em síntese, os personagens assassinados nas Lendas, tanto na Noaquita como na Hirâmica, personificam o Sol.

Há ainda em relação às iniciais M∴B∴ inúmeras influências e estudos que merecem ser pesquisados e até levados em consideração, todavia pela controvérsia do tema e o sigilo maçônico que o cerca por se tratar da Palavra do Mestre ele merece prudência e comentários cobertos (vide a influência hebraica na Maçonaria e particularmente do REAA∴).

Assim, objetivamente respondendo à questão, como dito as iniciais fazem referência à Palavra Sagrada de acordo com os ritos maçônicos, a despeito de que as suas interpretações estão intimamente ligadas aos diversos arcabouços doutrinários a eles pertinentes. É bem verdade, entretanto, que os seus diversos significados não podem ser tratados pura e simplesmente como uma mera tradução, mas sim com o que a sua mensagem pode representar (pragmatismo simbólico). Uma tradução pura e simples, a exemplo da expressão Moab∴ como A C∴S∴DD∴DD∴OO∴ é mera fantasia, já que Moab∴ tem origem bíblica in os “moabitas” – povo nômade que se estabeleceu a leste do Mar Morto por volta do século XIII a. C., na região que seria mais tarde conhecida como Moabe. Assim, a expressão dela derivada usada no REAA∴ só faz sentido se tomada como um título enigmático do que a filosofia da Palavra Sagrada pode manifestar – é o símbolo falando através dos seus códigos.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

A VIÚVA ÍSIS E A MAÇONARIA

A VIÚVA ÍSIS E A MAÇONARIA
Juarez de Fausto Prestupa

Os maçons são conhecidos como “filhos da viúva” e muitos acreditam que esta denominação guarda relação com os mitos do Antigo Egito. Mas, talvez o que poucos saibam, é que as raízes desta expressão e relação são muito mais abrangentes do que se espera.Muitos maçons identificam a figura do mestre Hiram com Osíris, a Maçonaria e também as Lojas maçônicas com Ísis e os maçons com Hórus.

Em resumo, na mitologia do Antigo Egito era Osíris quem governava soberanamente as regiões produtivas. Ele não estava sozinho, tinha por companheira Ísis, Seth que governava as regiões improdutivas, que por sua vez tinha por companheira Neftis. Os quatro eram irmãos, assim como os quatro elementos (terra-ceticismo-Seth, água-criatividade-Ísis, ar-informação-Neftis e fogo-espiritualidade-Osíris).

Uma noite, Neftis muito magoada pelo modo rude com que Seth a tratava, chorando no escuro jardim de Osíris é confundida por ele com Ísis e acabam concebendo uma nova vida que será Anúbis. Anúbis é abandonado à morte, mas Ísis o busca, encontra e o cria como seu próprio filho.

No mito, Seth usando a vaidade (inconsciência relacionada à luz) de Osíris o encerra em uma arca (arcano) e a solta no rio Nilo (símbolo da vida sublunar, do mundo de Maya e dos reflexos, da Manifestação). Ísis então sai à procura do corpo de seu irmão e marido. Ela o encontra sob as raízes de uma enorme árvore (que nos remete à simbologia da Árvore da Vida) e o resgata.

Em uma caverna (símbolo do útero da Terra), com a ajuda da magia de Thot e da força de Neftis, Ísis traz novamente Osíris à vida e em um ato de amor o casal concebe uma nova vida que será Hórus.

Seth descobre e novamente coloca suas tropas para perseguir Osíris.

Ele é encontrado, seu corpo esquartejado em 15 pedaços (veja a simbologia do Arcano 15 do Tarot) que são espalhados pelo Egito (o “mundo” deles). Novamente Ísis sai à procura do amado, encontra 14 (2 x 7) de suas partes, exceto seu “falo criador” que teria sido devorado por um peixe (símbolo do sexo espiritualizado ou tantra ou alquimia).

Enquanto isso Hórus é criado entre escorpiões e cobras, escondido no pântano, para fugir da perseguição de Seth. Posteriormente Hórus irá vingar seu pai Osíris derrotando Seth a custa de perder um olho.

Destaca-se que Ísis no Antigo Egito simbolizava a Justiça (como Ma´at) e também a Abóbada Celeste (como Nuit) e seu filho podia ser considerado um “filho das estrelas” ou então um filho “divino”. Neste mito Ísis fica viúva não somente uma, mas duas vezes.

Apesar do mito egípcio ter de Osíris como ponto central, a figura heroica de toda a saga é Ísis, afinal Osíris logo no início é morto e a protagonista é Ísis, a viúva. Durante então toda a saga a regência do Egito é de Ísis, muitas vezes usurpada por Seth, isso é verdade. Mas, por direito, a Rainha regente do Egito deveria ser Ísis e o rei Hórus.

Herdamos uma cultura e civilização medieval na qual a figura feminina sequer era considerada com alma ou direitos civis (Idade Média). Muito diferentemente do passado quando cultuava o Feminino Universal como Ísis, Ishtar, Inanna ou Vênus. Na obra O Livro de Hiram, os maçons Christopher Knigth e Roberto Lomas explanam a relação entre a Maçonaria e o culto a Vênus na antiguidade. Pirâmides por todo o globo, inclusive as egípcias, foram construídas considerando a Geometria Sagrada (presença da Perfeição divina na Natureza) e a passagem do planeta Vênus pelo céu estrelado.

