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quinta-feira, 22 de julho de 2021

TEÍSMO E DEÍSMO NO REAA - INFLUÊNCIAS ANGLO-SAXONICAS EM UM RITO LATINO

Em 15/10/2020 o Respeitável Irmão Arildo Dias, Loja Zênite, 441, Grande Loja do Estado de São Paulo, REAA, Oriente de Marília, Estado de São Paulo

REAA – TEÍSTA OU DEÍSTA

Respeitável Irmão Pedro Juk, solicito esclarecer uma dúvida:

Pelas leituras que faço, ora encontro matéria dizendo que o REAA é um Rito deísta, ora encontro dizendo que é teísta.

Por favor, o REAA é um Rito deísta ou teísta? Ou no seu início era teísta e depois passou a ser deísta?

CONSIDERAÇÕES:

Na verdade, o REAA, por razões históricas relacionadas à construção do seu primeiro ritual simbólico no ano de 1804, acabou ganhando um viés teísta e deísta ao mesmo tempo, isto é, deísta pela sua origem francesa como um rito solar, e teísta pela influência dos “Antigos Ingleses” que lhe deram base para o primeiro ritual. Assim, o REAA é de vertente latina, mas com influência anglo-saxônica.

Em um breve relato desses acontecimentos, o REAA, depois da fundação do Primeiro Supremo Conselho nos EUA em 1801, teve uma lacuna no seu simbolismo, pois originalmente ele foi criado com 30 graus, e não 33 como é geralmente mencionado.

Assim, logo após a fundação do Supremo Conselho, o REAA passou a se utilizar em solo norte-americano dos rituais das Lojas Azuis por não possuir ritual próprio para o simbolismo.

Logo a seguir, quando de retorno à França, o verdadeiro berço do escocesismo, notou-se que não existia ritual para os três graus simbólicos fora dos EUA. Desse modo, em outubro de 1804 era elaborado na França o seu primeiro ritual. Para tal, esse ritual teve influência direta da Loja Geral Escocesa, sobretudo porque ela foi criada para esse fim, do Regulador do Maçom da Maçonaria Francesa e da “revelação” pertinente aos “Antigos” que ficou conhecida como As Três Pancadas Distintas.

É oportuno mencionar que essa influência teísta, comum da Maçonaria Inglesa e haurida dos irlandeses, é que acabou construindo a influência anglo-saxônica no REAA.

A preparação desse ritual, infelizmente logo teria influências externas advindas do Grande Oriente da França e o Rito Francês seguida das Lojas Capitulares então criadas na época. Infelizmente quando passou a tempestade, o ritual do REAA acabou ficando deformado, a exemplo do Oriente elevado e dividido que não era original no Ritual de 1804.

Em relação ao teísmo e deísmo do REAA, como filho da França seu arcabouço doutrinário foi constituído como um rito solar onde H∴ é o Sol. Sob essa óptica ele é um rito deísta. No tocante ao teísmo, esse foi haurido dos antigos ingleses que deram boa parte da sua estrutura ritualística. Por esse viés ele recebe influência teísta.

Desse modo, o REAA, rito deísta de nascimento, acabou tendo influências teístas, cujas quais ficam bem demonstradas nas preces e orações inseridas na sua liturgia.

Por óbvio esse é apenas um resumo dessa história, pois ela é complexa e digna de acurada observação. Dessa história fazem parte elementos como dos Antigos e Modernos ingleses além da história da Maçonaria Francesa.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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