A ARTE DE SER MAÇOM NO AMBIENTE PROFANO
Aroldo Lopes de Paula Valácio – M∴M∴ A∴R∴L∴S∴ Fraternidade Nepomucenense
Nepomuceno – Minas Gerais - GOMG
Vez ou outra deparo-me com situações no dia a dia embaraçosas. Outro dia em uma padaria perguntei a balconista que me atendeu muito bem por sinal qual o motivo de alguns concidadãos não estarem observando o disposto no protocolo de controle a COVID 19 naquele estabelecimento! Ao prontificar-se em responder subitamente vem o dono que tratou de fazer um relato mínimo sobre o indagado e desconversar. E eu entendi. Atrapalho perguntando! Minha venda nos olhos “desceu” quando eu notei a sádica tentativa de tornar não consensual algo amplamente notório e seguro. Confesso que me decepcionei com a frieza. Frieza essa que nós sabemos e conhecemos em nossos estudos. Reparei no cingir das pálpebras dos olhos o desconforto e a ganância propriamente dita estampada.
No ambiente profano somos confrontados com a infidelidade das boas práticas e secretamente pessoas em condições menores de força são submetidas a intolerância. Quanta ignorância salta aos olhos daqueles que ainda são afetos aos desejos mais mundanos. No exemplo anterior não me deixei dominar pelo autoritarismo e pus-me a tranquilizar aquele ser veladamente arrogante, atendo-me aos protocolos de saúde e reiterando-o como um bom cidadão e consumidor. A balconista de costas lavava alguns copos e mais tarde me confessou haver perdido uma irmã pela doença. Parece drama. Mas não é. Fato. Calada e resignada ouviu em silêncio toda a minha explanação sobre o protocolo discorrido aquele profano proprietário de um estabelecimento que talvez se esqueça de que sua colaboradora não teve a doença, mas sentiu o efeito colateral dela. “Vaidade, tudo é vaidade”.
Cada irmão interpreta o ensinamento e o prática diariamente dentro obviamente de sua realidade. Somos instruídos sempre a buscar o conhecimento dentro da impessoalidade e capacidade intelectual ativa de cada um. A filantropia pelo menos a mim relembra a todo momento que somos todos iguais. E assim sendo temos que ter sempre compaixão um com o outro. Isso traduz na vida a melhor prática que sirva a todos. Eis que a humanidade sofre com os desejos individuais dos poderosos e totalitários.
A cultura da lei de Gerson no Brasil ainda se estabelece como prática fiadora dos cegos profanos. Lidamos com atitudes corriqueiras que deliberadamente afrontam a verdadeira noção de cidadania e moral. A SOBRIEDADE nas lições devem ser guardadas para que o maçom ao lapidar-se meça com clareza o tamanho de suas ações e gire o compasso na busca da fiel justiça a que deve apetecer o coração do obreiro. A sombra que acompanha a venda nos olhos e obstrui enxergar a luz da razão precisa ser afastada pelo irmão que ainda está preso as amarras da ignorância e que não se abstém de um passivo de aberrações morais passadas profanas para obter o novo, a transformação, a sobriedade mental que a busca por ensinamentos maçônicos traz.
Qualquer que seja o obstáculo a transpor no inventário moral ao lapidar a pedra bruta devemos ater nossa razão e não nossa paixão. No exemplo acima o proprietário antes do fato era tido por mim como uma pessoa digna e de total confiança. Percebi que a paixão pela nossa amizade não poderia ser maior do que a razão frente a algo maior. Confesso que a decepção foi sentida. Mas o alívio de ter construído um pilar de força e estabilidade durante todo esse tempo de estudo me possibilitou sabedoria para transpor com firmeza aquela situação. O olho que tudo vê me permitiu enxergar tamanha aberração. O G.A.D.U. nos permite o dom diário da vida. Saber reconhecê-lo e praticar de forma justa esse dom cabe a cada irmão na busca pelos estudos e conhecimento. Assim podemos ser melhores. Assim podemos tornar melhor o universo ao nosso redor.
Fonte: Revista Triponto
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