Dizem que no Antigo Egito quando ocorriam as iniciações, um dos primeiros e misteriosos ensinamentos, sussurrado pelo Irmão Iniciador nos ouvidos do neófito era que, assim como o João Batista maçônico, “Osíris é um deus morto!”. Osíris, símbolo do Sol, na verdade, assim como Jesus, rege o mundo dos mortos, o além, o mundo espiritual. Da mesma forma que Deus não tem “corpo” físico entre nós, assim como Ísis o fez, nós O podemos encontrar disperso no “interior” de sua Criação, a Natureza que O concebe, nutre e vivifica o tempo todo. Vênus é exatamente a regente e símbolo da própria Criação, da natureza que hoje tanto está violentada pela humanidade em nome do progresso e da prosperidade.

Sendo a Maçonaria identificada com a Viúva, esta Ordem verdadeiramente iniciática mais do que o título de “regente de um povo” tem a OBRIGAÇÃO e a RESPONSABILIDADE de agir visando tornar feliz a humanidade (como o fazia Osíris em seu mito), lutar contra a tirania (de Seth) em todos os lugares (principalmente dentro de seus próprios templos e relações).

A Ordem Maçônica deve honrar sua relação com Ísis e, principalmente, com Osíris, mantendo-se sempre pura e limpa, com foco na luz da Verdade, da Justiça, da Fraternidade, da Solidariedade e do altruísmo simbolizada por Osíris e todos os deuses solares do passado da humanidade.

Aos maçons cabe honrar sua condição de “Filhos da Viúva”, respeitando e vivendo os princípios solares, sustentando valorosamente e com muita dignidade a Viúva que é a Ordem Maçônica e, principalmente, vingando o “Pai” Osíris ao combater o ceticismo, a descrença, a falta de espiritualidade, a falta de amor e de solidariedade.

Os maçons devem honrar a simbologia com Hórus e sua condição de “regentes” lutando contra o que Seth simboliza, dentro de si mesmos, de suas próprias almas e vidas, sendo um verdadeiro exemplo vivo (à semelhança do “Pai” distante) a ser seguido. Os maçons devem merecer a condição de “regentes de um povo” conquistando pelos próprios méritos a chamada Coroa Sefirótica (ver conceito na Cabala Hebraica).

Quando isso conquistarem, compreenderão que a razão de suas existências é o serviço a este seu povo, que suas questões pessoais devem ficar em segundo plano e que o Sol irradia luz, vida e calor indistintamente, sem nada cobrar ou esperar em termos de honra, crédito ou mesmo louvor ou reconhecimento.

O reconhecimento só ocorre na presença da luz, da consciência que nos proporciona a possibilidade de definir contornos, cores, detalhes, etc. Na escuridão da alma nada é distinguido ou reconhecido. Somente uma alma iluminada pode conhecer e reconhecer a verdade presente em tudo. O reconhecimento então só pode ocorrer entre almas iluminadas que se identificam entre si como iluminadas, francas, verdadeiras, justas, fraternas, amorosas, altruístas e divinas. A porta de entrada e condição inequívoca para esta condição de “reinado” é o respeito e o aprendizado com a Viúva, Ísis, Vênus, Ishtar, Inanna, ou com a Maçonaria Universal.

Lembremos que o sábio rei Salomão, um dos Três Mestres que outorgavam o mestrado maçônico, reverenciou a belíssima e virgem Rainha de Sabá. Este nome significa “portal” ou “ponte”). Ela era a grande sacerdotisa de Vênus, também conhecida como “Rainha das Estrelas” que venerava o Sol. Destaca-se que o historiador Flávio Josefo, identificou a nobre visitante de Salomão como sendo a “Rainha do Egito e da Etiópia”.

Em outra correlação, pode-se entender que a alma do maçom se identifica com Ísis que busca a luz da verdade de Osíris para tomar consciência de sua condição de filho das estrelas ou de sua origem e missão divina.

Fonte: opontodentrodocirculo.com

quarta-feira, 28 de abril de 2021

DÚVIDAS RITUALÍSTICAS NO REAA

DÚVIDAS SOBRE A LITURGIA DO REAA
(republicação)

Em 21/03/2017 o Respeitável Irmão Tristão Antônio Borborema de Carvalho, Loja Obreiros de Abatiá, REAA, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Abatiá, Estado do Paraná, solicita os seguintes esclarecimentos:

Dileto autor, tenho algumas dúvidas sobre ritualística a sanar acerca do REAA, na nossa liturgia, que fomentam debates entre nossos obreiros. São cinco indagações, conquanto imagino que a resposta seja de cunho bem objetivo.

Primeira dúvida. Tema: sinal gutural e seu momento. No início da sessão, quando os obreiros ficam em pé defronte seus assentos e o Mestre de Cerimônias, após anunciar a composição da Loja e seu grau, também tomando seu assento, o Venerável Mestre assim pronuncia: "em loja, meus irmãos (faz uma pausa), sentemo-nos". No momento em que diz "em loja", já seria o momento adequado para fazer o sinal gutural? Ou deve ser feito em outro momento e a partir de quando será lícito fazê-lo?

Segunda dúvida: TEMA: toque e transmissão da palavra sagrada. No REEA, quando o primeiro Diácono recebe a palavra sagrada do Venerável Mestre, antes de levar ao Primeiro Vigilante, ele (Diácono) também dá o toque do grau ao Venerável ou somente recebe dele, antes dessa transmissão (da palavra sagrada)? Do mesmo modo, o Primeiro Diácono ao transmitir a palavra sagrada ao irmão Primeiro Vigilante, somente dá o toque do grau a ele ou também recebe? Em suma, o toque, no momento da transmissão entre as Luzes e os Diáconos é bilateral (recebe e retorna) ou unilateral (somente é dado por quem tem a palavra sagrada, sucessivamente, Venerável em relação ao Primeiro Diácono; Primeiro Diácono em relação ao Primeiro Vigilante; Primeiro Vigilante em relação ao Segundo Diácono e, finalmente, Segundo Diácono em relação ao Segundo Vigilante).

Terceira dúvida: TEMA: forma de transmissão da palavra sagrada no Grau de Aprendiz. Entre os Diáconos e as Luzes, em sessão do primeiro grau, a palavra sagrada é passada com soletração, ou seja, letra por letra? Neste caso, com medeios de cabeça (alternância entre os ouvidos) ou somente no ouvido (direito ou esquerdo) do interlocutor?

Quarta dúvida. Tema - formação do pálio. Na formação do pálio, que no nosso ritual se dá duas vezes, na abertura e fechamento do Livro da Lei, o Mestre de Cerimônias, que se posta atrás do Mestre Instalado encarregado da abertura/fechamento, deve colocar o bastão sempre sob os bastões cruzados dos Diáconos, na abertura do Livro da Lei e sobre tais bastões, no fechamento do Livro da Lei ou, é totalmente indiferente à posição do bastão do Mestre de Cerimônias na formação do pálio?

Quinta dúvida. Tema - desfazimento do sinal de ordem. Qual o momento em que o sinal de ordem não mais será executado em loja? No final do nosso ritual, o Venerável diz, "a mim, pelo sinal, pela bateria, pela aclamação (Huzzé)". Depois disso, ele declara a loja fechada. A questão é, após a aclamação (terceira menção à expressão, "Huzzé"), ainda perdura o sinal, só desfeito quando o Venerável declara a Loja fechada ou após sua execução (terceira aclamação), já se desfaz o Sinal

CONSIDERAÇÕES:

Muitas explicações dependem de muitas observações para que elas façam sentido. Existe a questão do que é real e do que é aparente. Explico: no que diz respeito às minhas ponderações, observo por primeiro respeitar a pureza do Rito e, em segundo, aquilo que está escrito no ritual da Obediência – sabemos que, mesmo de um mesmo Rito, eles se diferem entre as Potências brasileiras.

Assim, devo salientar que quando me expresso em relação à tradição de um sistema ritualístico, não estou levando em consideração apenas esse ou aquele ritual, pois simplesmente dizer que isso ou aquilo está correto ou errado, geralmente não traz solução para a dúvida. Desse modo vou procurar ser o mais objetivo possível, porém sem agredir a lógica dos fatos e o exercício da prudência. Vamos então a eles:

1 – Sinais são feitos apenas em Loja aberta, o que significa que só depois dela ser declarada aberta pelo Venerável é que todos “deveriam” compor o Sinal. Entretanto, só existe um momento no qual os Obreiros se manifestam pelo Sinal antes da Loja ser declarada aberta. Isso acontece na ocasião em que o Primeiro Vigilante em Loja de Aprendiz, atendendo a ordem do Venerável Mestre, verifica simbolicamente se todos os presentes são maçons. Isso acontece apenas para conservar a tradição simbólica que indica que todos os presentes estão prontos, à disposição, à ordem para o trabalho. Obviamente que nos Graus 02 e 03 esses procedimentos se diferem um pouco, embora a sua essência seja a mesma.

Assim, afora essa possibilidade prescrita pela dialética da ritualística de abertura, Sinais somente são compostos a partir do momento em que a Loja esteja devidamente pela liturgia maçônica aberta (exposição das Três Grandes Luzes Emblemáticas).

Sabe-se, entretanto que a realidade não é bem essa, pois muitos rituais desafortunadamente equivocados, ainda preveem o contrário daquilo que é a tradição, todavia estando eles legalmente em vigência, inquestionavelmente cumpre-se o seu inteiro teor.

No que diz respeito à menção “em Loja, meus Irmãos” nada tem a ver com a composição de Sinal de Ordem, senão ser um alerta do Venerável para que dali em diante se siga os procedimentos litúrgicos balizados pelo ritual. É o mesmo que o conhecido: “meus Irmãos, ajudai-me a abrir a Loja”.

2 – Seguindo o que prevê a razão, o Toque somente é dado por aquele que pede a Palavra (significa que ele está pedindo a Palavra). Assim, o outro protagonista não responde com outro Toque, porém revela a Palavra na forma de costume.

É oportuno mencionar que a transmissão da Palavra que ocorre por ocasião da abertura e do encerramento da Loja, se dá entre Mestres Maçons (somente Mestres podem ocupar cargos), assim quem transmite é aquele que é inquirido pelo Toque. Por não ser um ato de telhamento (verificação de qualidade), quem transmite, transmite a Palavra por inteiro (soletrada ou silabada conforme a ocasião).

No que diz respeito à sua questão, o Toque para a transmissão da Palavra é unilateral. Do mesmo modo a transmissão também é unilateral.

