Páginas

domingo, 29 de agosto de 2021

APRENDIZES E COMPANHEIROS NÃO PODEM OCUPAR CARGOS

Em 18.01.2021 O Respeitável Irmão Adão G. Russi de Oliveira, Secretário Estadual Adjunto de Orientação Ritualística da III Região, GOB-MS, Estado de Mato Grosso do Sul, apresenta a questão seguinte:

APRENDIZES E COMPANHEIROS OCUPANDO CARGOS.

Necessito de uma orientação vossa. O assunto se refere a possibilidade de Aprendizes e Companheiros exercerem funções no Ocidente em “Sessão Ordinária”, quando a Loja tiver sete Mestres ou mais, porém não em número suficiente para preencher todos os cargos.

Pergunto se os Aprendizes e Companheiros, na falta de Mestres para preencher todos os cargos (22 segundo o Ritual), podem exercer funções como por exemplo de Mestre de Harm∴ e 2º Diác∴?

É difícil ver uma Loja com sete Mestres se revezando em cargos, que no meu entender necessitariam de pelo menos nove Mestres, enquanto três ou quatro Aprendizes e outro tanto de Companheiros ficam estáticos, simplesmente assistindo.

Resumindo: Aprendizes e Companheiros podem exercer função no Ocidente, como a de Mestre de Harm∴ e 2º Diác∴?

CONSIDERAÇÕES:

Sob o ponto de vista legal, o Art. 229 do Regulamento Geral da Federação do GOB prevê no § 1º que os cargos são privativos de Mestre Maçom.

Sob essa óptica, Aprendizes e Companheiros não podem ocupar cargos sob nenhuma hipótese, mesmo sendo no Ocidente.

De certa forma, iniciaticamente Aprendizes e Companheiros em Loja ocupam lugar nos topos das Colunas do Norte e do Sul respectivamente.

Isso significa que no REAA o exercício de cargos somente é permitido àquele que completou a jornada iniciática, isto é, depois de ter passado pelos topos do Norte e do Sul, recebeu o grau de Mestre Maçom, alcançando assim a plenitude maçônica, condição que, dentre outros, lhe dá o direito de exercer ofício no canteiro simbólico (Loja).

O número de sete Mestres é a quantidade mínima necessária de obreiros para se abrir uma Loja, já que tradicionalmente três Mestres a governam, cinco Mestres a compõe e sete Mestres a completam.

Desse modo, com sete Mestres é possível abrir e fechar uma Loja, não sendo necessário, com isso, que todos os cargos estejam preenchidos, bastando para tal estarem ocupados aqueles imprescindíveis no rito, como as três Luzes governantes (Venerável e Vigilantes), as cinco Dignidades que compõe a Loja (as Luzes mais o Orador e o Secretário) e ainda, para a completar, o Cobridor Interno e o Mestre de Cerimônias.

No caso do REAA, para a liturgia da transmissão da palavra o Mestre de Cerimônias e o Secretário assumem temporariamente o ofício dos Diáconos.

Nessa conjuntura, os obreiros que ainda não alcançaram a plenitude maçônica não podem exercer cargos, mesmo em casos precários onde estejam presentes apenas sete Mestres.

É sob essa óptica que o RGF do GOB menciona no seu Art. 229 que os cargos em Loja são privativos dos Mestres Maçons. Também prevê no Art. 96, item XXII, realizar Sessões com, no mínimo, 7 Mestres Maçons.

Entre outros importantes significados simbólicos, o número de sete Mestres para constituir a Loja é antigo e pode ser encontrado nos velhos manuscritos de obrigações das corporações de ofício da Idade Média que não raras vezes já mencionavam o número de 3 para governar, 5 para a compor e 7 para a completar.

Numa síntese iniciática, dentro da Moderna Maçonaria o maçom somente poderá exercer cargo em Loja após de ter sido consagrado Mestre Maçom, isto é, entre o Esquadro e o Compasso, ou por todos os quadrantes da Loja.

Finalizando, a questão não é só a de quem esteja presente nos trabalhos para assumir um cargo. O caso é o de que não se pular pode nenhuma das etapas da senda iniciática. Só alcança o topo da escada sinuosa aquele que a subiu por 3, 5, e 7 degraus.

T.F.A.
PEDRO JUK - http://pedro-juk.blogspot.com.br
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário