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quarta-feira, 5 de maio de 2021

SER REPRESENTADO NO TRONCO POR OUTRO IRMÃO

Em 17/09/2020 o Respeitável Irmão Carlos Fernandes dos Santos, Loja Acácia, 0177, REAA, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, formula a seguinte questão:

COLOCAR O TRONCO POR OUTRO

Em época não tão distante, tínhamos um costume de pedir a outro Irmão que nos representasse no Tronco de Beneficência quando não podíamos, por algum motivo de força maior estar de corpo presente em uma dada sessão. Entendíamos que essa prática era benéfica para Loja e para o propósito do Tronco. Essa prática com o tempo caiu em desuso, alguns irmãos dizem que fora proibida pelo GOB, mas o documento com essa publicação até hoje não encontrei. Qual o mal que isso traria para a Instituição, já que as Lojas possuem autonomia própria para dar o destino ao Tronco da melhor forma em benefício dos irmãos e/ou seus dependentes? Gostaria de um parecer do irmão.

CONSIDERAÇÕES:

Não se trata de proibição, mas sim de um retorno ao verdadeiro significado desse ato ritualístico. A bem da verdade, ser representado na coleta do Tronco sem estar presente na sessão é atitude incorreta.

Para os ritos que possuem a coleta pelo giro em Loja, o resultado da coleta deve ser apurado e anunciado na mesma sessão em que houve o giro, isto é, na presença dos Irmãos presentes nos trabalhos. Essa atitude tem o fito de reforçar a lisura que sempre deve acompanhar as práticas maçônicas.

A caridade em Maçonaria é sigilosa e para tal aprendemos que em Maçonaria o Tronco da Solidariedade, ou de Beneficência, simboliza a expressão lata de como se praticar a caridade com sigilo e sem ostentação. Assim, o giro não permite que se saiba quem deu mais ou menos, ou que nada pode dar naquela oportunidade.

Atendendo a esse ensinamento é que o coletor e o contribuinte se colocam de forma peculiar quando do ato da coleta.

“Tu, porém, ao dares a esmola, ignora o que faz a tua mão direita o que faz a tua esquerda”.

Quanto aos recursos que cada um pôde dispor para a caridade, o ensinamento praticado desde a Iniciação inspira-se na oferta da “pobre viúva”, cuja contribuição, oferecida da sua própria indulgência, o Divino Mestre considerou mais importante do que todas aquelas advindas dos que ofereceram da sua própria riqueza.

Desse modo, o costume é de que apenas os presentes na sessão devem participar da coleta, não sendo apropriado alguém fazer e anunciar a doação por outrem que não esteja presente no ato.

De modo prático, se alguém quiser reforçar o Tronco doando por um Irmão ausente, que então o faça sigilosamente, porém sem fazer comunicação à assembleia. Ora, o importante não é saber quem deu, quanto deu ou se nada naquele momento poder dar. O importante é o ato de solidariedade que está ali representado – a doação não precisa de vir acompanha de “toques de trombeta”.

Cabe mencionar que certos fatos merecem ser vistos sob a óptica da ética e da moral e não pela autonomia da Loja, por exemplo. Obviamente que o produto do tronco é para os necessitados e as doações arrecadadas no giro ficarão à disposição do Irmão Hospitaleiro, que é o oficial que simboliza a virtude da caridade.

Atente-se que por trás da liturgia da coleta há uma belíssima mensagem que é a de se fazer caridade com justiça e sem ostentação.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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