3 – Boa parte dessa questão já foi respondida no item número dois. A regra de soletrar ou silabar conforme o Grau permanece no ato, porém por apenas um dos interlocutores nesse caso.

Tradicionalmente a transmissão é feita apenas em um dos ouvidos dos interlocutores (ou só no direito, ou só no esquerdo). É equivocada no REAA a prática exarada por alguns rituais alternando a audição entre os ouvidos (menear com a cabeça) – isso mais parece uma atitude de galo de briga do que prática maçônica.

A propósito, a história e a razão da liturgia da transmissão da Palavra são únicas e deveria ser conhecido o porquê da sua existência.

4 – Embora no REAA a formação de pálio seja enxerto advindo de outro rito (ele não existe no escocesismo original), se algum ritual, mesmo equivocado, prever essa prática, penso que o mais viável então seria que o Mestre de Cerimônias posicionasse o seu bastão por sobre os outros dois bastões cruzados pelos Diáconos.

5 – O correto é que quem fecha a Loja é o Primeiro Vigilante por ordem do Venerável Mestre (Irm.'. 1º Vig.'., podeis fechar a Loja) – existe uma razão histórica para esse acontecimento. Assim que o Vigilante declarar Loja fechada, fecha-se o Livro da Lei e todos desfazem o Sinal. Desse momento em diante não se faz mais Sinal.

Levando-se em conta que genuinamente no REAA a aclamação ao final dos trabalhos só é feita após esta a Loja fechada pelo Primeiro Vigilante, a Aclamação é então pronunciada sem que haja composição do Sinal.

Agora, no caso do ritual em vigência na sua Obediência, onde, segundo a sua observação, é o Venerável Mestre quem declara a Loja fechada e que isso se dá somente após o Sinal, a Bateria e a Aclamação (pelo menos foi o que eu entendi), sem discutir o mérito desse procedimento, eu penso que, num caso desses, todos ainda devem permanecer com o Sinal após a Aclamação.

O que pode é estar havendo um erro de interpretação no que diz respeito aos termos “encerramento dos trabalhos” e “fechamento da Loja”. Nesse caso, o ideal é sempre tomar por base para “Loja fechada” o fechamento do Livro da Lei, momento em que todos deveriam em seguida desfazer o Sinal. Partindo dessa premissa, ao final da sessão somente existe a Bateria e a Aclamação, não existindo, portanto nessa oportunidade, o ato do “pelo Sinal”.

Outro aspecto para ser observado é o de não se confundir o ato litúrgico de fechar a Loja (trabalhos do canteiro) pelo Primeiro Vigilante que é imediatamente seguido pelo fechamento do Livro da Lei, com o convite do Venerável para que todos se retirem (do recinto) por já estarem liturgicamente encerrados os trabalhos e a Loja fechada.

É fato que muitos ritualistas não se apercebem desses detalhes e deixam os nossos rituais confusos e sujeitos às dúbias interpretações. É devido a isso que não se consegue ser objetivo nas respostas que envolvem a liturgia e a ritualística maçônica. São essas contradições que tem nos levado às intermináveis discussões sem que sejam colhidos bons frutos. Um bom exemplo disso são os temas aqui hoje abordados e que estão muito longe de serem satisfatoriamente explicados na sua origem e razão da sua existência, obviamente pela sua complexidade e pela exiguidade de espaço oferecido.

Concluindo, peço desculpas se abusei da prolixidade, mas eu não entendo meu ofício como um ato de simplesmente dizer “sim ou não” como resposta objetiva. A escola maçônica me ensinou através dos tempos a ser prudente. Portanto sem me atrever a ser laudatório, eu jamais me permitiria a emitir considerações sem expor primeiro as minhas convicções para que o leitor possa a posteriori tirar as suas conclusões.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

RITO

1º - Maçonaria, que conta com algumas dezenas de Ritos, se entende como tal, o conjunto de regras segundo as quais se praticam as cerimônias e se comunicam os graus, sinais, toques, palavras e todas as instruções secretas dos graus.

2º - “Os Ritos são necessários não somente para criar um ambiente particular, mas agem por uma impregnação do subconsciente ao qual dão um poder e uma eficiência reais”.

3º - Esta denominação também se aplica ao conjunto de cerimônias e instruções de cada sistema e aos Altos Corpos que dirigem e administram a Maçonaria em cada país.

4º - Cada Rito tem a sua autoridade reguladora e sua hierarquia própria, e os atos emanados de seus chefes são apenas obrigatórios para os Maçons de sua obediência.

5º - Apesar de diversos, têm todos pontos fundamentais de contato e de doutrina e em nada alteram o fim essencial da Ordem.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
Arthur Aveline - MM, ARLS Dos Obreiros da Arte Real nº 154
Porto Alegre - RS, GLMERGS

O progresso da Humanidade tem seu início na aplicação das leis de justiça, de amor e de caridade. Princípios sempre defendidos por nossa Sublime Instituição que, justamente por isso, é considerada progressista. Aonde não há Justiça e amor vigora a barbárie e a violência. A Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por conseqüência, mola mestra do desenvolvimento. O amor, por sua vez, substituiu o personalismo. É o triunfo sobre o ego, já que o amor, por definição, é incondicional e não exige retorno.

O amor, juntamente com a Justiça, é outra conquista importante do homem no interminável processo de evolução. O amor é elemento fundamental — um verdadeiro alicerce — na formação de uma personalidade sadia; gera e incentiva um comportamento equilibrado. Uma criança amada é mais confiante em si mesma, tem mais auto-estima, por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e rápida, transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido.

Amar é ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si. Amar é compreender as fraquezas e defeitos do outro, é relevar seus erros e saber perdoar. Quem cresce sem amor fatalmente será um adulto seco e desprovido de compaixão, com um senso de justiça deturpado e deficiente.

A caridade é o terceiro ponto desse alicerce, estendido para outras fronteiras além do círculo familiar e fraternal do Homem e do Maçom. Para se viver a caridade precisa-se desenvolver virtudes.

E o que é virtude? Nosso rituais definem muito precisa e apropriadamente o que vem a ser virtude: "é uma disposição da alma que nos induz à prática do bem".

Construir Templos à virtude é cultivar a permanente disposição para querer o bem, é ter a coragem de assumir valores e enfrentar os obstáculos que dificultarão a subida, rumo ao conhecimento.

Logo, para vivenciar a justiça, o amor e a caridade é necessário antes de tudo ser virtuoso.

Platão, no século V a.C., já mostrava a virtude como esforço de purificação das paixões. Dizia que o compromisso do homem virtuoso está vinculado à razão que determina o exercício prático, o domínio do corpo.

Para Aristóteles, a virtude é a eqüidistância entre dois vícios: um por excesso, outro por falta. Ele nos alerta sobre a necessidade de sermos prudentes e buscarmos o justo meio, sem o excesso e sem a falta.

Só conseguiremos o justo meio a partir da reflexão sobre as duas partes, utilizando a razão, a justiça e o amor pra não haver enganos, a partir do auto-conhecimento, que nos proporcionará a consciência da nossa realidade atual, e assim, saindo das sombras da ignorância, poderemos atingir elevados patamares, desenvolvendo valores conquistados.

Esses valores e virtudes, indispensáveis no Maçom, são conquistados através da vontade, imbuída de razão. Se temos direitos, temos também deveres, e não somente para com os nossos IIr.:, para com nossos familiares, para com a sociedade, mas principalmente para com nós mesmos, para com o nosso trabalho interior, para o desbaste de nossa Pedra Bruta. A síntese desses deveres está em cumprir com nossa obrigação, para conosco e para com nossos Irmãos. Não podemos somente ser Luz no caminho alheio, temos que, antes de nada, ser Luz no nosso próprio caminho.

Muitas vezes esquecemos de olhar para nós mesmos, em se tratando de mudanças e transformações. Exigimos que os outros mudem, sem no entanto, fazer nada para sair de onde estamos. Não deve haver lugar em nossos Templos para a hipocrisia, para a luta pelo poder, para a vaidade.

E a virtude onde fica? E a Fraternidade, o objetivo de servir, de ser caridoso? Será que esse nunca foi o objetivo? Teria sido apenas uma Luz que se apagou? Onde estão nossos valores, sempre ensinados mas nem sempre empregados?

Na verdadeira Maçonaria não deve haver espaço para brigas por cargos, para a disputa política. A verdadeira Maçonaria é aquela em que vivenciamos o Amor, a Fraternidade, a Verdade, o Dever e o Direito. A verdadeira Maçonaria é aquela que nos proporciona o prazer indescritível de abraçar um Irmão; é aquela que faz com que a convivência fraternal seja um prazer e não uma obrigação semanal.

Precisamos reavaliar nossas atitudes, nossos comportamentos e valores. Estamos realizando o trabalho que chamamos maçônico com respeito e humildade ou com arrogância e orgulho? Estamos realmente cumprindo o que juramos, de forma livre, quando conhecemos a V.: L.:? Estamos realmente cavando masmorras ao vício e levantando Templos à virtude?

Nossa Ordem precisa sair do imobilismo que se encontra. Precisamos, com união e respeito, debater mais nossos problemas em Loja; precisamos aprender a criticar e, principalmente, aprender a ouvir críticas; precisamos, acima de tudo, ser mais tolerantes com os outros e menos tolerantes com nós mesmos; precisamos desbastar nossa Pedra, não a do nosso Irmão.

Fonte: http://www.pedreiroslivres.com.br

terça-feira, 27 de abril de 2021

SAGRAÇÃO OU CONSAGRAÇÃO DE TEMPLO?

Em 01/09/2020 o Respeitável Irmão Leandro Ely, Loja União e Sabedoria, REAA, GORGS, Oriente de Farroupilha, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a questão seguinte:

SAGRAÇÃO DE TEMPLO

Desculpe importuna-lo novamente, surgiu uma dúvida. Baseado em que o Templo Maçônico deve ser SAGRADO OU CONSAGRADO para fazer cerimonias de Iniciação, Elevação, Exaltação, isso é uma tradição ou está determinado de que forma?

CONSIDERAÇÕES:

A bem da verdade, em se tratando de Maçonaria – que se diga de passagem não é uma religião - o termo que melhor se adequa é “consagração” do espaço que irá receber os trabalhos maçônicos.

Em tempos passados, aqui pelo Brasil, era comum o uso do termo “inauguração” para essa finalidade, ou seja, ficava estabelecido que o espaço inaugurado estava apropriado para receber os trabalhos maçônicos em Loja aberta.

O uso do termo “inauguração do templo” pode ser constatado em se perquirindo a história de Lojas brasileiras que possuam aproximados 100 anos de idade.

Provavelmente, porque alguns acreditavam que o ambiente de trabalho maçônico era algo santificado, num flagrante equívoco de se misturar Maçonaria com religião, é que o termo “sagração” acabou aparecendo e dando, inclusive, nome para rituais como os de “Sagração de Templo”.

Como não bastasse todo esse contra-senso, ainda o paradoxo se acentua quando é usada, à moda latina, a palavra “templo” para denominar o que é de fato a sala da Loja, ou a oficina de trabalho.

Assim, entre a palavra “sagração” ou “consagração”, o termo que melhor se aplica na inauguração do espaço dedicado aos trabalhos maçônicos deveria ser “consagração”, isto é, com dignidade conferida.

O termo “sagração” é também erroneamente aplicado na Iniciação, Elevação e Exaltação. Desse modo, o Venerável ao conferir um grau estará “consagrando” e não “sagrando” o candidato, isto é, estará lhe conferindo dignidade, ou seja, o constituindo no grau e não o tornando santo. Obviamente que nesse caso não cabe o vocábulo “inauguração”.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

UMA ESCOLA DE ESPERANÇA

UMA ESCOLA DE ESPERANÇA

“Todo homem que tenha que talhar para si um Caminho para o Alto encontrará obstáculos Incompreensíveis e constantes” Fernando Pessoa ).

A Maçonaria tem procurado, através dos tempos, conscientizar o Homem de sua origem e de seu destino, preocupando-se em fazer com que todos os seus adeptos estudem a natureza da alma humana imortal, entendendo que o corpo tem um início e um fim e que este corpo só é ativo enquanto a alma nele permanece.

E para onde vai a alma depois que ela deixa o corpo? Indagações inúmeras tem feito o homem a respeito disso e embora as respostas apresentem diversas variáveis, todos os que acreditam na imortalidade da alma sabem que ela se apresentará, após permanência em um corpo, a poderes supraterrenos criados pelo Grande Arquiteto do Universo para recebê-la e orientá-la com relação ao que terá de fazer para aperfeiçoar-se.

Mas quem é esse Grande Arquiteto do Universo? É o mesmo Deus que uns conhecem como Tupã, como Viracocha, como Alá e sobre muitos outros nomes. Mas como a Maçonaria define o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO? Nossa instituição ensina-nos que ele é um ser incriado, do qual viemos e para o qual voltaremos quando conseguirmos o aperfeiçoamento final. Ele é a plenitude do amor e até a sua justiça infalível é exercida sob a égide do amor.

A Maçonaria consagra o homem que vive do fruto de seu trabalho, cumpre os seus deveres morais, familiais, sociais, honrando seus pais, à sua esposa, a seus filhos, à sua pátria e à humanidade. Nossa Ordem aconselha-nos a acalentar o sonho de fazer feliz a humanidade. Fala-nos que devemos perseguir tal sonho diuturnamente. Enfim, ela nos recomenda a adoção de postura que poderão levar-nos do vale à montanha, isto é, do zero ao infinito. Não é à toa que sempre falamos na Escada de Jacó, a qual nos incentiva a subir pelo menos um degrau a cada dia na escalada evolutiva.

Amando a criatura estaremos honrando o Criador. Mas, para amar a criatura temos que, primeiro, ornamentar o nosso templo interior com a paz, com a doçura, com o conhecimento. Aí, será fácil conseguirmos a instalação do amor dentro de nós. Naturalmente nos despontarão benefícios exteriores, pois estaremos totalmente preocupados em ser e não em ter. Todos conhecem os símbolos da Fé, da Esperança e da Caridade. Mas, quantos conseguem transformar o sentido de tais símbolos em ações efetivas? A Maçonaria utiliza-se de vários símbolos, obrigando, com isso, os Maçons a estudarem continuadamente seus desdobramentos numa realidade capaz de incluir os filhos do nosso Pai Celeste no contexto da felicidade. Mas para conseguirmos isso precisamos submeter nossas emoções à razão.

A inteligência vale-se, muitas vezes, das emoções para dirigir-nos ao que chamamos mistério ou plano místico e/ou celestial. Nunca devemos nos esquecer de que o Grande Arquiteto do Universo nos dotou de um equipamento sensorial chamado razão, o que vale dizer que nossas emoções precisam passar pelo crivo desse departamento. E por falar em razão vejamos o que nos ensinou Benedictus de Spinoza, cognominado de o filósofo da autonomia da razão, em seu “Tratado Político, cap. II parágrafo 8º”.

“Então, quando qualquer coisa na Natureza parece-nos ridículo, absurda ou má, é porque não temos senão um conhecimento parcial das coisas e ignoramos em geral a ordem e a coerência da Natureza como um todo e porque desejamos que tudo se arrume conforme os ditames de nossa própria razão; apesar de que, de fato, o que nossa razão considera como mal, não é um mal em relação às leis de nossa natureza, tomada separadamente”.

Matéria veiculada no "Jornal o Tempo" em 17/08/2007

Trecho da Obra “Arte Real” Autor: Pedro Campos de Miranda ( GLMMG )

Fonte: http://blogoaprendiz.blogspot.com

segunda-feira, 26 de abril de 2021

ENTRADA E SAÍDA DO PAVILHÃO NACIONAL

ENTRADA E SAÍDA DO PAVILHÃO NACIONAL
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão José Daniel Massorini, Loja Conciliação e Justiça, REAA, GOB, Oriente de Presidente Prudente, Estado de São Paulo. 
j1daniel@terra.com.br 

- Recentemente li alguma coisa sobre a possibilidade do Venerável Mestre, em determinadas Sessões, não fazer a entrada e saída do Pavilhão Nacional do Templo, em Sessões Magnas específicas. A única diferença seria antes do encerramento da Sessão onde faria somente a homenagem à Bandeira. Neste caso, seria feito somente a homenagem ou existe a necessidade de tocar a primeira e última estrofe do Hino à Bandeira? Seria correto utilizarmos deste recurso?

CONSIDERAÇÕES: 

Conforme o Ritual em vigência, nas Sessões Magnas está prevista a entrada formal do Pavilhão Nacional. Nesse sentido não existe outro procedimento senão o previsto. 

Assim, a Bandeira será recebida pela Comissão de Recepção composta por treze membros munidos de espadas e estrelas e acompanhada pela Guarda de Honra composta por três Irmãos munidos de Espadas. 

Na entrada é tocado o Hino Nacional Brasileiro. Na retirada o procedimento é o mesmo, porém após a saudação feita pelo Orador da Loja é entoado o Hino à Bandeira. 

Procedimentos distintos não existem por não estarem previstos no Ritual. 

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 437 Florianópolis (SC) 09 de novembro de 2011. 

PRATIQUE O AMOR

PRATIQUE O AMOR

“Como o perfume reside na flor e o reflexo está no espelho, assim o amor divino reside dentro de vós, por que buscar lá fora? “ (Guru Nanak)

Falemos de amor, a base de toda construção.

O homem livre e de bons costumes para a Maçonaria é o que tem o coração cheio de amor, e nele não tem espaço para o vício, o medo e o ódio.

O amor nos faz afastar a inveja, e foi com muita ironia que o pensador Horácio afirmou que “o invejoso emagrece com a gordura alheia”, e sendo a inveja um componente extremamente danoso, atropelando a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, deve ser eliminada, firma e energicamente.

Que espécie de cinzel deve ser empregada nesta obra? Sem dúvida, é o AMOR.

Não o amor que se confunde com a pieguice, mas sim aquele que sustenta a sabedoria, a solidariedade e a vontade de CRESCER COM e não a volúpia de CRESCER PARA!

Todos os que aqui estamos viajando nessa grande nave azul – a Terra – o que queremos mesmo é viver bem, em harmonia, encontrar respostas para nossos questionamentos seculares e sermos felizes, buscando com as nossas ações tornar feliz a Humanidade, conduzindo-nos à verdade e à justiça, mas conscientes que é indispensável a pratica do Bem, e do Amor Fraternal.

Os verdadeiros Maçons oferecem o que têm, e promovem a criatura, impulsionando-a para a felicidade, para caminhar por si mesma no rumo da libertação. Não doam coisas – doam-se com amor.

O Maçom renuncia a tudo pelo amor, porquanto é no amor que a verdade está contida, e o Obreiro nada mais é do que um peregrino em busca da verdade.
Cristo negou-se ao conforto dos gabinetes e à tranqüilidade do Tabor, e colocou as ferramentas de um ideal expressas pelo amor, justiça, generosidade, fraternidade, perdão, liberdade, combate a privilégios de classes e castas, e partiu pregando a convivência igualitária, tudo em nome do amor divino, manifestado a cada momento.

Todo Maçom é um líder, ou deveria sê-lo, devendo cumprir bem o seu dever no presente, pensando em melhorar o futuro da nossa Ordem, e esse futuro está, inclusive, em chegar até à juventude e oferecer a ela uma doutrina calcada em ideais progressistas, solidários e espirituais, construindo o futuro nos alicerces do passado, mostrando o que de melhor a Humanidade já conquistou e expondo ideais maçônicos, contemporâneos, de acordo com a realidade e necessidades do Povo brasileiro.

A esperança mantém acesa a chama do Amor, da Fé e da Caridade, e esta chama sempre estará acesa em nossos corações.

O verdadeiro espírito maçônico está representado naquele que veio como APRENDIZ, foi crucificado no alto do Monte Gólgota, deixando a fagulha da chama da esperança em cada um de nós, para que um dia, marcado lá no calendário do infinito, possamos almejar a tão sonhada PERFEIÇÃO.

A vida nos oferece um supermercado de ofertas, portanto, basta escolher o que mais no convém através da nossa intuição espiritual, nos esforçando para reformular atitudes com vistas a uma sociedade cada vez melhor. Paz a Todos os Seres, com muito Amor.

Enfim, que as benções do Grande Arquiteto do Universo desçam sobre nós, abundante e ricamente, permanecendo para sempre.

Junho de 2008

M:.I:. ALZEMIR CLETO DE JESUS
A:.R:.L:.S:. Fraternidade Absoluta N.º 31
G:.L:.M:.E:.E:.S:.

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

domingo, 25 de abril de 2021

TRIÂNGULO DA ESPIRITUALIDADE E DA MATERIALIDADE NA CADEIA DE UNIÃO?

TRIÂNGULOS DA ESPIRITUALIDADE E DA MATERIALIDADE NA CADEIA DE UNIÃO?
(Republicação)

Em 16/03/2017 o Respeitável Irmão Otávio Alvares de Almeida, Loja Deus e Fraternidade, 51, REAA, Grande Loja do Estado da Bahia, Oriente de Cruz das Almas, Estado da Bahia, solicita o seguinte esclarecimento:

Ontem, 15/03, em minha Loja foi feita uma Cadeia de União para transmissão da Palavra Semestral e, pela primeira vez, em função do posicionamento do Venerável Mestre ladeado pelo Secretário e Orador no Oriente do Pavimento Mosaico e do Mestre de Cerimonias no Ocidente ladeado pelos Vigilantes nas suas respectivas Colunas, me veio a dúvida e por isso peço a sua ajuda, sobre quem forma o vértice do Triangulo da Materialidade: O Mestre de Cerimonias ou o Guarda do Templo?

CONSIDERAÇÕES:

Antes da questão propriamente dita, primeiro alguns apontamentos pertinentes.

Sem confundir com tríades, associado aos atributos da espiritualidade está o triângulo (isóscele ou equilátero) com um ápice voltado para cima, enquanto que o da materialidade está associado àquele que mantém o ápice voltado para baixo.

Ainda em relação aos triângulos (exceto ao concernente ao Delta Radiante), no REAA também aparecem às figuras triangulares correspondentes aos elementos Terra, Ar, Água e Fogo que se apresentam juntos às Colunas Zodiacais.

A união dos triângulos da materialidade e a espiritualidade formam a Magsen David (Estrela, ou Selo de Davi), ou a Blazing Star, comum principalmente na vertente inglesa de Maçonaria (estrela de seis pontas). Já o simbolismo do REAA.'., por ser um rito de vertente francesa, esse não possui nele, como símbolo, nenhuma estrela de seis pontas, sobretudo aquela tão comentada invenção de uma pretensa estrela formada num formidável exercício de imaginação que se diz existir quando da abordagem dos oficiais na circulação da Bolsa de Propostas e Informações e Tronco de Solidariedade. Na verdade a sequência dessa abordagem tem apenas relação com a história e a importância dos cargos na Loja, no mais, fazer ilações associando esse percurso a um trajeto estelar nada mais é do que pura bobagem que não tem compromisso algum com a doutrina simbólica do Rito Escocês. Provavelmente foi dessa inventiva sugestão que surgiu a relação de triângulos de espiritualidade e de materialidade na Cadeia de União.

Ora, isso é mero exercício de imaginação. Primeiro, porque a Cadeia quando formada, assume uma figura circular ou elíptica e não triangular. Segundo é porque a Cadeia, quando constituída no REAA, tem originalmente apenas um único objetivo: o de se transmitir a Palavra Semestral e nada mais, pois nela não existe a prática de preces e orações. Assim, a Cadeia de União é formada sobre o Pavimento Mosaico (que ocupa todo o espaço ocidental da Loja) após o encerramento dos trabalhos tendo, numa das extremidades da elipse (da cadeia) e de costas para o Oriente o Venerável Mestre com o Secretário à sua esquerda e o Orador à sua direita. Na outra extremidade da elipse em frente ao Venerável, de costas para a porta e parede ocidental, vai o Mestre de Cerimônias tendo à sua direita o Segundo Vigilante e à sua esquerda o Primeiro Vigilante. Os demais Irmãos se distribuem de modo que a figura elipsoide ou circular da Cadeia se mantenha com número equilibrado de obreiros no que diz respeito à quantidade de participantes à direita e à esquerda.

Devida à disposição elipsoide ou circular dos integrantes da Cadeia, não há como se imaginar a formação de triângulos imaginários formados pelas cinco Dignidades da Loja e pelo Mestre de Cerimônias. A disposição relativa aos que ladeiam o Venerável e ao Mestre de Cerimônias é porque o Orador e o Secretário tomam assento no Oriente e os Vigilantes, bem como o Mestre de Cerimônias no Ocidente. É simplesmente só isso e nada mais.

No que diz respeito ao Cobridor mencionado na sua questão, ele nada tem a ver com triângulo da materialidade e nem fica na Cadeia posicionado entre os Vigilantes – na extremidade da elipse de frente para o Venerável fica mesmo o Mestre de Cerimônias.

É bem verdade sim que esotericamente o Oriente da Loja corresponde à Luz e a espiritualidade, enquanto que o Ocidente, à materialidade e aquilo que é passível de aprimoramento, porém essa alegoria não se relaciona sob qualquer hipótese à Cadeia de União e nem mesmo à inexistente estrela de seis pontas aqui anteriormente mencionada.

Ainda, em se tratando de triângulo equilátero (três lados iguais), nada do que aqui foi mencionado sugere alguma relação com o Delta Radiante, cujo símbolo fica no Retábulo do Oriente (ao alto, atrás do Venerável) – esse triângulo é outro importantíssimo emblema que em Maçonaria, tanto na concepção deísta como na teísta, exprime os atributos da divindade. É o símbolo da crença na existência de um Ser Supremo.

Concluindo, devo mencionar que as minhas ponderações aqui expressas se prendem unicamente à pureza e tradição do escocesismo simbólico, independe daquilo que possa porventura estar escrito em alguns rituais das nossas Obediências. Assim, se deles derivarem instruções contrárias às minhas convicções, em estando os mesmos em vigência, mesmo que equivocados, por primeiro seguem-se as suas orientações.

T.F.A.
PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br